DOENÇA NEUROLÓGICA | Notícia

Esclerose múltipla: 7 fatos essenciais sobre a doença que atinge adultos jovens

Conheça os sintomas, desafios no diagnóstico e avanços no tratamento desta condição neurológica que afeta cerca de 40 mil brasileiros

Por Maria Clara Trajano Publicado em 08/04/2025 às 16:39

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune e neurodegenerativa que ataca o sistema nervoso central, afetando cérebro, medula espinhal e nervos ópticos.

Nessa condição crônica, o próprio sistema imunológico do paciente ataca a bainha de mielina - camada protetora que envolve as fibras nervosas - causando inflamação e interferindo na comunicação entre o cérebro e o corpo.

O resultado são sintomas variados que podem incluir desde fadiga extrema e dificuldades motoras até problemas de visão e cognição, com um padrão imprevisível de surtos e remissões.

Considerada a doença neurológica mais comum em adultos jovens (entre 20 e 50 anos), a EM afeta cerca de 40 mil brasileiros, com prevalência três vezes maior em mulheres.

Embora ainda sem cura, os avanços no diagnóstico precoce e no tratamento transformaram o cenário: hoje, com acompanhamento adequado, muitos pacientes conseguem controlar os sintomas e manter qualidade de vida.

1. Cerca de 40 mil pessoas vivem com a doença no Brasil

A esclerose múltipla (EM) afeta aproximadamente 40 mil pessoas no Brasil, com incidência variável por região.

Enquanto a média nacional é de 8,69 casos por 100 mil habitantes, no Sul esse número salta para 27,2/100 mil. A doença surge principalmente entre os 20 e 50 anos, sendo mais frequente em mulheres e pessoas brancas.

2. Sintomas comuns incluem fadiga, alterações na fala, transtornos visuais e fraqueza muscular

Os sinais da EM são imprevisíveis e incluem:

  • Fadiga intensa
  • Alterações visuais (neurite óptica, visão dupla)
  • Fraqueza muscular e formigamentos
  • Dificuldades de coordenação e equilíbrio
  • Problemas cognitivos e depressão

A doença é caracterizada por surtos agudos de novos sintomas ou intensificação dos existentes, seguidos por períodos de remissão parcial ou total. Esses surtos podem variar em intensidade e frequência entre os indivíduos, com a progressão da doença sendo altamente variável.

3. Diagnóstico exige exames clínicos e de imagem

Identificar a EM exige:

  • Análise de pelo menos dois episódios sintomáticos (com intervalo de 1 mês)
  • Ressonância magnética para detectar lesões no sistema nervoso
  • Punção lombar para examinar o líquido cefalorraquidiano

4. Tratamento, controle de surtos e equipe multidisciplinar

Embora sem cura, terapias modernas ajudam a:

  • Reduzir a frequência e intensidade das crises
  • Preservar a mobilidade e funções cognitivas
  • Oferecer suporte psicológico (36-54% dos pacientes desenvolvem depressão)

Neurologistas, fisioterapeutas e psicólogos trabalham juntos para melhorar a qualidade de vida.

5. Saúde mental é desafio invisível da esclerose múltipla

Doenças psicológicas, como depressão e ansiedade, afetam mais da metade dos pacientes, piorando:

  • Adesão ao tratamento
  • Capacidade laboral
  • Risco de suicídio

6. Suporte e informação podem contribuir para os desafios de viver com esclerose múltipla

Organizações como a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) oferecem:

  • Acolhimento emocional
  • Informações atualizadas
  • Advocacy por melhores políticas públicas

7. Ferramentas tecnológicas têm o potencial de amparar a rotina de pacientes

Ferramentas como o app Cleo (desenvolvido por 30 neurologistas e 100 pacientes) auxiliam no:

  • Monitoramento de sintomas
  • Orientação nutricional e de exercícios
  • Gestão do tratamento diário