O que é pré-eclâmpsia? Condição coloca em risco a vida da gestante e do bebê
Cantora Lexa perdeu a filha Sofia após enfrentar pré-eclâmpsia precoce e síndrome HELLP durante a gestação. Condição atinge até 8% das gestantes

Na tarde desta segunda-feira (10), a cantora carioca Lexa divulgou, em suas redes sociais, a notícia do falecimento da filha Sofia, fruto de seu relacionamento com Ricardo Vianna.
A bebê, que havia nascido prematura no dia 2 de fevereiro, morreu três dias após o nascimento. "Agora estou buscando um rumo na minha vida, uma parte de mim se foi", disse a cantora.
Durante a gestação, Lexa foi diagnosticada com pré-eclâmpsia precoce aos seis meses de gravidez, condição que evoluiu para síndrome de HELLP.
A artista ficou internada por 17 dias na Unidade Semi-intensiva de um hospital em São Paulo, a partir de 21 de janeiro.
Durante esse período, ela recebeu tratamento intensivo, incluindo o uso de medicamentos e sulfato de magnésio, além de realizar, segundo a carioca, mais de 100 coletas de sangue para exames.
O que é pré-eclâmpsia?
A pré-eclâmpsia é uma condição médica que se manifesta geralmente a partir da 20ª semana de gestação, caracterizada por hipertensão arterial (pressão alta) e presença de proteínas na urina.
Embora o inchaço e as dores de cabeça sejam sinais comuns da gravidez, quando estes sintomas são excessivos, devem ser investigados.
Dados da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) indicam que a complicação afeta até 8% das gestantes.
Embora sua causa exata seja desconhecida, sabe-se que ela está associada a alterações nos vasos sanguíneos e à resposta imunológica da mãe ao bebê.
Além disso, o histórico de pressão alta, gestação múltipla, obesidade e problemas renais podem aumentar as chances de ocorrência da condição.
Entre os sintomas de pré-eclâmpsia estão:
- Hipertensão arterial: pressão acima de 140/90 mmHg, medida em dois momentos distintos, com intervalo de 4 horas;
- Proteinúria: presença de proteínas na urina, indicada por exames laboratoriais;
- Inchaço excessivo: especialmente nas mãos, tornozelos e rosto;
- Dor de cabeça intensa: dores persistentes que não melhoram com analgésicos comuns;
- Alterações na visão: visão turva, sensibilidade à luz ou perda temporária da visão.
O inchaço rápido e excessivo e a dor abdominal no lado direito são sinais de atenção que devem ser observados.
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Casos mais graves
Quando não diagnosticada e tratada de forma adequada, a pré-eclâmpsia pode evoluir para condições ainda mais graves, como a eclâmpsia (convulsões) e a síndrome HELLP, que afeta o fígado e as plaquetas do sangue.
"O acompanhamento constante durante a gravidez ajuda a detectar sinais antes que a situação se agrave", explica Fernanda Nunes, ginecologista da clínica Atma Soma.
Tratamento
O tratamento da pré-eclâmpsia pode variar conforme a gravidade da condição e o estágio da gravidez.
“Exames pré-natais frequentes são essenciais para detectar sinais precoces e evitar complicações”, destacou a ginecologista.
Segundo ela, é necessário o acompanhamento de uma equipe de perto para que a gravidez seja prolongada o máximo possível.
O tratamento envolve o uso de medicamentos para controlar a pressão arterial e repouso.
Nos casos mais graves, a única opção pode ser adiantar o parto.
"Mesmo que o bebê ainda não esteja a termo, o parto é a única solução para preservar mãe e filho”, diz a médica.
O acompanhamento pós-parto também deve ser realizado, pois a pré-eclâmpsia pode persistir ou até se manifestar após o nascimento.