ISTs e carnaval: conheça mitos e verdades para se proteger da forma correta
Entre as infecções mais comuns estão HPV, HIV, sífilis, gonorreia, clamídia e herpes genital. Testes rápidos são fundamentais para diagnóstico precoce

É fundamental que os foliões redobrem a atenção com a saúde durante o período do carnaval, especialmente no que diz respeito às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
A alta circulação de pessoas e a proximidade nos blocos e festas tornam o período mais propenso à transmissão dessas infecções, exigindo cuidados preventivos.
O uso de preservativos, tanto internos quanto externos, continua sendo a principal forma de proteção. No entanto, especialistas alertam para a importância de ir além.
De acordo com Danilo Martins, enfermeiro e professor do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), a proteção não deve se limitar ao uso do preservativo.
“O preservativo reduz significativamente o risco de transmissão da maioria das ISTs, mas não oferece 100% de proteção contra aquelas transmitidas pelo contato pele a pele, como HPV, herpes e sífilis. Por isso, outras medidas como vacinação, testagem e evitar contato com lesões são importantes”, explica.
Como prevenir
O enfermeiro destaca que a prevenção das ISTs deve ser uma prática contínua e consciente. Além do uso correto do preservativo, é importante incorporar outras ações preventivas, como:
- Vacinação contra o HPV e hepatite B;
- Realização de testes regulares para ISTs;
- Uso das Profilaxias Pré-Exposição (PrEP) e Pós-Exposição (PEP) para HIV.
Sintomas iniciais de ISTs
De acordo com o especialista, os primeiros sinais que podem surgir incluem:
- Dor ao urinar: a sensação de ardor ou dor ao urinar pode ser um indicativo de infecções como a gonorreia ou clamídia, que afetam o trato urinário;
- Feridas ou verrugas na região genital: a presença de lesões, como feridas ou verrugas, pode ser sinal de infecções virais, como o HPV ou herpes genital;
- Coceira: a coceira na região genital pode ocorrer em infecções como a candidíase ou a sífilis, sendo um sintoma incômodo que demanda atenção;
- Febre: algumas ISTs, como a sífilis ou HIV, podem causar febre, que é uma reação do corpo a infecções;
- Corrimento incomum: a secreção vaginal ou uretral fora do comum pode ser um sintoma de várias ISTs, como gonorreia, clamídia ou tricomoníase, que afetam o sistema reprodutor.
A recomendação é sempre procurar um profissional de saúde ao notar qualquer alteração ou após relações sexuais desprotegidas.
"Muitas ISTs são assintomáticas, e o diagnóstico precoce permite tratamento adequado, evitando complicações e a transmissão para outras pessoas. Exames regulares garantem um cuidado contínuo com a saúde sexual", finaliza Danilo.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, em Pernambuco serão disponibilizados mais de 3,4 milhões de preservativos (masculino e feminino) e mais de 190 mil sachês de gel lubrificante.
A Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) vai instalar três pontos de testes rápidos para HIV, Sífilis e Hepatites B e C.
Um na Praça do Arsenal, no Bairro do Recife, e outros no polo do Ibura e da Várzea. Os testes estarão disponíveis das 17h à meia-noite, com o resultado sendo liberado em aproximadamente 20 minutos.
Mitos comuns sobre as ISTs
"Só quem tem muitos parceiros contrai ISTs"
Qualquer pessoa sexualmente ativa pode contrair ISTs, independentemente do número de pareiros sexuais.
"Se não houver penetração, não há risco"
Algumas ISTs podem ser transmitidas pelo sexo oral e contato pele a pele.
"Dá para saber se alguém tem IST só de olhar"
Muitas infecções são assintomáticas ou têm sintomas discretos.
"Só quem tem sintomas precisa fazer exames"
A testagem regular é essencial, mesmo sem sintomas, para diagnóstico precoce e tratamento.
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