CORONAVÍRUS | Notícia

Covid-19 lidera mortes em casos de doenças respiratórias, em Pernambuco, em 2025

Do total de pacientes que evoluíram para forma respiratória grave, 15 pessoas foram a óbito. Entre eles, 12 tiveram confirmação para covid-19

Por Cinthya Leite Publicado em 12/02/2025 às 12:20

O boletim epidemiológico dos vírus respiratórios referente às seis primeiras semanas de 2025 em Pernambuco traz o balanço de casos de síndrome respiratória aguda grave (srag) do período. De acordo com o levantamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), em 2025, já foram feitas 272 notificações de srag até o dia 8 de fevereiro. O número representa um aumento de 52%, em comparação com os 15 dias anteriores. 

Desse total de pacientes que evoluíram para a forma respiratória grave (srag), 15 pessoas foram a óbito. Entre eles, 12 tiveram confirmação para covid-19, segundo a SES-PE. Os demais estão como srag não especificado (ou seja, sem identificação do agente etiológico). 

Os números mostram que, de todas as mortes por srag, 80% estão associadas à infecção pelo coronavírus. 

A reportagem do JC solicitou à SES-PE o perfil clínico e fatores associados aos óbitos desses pacientes. Abaixo, estão os perfis de 12 dos 15 casos. Confira: 

Mortes por srag associadas à covid-19 em Pernambuco, em 2025:

  1. 41 anos, sem comorbidade, morador de São José de Belmonte, com esquema vacinal básico completo;
  2. 47 anos, sem comorbidade, morador de Gravatá, com esquema vacinal básico completo;
  3. 48 anos, tinha diabetes, morador de São Joaquim do Monte, com esquema vacinal básico completo;
  4. 63 anos, tinha cardiopatia, morador do município de Aliança, com esquema vacinal básico completo;
  5. 63 anos, tinha diabetes, morador do Recife, com esquema vacinal básico completo;
  6. 78 anos, tinha cardiopatia, morador do Recife, com esquema vacinal básico completo;
  7. 84 anos, tinha cardiopatia, morador de Nazaré da Mata, com esquema vacinal básico completo;
  8. 93 anos, diabetes, morador de Macaparana, com esquema vacinal básico completo;
  9. 97 anos, sem comorbidade, morador de Bom Conselho, com esquema vacinal básico completo.

*Reportagem do JC solicitou à SES-PE os outros três perfis e aguarda retorno

Mortes por srag não identificado em Pernambuco, em 2025:

  1. 83 anos, sem comorbidade, morador de Glória do Goitá, com esquema vacinal básico completo;
  2. 86 anos, sem comorbidade, morador de Limoeiro, com esquema vacinal básico completo;
  3. 87 anos, sem comorbidade, morador de Surubim, com esquema vacinal básico completo.

A reportagem do JC questionou a SES-PE sobre a data da última vacina tomada por cada paciente. Mas a pasta só se referiu à "esquema vacinal básico completo", que representa, "no mínimo, a duas doses de vacina contra a covid que a pessoa tomou, desde o início da campanha". 

"Evidências científicas mostram que idosos devem receber uma aplicação contra a doença a cada seis meses, independentemente da quantidade de doses tomadas previamente. O mesmo vale para pessoas imunocomprometidas. Já quem tem alguma comorbidade toma uma dose por ano, e isso independe também de quantas doses tomou antes", orienta o médico Eduardo Jorge da Fonseca Lima, conselheiro efetivo do Conselho Federal de Medicina. 

Ele destaca que, no Brasil, já circula a variante JN.1, mas o País ainda não tem a versão atualizada do imunizante.

O Ministério da Saúde utiliza a vacina XBB - que, por ser também uma subvariante da ômicron, oferece proteção cruzada para JN.1. A expectativa é que a dose atualizada chegue ao País para se ampliar a resposta imune.

Nos Estados Unidos, o aumento no número de casos causados por JN.1 corresponde a um crescimento geral nos casos de covid-19. 

Doses da JN.1 precisam chegar ao Brasil para fazer parte da campanha de imunização como reforços para os grupos prioritários, além do esquema primário de vacinação para bebês e aqueles que nunca tomaram sequer uma dose de vacina contra covid-19. 

A dose utilizada na campanha de vacinação brasileira é direcionada para a XBB. "Por quatro ou cinco meses, ela oferece 60% de proteção contra formas graves da covid-19 causadas pela variante JN.1. Por isso, é tão importante os grupos de idosos e imunocomprometidos se protegerem a cada seis meses", ressalta Eduardo Jorge. 

Compartilhe