Esclerose múltipla: 7 fatos essenciais sobre a doença que atinge adultos jovens
Conheça os sintomas, desafios no diagnóstico e avanços no tratamento desta condição neurológica que afeta cerca de 40 mil brasileiros

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune e neurodegenerativa que ataca o sistema nervoso central, afetando cérebro, medula espinhal e nervos ópticos.
Nessa condição crônica, o próprio sistema imunológico do paciente ataca a bainha de mielina - camada protetora que envolve as fibras nervosas - causando inflamação e interferindo na comunicação entre o cérebro e o corpo.
O resultado são sintomas variados que podem incluir desde fadiga extrema e dificuldades motoras até problemas de visão e cognição, com um padrão imprevisível de surtos e remissões.
Considerada a doença neurológica mais comum em adultos jovens (entre 20 e 50 anos), a EM afeta cerca de 40 mil brasileiros, com prevalência três vezes maior em mulheres.
Embora ainda sem cura, os avanços no diagnóstico precoce e no tratamento transformaram o cenário: hoje, com acompanhamento adequado, muitos pacientes conseguem controlar os sintomas e manter qualidade de vida.
1. Cerca de 40 mil pessoas vivem com a doença no Brasil
A esclerose múltipla (EM) afeta aproximadamente 40 mil pessoas no Brasil, com incidência variável por região.
Enquanto a média nacional é de 8,69 casos por 100 mil habitantes, no Sul esse número salta para 27,2/100 mil. A doença surge principalmente entre os 20 e 50 anos, sendo mais frequente em mulheres e pessoas brancas.
2. Sintomas comuns incluem fadiga, alterações na fala, transtornos visuais e fraqueza muscular
Os sinais da EM são imprevisíveis e incluem:
- Fadiga intensa
- Alterações visuais (neurite óptica, visão dupla)
- Fraqueza muscular e formigamentos
- Dificuldades de coordenação e equilíbrio
- Problemas cognitivos e depressão
A doença é caracterizada por surtos agudos de novos sintomas ou intensificação dos existentes, seguidos por períodos de remissão parcial ou total. Esses surtos podem variar em intensidade e frequência entre os indivíduos, com a progressão da doença sendo altamente variável.
3. Diagnóstico exige exames clínicos e de imagem
Identificar a EM exige:
- Análise de pelo menos dois episódios sintomáticos (com intervalo de 1 mês)
- Ressonância magnética para detectar lesões no sistema nervoso
- Punção lombar para examinar o líquido cefalorraquidiano
4. Tratamento, controle de surtos e equipe multidisciplinar
Embora sem cura, terapias modernas ajudam a:
- Reduzir a frequência e intensidade das crises
- Preservar a mobilidade e funções cognitivas
- Oferecer suporte psicológico (36-54% dos pacientes desenvolvem depressão)
Neurologistas, fisioterapeutas e psicólogos trabalham juntos para melhorar a qualidade de vida.
5. Saúde mental é desafio invisível da esclerose múltipla
Doenças psicológicas, como depressão e ansiedade, afetam mais da metade dos pacientes, piorando:
- Adesão ao tratamento
- Capacidade laboral
- Risco de suicídio
6. Suporte e informação podem contribuir para os desafios de viver com esclerose múltipla
Organizações como a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) oferecem:
- Acolhimento emocional
- Informações atualizadas
- Advocacy por melhores políticas públicas
7. Ferramentas tecnológicas têm o potencial de amparar a rotina de pacientes
Ferramentas como o app Cleo (desenvolvido por 30 neurologistas e 100 pacientes) auxiliam no:
- Monitoramento de sintomas
- Orientação nutricional e de exercícios
- Gestão do tratamento diário