Câncer infantil: saiba quais sinais observar e os tipos mais comuns
O Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil alerta para a importância do diagnóstico precoce, com chances de cura que podem alcançar 80%

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) projeta uma média de 7.930 novos casos anuais entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos.
O dia internacional de luta contra o câncer infantil é celebrado neste sábado (15), a data foi instituída em 2002, pela organização internacional que trata sobre o problema, para aumentar a conscientização sobre o câncer nas crianças.
Os tipos mais frequentes são:
- Leucemia;
- Tumores do sistema nervoso central;
- Linfomas (sistema linfático);
- Neuroblastomas (glândulas adrenais, localizadas na parte superior do rim);
- Retinoblastomas (atinge células da retina, que é a parte do olho responsável pela visão);
- Tumores de Wilms (se origina no rim);
- Osteossarcomas (tumor ósseo).
Sintomas de câncer infantil
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sinais que os pais e responsáveis devem observar são:
- Febre por mais de sete dias sem causa aparente;
- Dor óssea, com aumento progressivo e duração por mais de um mês;
- Petéquias, equimose (manchas arroxeadas na pele) e palidez;
- Leucocoria (reflexo branco na pupila do olho quando exposta à luz), estrabismo e protusão ocular;
- Distúrbios visuais;
- Linfonodos aumentados;
- Dor de cabeça persistente e progressiva, primariamente noturna, que acorda a criança ou aparece quando ela se levanta de manhã, acompanhada de vômito ou de sinais neurológicos.
"As pistas de que um câncer está se desenvolvendo podem aparecer de várias formas. Por isso a importância de o profissional de saúde estar atento e conhecer os principais tipos de câncer infantil e seus sintomas”, explica a pediatra Ana Caroline Falcão, professora da Afya Faculdade de Ciências Médicas.
A identificação tardia dos sintomas pode comprometer a realização de exames essenciais e o início imediato do tratamento.
Causas e fatores de risco
Embora a origem do câncer infantil possa ter diversas causas, sabe-se que a doença afeta células em fase de crescimento.
Diferente de muitos cânceres que acometem adultos, os hábitos de vida (como o tabagismo) não aumentam a chance de uma criança desenvolver a doença.
É raro que uma criança apresnete alterações genéticas que a deixam mais suscetível adoença.
Tratamento
Os últimos dados, colhidos em 2021 pelo Atlas de Mortalidade por Câncer, registraram 2.425 mortes por câncer infantojuvenil, sendo 1.357 meninos e 1.067 meninas.
O tratamento é baseado em protocolos que variam conforme o tipo e o estágio da doença:
- Quimioterapia: uso sistemático de medicamentos para reduzir ou eliminar as células cancerígenas.
- Cirurgia: remoção do tumor quando clinicamente viável.
- Radioterapia e terapias hormonais: utilizadas como coadjuvantes em casos específicos;
- Transplante de medula óssea: quando afeta as células sanguíneas, o transplante de medula óssea é fundamental.
Tratamentos complementares
O suporte psicológico, a fisioterapia e a terapia ocupacional auxiliam na reabilitação física e emocional das crianças durante e após o tratamento.
No caso da fisioterapia, por exemplo, a atuação ocorre nas sequelas motoras causadas pelo câncer, como fraqueza muscular, perda de mobilidade e impactos no crescimento ósseo.
“No tratamento de tumores que surgem nos ossos a fisioterapia entra para restabelecer a função do paciente, pós amputação ou comprometimento do membro”, explica Tiago Bessa, fisioterapeuta e diretor da clínica Ortopedia Boa Viagem.
“São vários aspectos que são trabalhados para que essa criança volte às suas atividades cotidiana, como ir à escola e brincar”, completa o especialista.
Já o acompanhamento psicológico ajuda na adaptação à rotina de tratamento e no enfrentamento dos desafios emocionais decorrentes da doença.
Assista ao Videocast Saúde e Bem-Estar sobre câncer