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Vinagre de maçã, sal rosa e Coca-Cola Zero: heróis ou vilões da dieta?

Especialista explica os reais efeitos de ingredientes da moda, como vinagre de maçã, sal rosa e Coca-Cola Zero na saúde; entenda os prós e contras

Por Maria Clara Trajano Publicado em 01/04/2025 às 15:06 | Atualizado em 01/04/2025 às 15:20

Vinagre de maçã emagrece mesmo? Sal rosa é melhor que o sal comum? Coca Zero faz mal? Esses três alimentos estão entre os mais controversos quando o assunto é alimentação saudável.

Enquanto alguns juram por seus benefícios, outros alertam para possíveis riscos - mas o que a ciência realmente comprova?

Entre mitos e verdades, esses produtos ganharam status quase lendário nas dietas da moda. O vinagre de maçã é aclamado como "detox", o sal rosa vendido como "mais saudável" e a Coca Zero, vista como "inofensiva".

Mas especialistas alertam: nenhum alimento é milagroso ou vilão por si só - tudo depende da quantidade, frequência de consumo e contexto alimentar.

Vinagre de maçã: benefícios com ressalvas

Estudos indicam que o vinagre de maçã pode melhorar a sensibilidade à insulina e auxiliar no controle glicêmico para diabéticos tipo 2. Seus polifenóis oferecem ação antioxidante e anti-inflamatória. No entanto, o consumo exige cautela.

“O ponto principal é que o consumo excessivo pode irritar o estômago, e quando consumido puro, causa erosão no esmalte dos dentes”, explica a nutróloga Sandra Maria Fonseca, da rede de Hospitais São Camilo. Ela ressalta que o produto não substitui hábitos saudáveis.

“O ideal é ser acrescentado na alimentação diária ou diluir uma colher de sopa em água e tomar antes das refeições e sempre contar com orientação profissional. O vinagre de maçã pode ser um complemento na dieta, mas não substitui hábitos saudáveis nem funciona como solução milagrosa”, pontua.

Sal rosa: diferença mais estética que nutricional

Apesar do marketing como alternativa saudável, o sal rosa do Himalaia apresenta riscos similares ao sal comum, caso seja consumido em excesso.

“Como a quantidade consumida é pequena não há impacto na oferta desses nutrientes e ainda existe o risco de aumento da pressão arterial e doenças cardiovasculares pelo consumo excessivo e de adulteração e contaminação, de acordo com o produto adquirido”, explica a nutróloga.

A OMS mantém a recomendação de até cinco gramas de sal diários, independentemente do tipo. “No fim das contas, a diferença entre os sais é mais estética e comercial do que funcional para a saúde”, afirma a especialista.

Coca-Cola Zero: alternativa com limitações

Substituindo açúcar por adoçantes artificiais, a versão Zero reduz calorias, mas traz outras questões.

“Os adoçantes são seguros dentro dos limites recomendados, mas alguns estudos realizados em animais, sugerem ligação entre o seu uso e a ocorrência de tumores, além de efeitos na microbiota intestinal e na regulação da saciedade”, alerta a médica.

O consumo frequente pode dificultar a adaptação a sabores menos doces. “Ela pode ser uma alternativa ocasional, mas não deve substituir água ou bebidas naturais”, completa a especialista.

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