Chá de mulungu: veja benefícios, cuidados e como fazer o chá de mulungu

São cada vez mais recorrentes os casos de pessoas que relatam viver com insônia, ansiedade ou um estresse quase crônico. Também são comuns aqueles que buscam na fitoterapia uma forma de lidar com essa e outras condições.

Por carregar propriedades bem particulares, o mulungu é uma das ervas mais buscadas. A biomédica e fitoterapeuta Bruna Mazulo, em entrevista ao JC, respondeu às dúvidas mais comuns sobre esse tema.

O que é o mulungu?

O mulungu (Erythrina verna) é uma planta com propriedades consideradas calmantes e sedativas. Além de ter propriedades que vão ajudar a combater problemas como ansiedade e insônia leves, ele é ainda mais versátil.

"Possui uma conhecida ação analgésica, o que vai aliviar cólicas menstruais, por exemplo. Por possuir ação hipotensora, auxilia na regulação da pressão arterial. Além disso, é indicado no combate às dores reumáticas, como gota, tendinite e artrite", explica Bruna Mazulo.

Mulungu é popular no combate à ansiedade e insônia leves

Ele pode ser consumido em cápsulas, na forma de chá ou como tintura. "Essa última é uma forma de extrair as propriedades terapêuticas de uma erva através da imersão dela em uma substância alcoólica por um tempo determinado, sendo depois filtrada, diluída e consumida. No entanto, o uso mais comum é na forma de chá", diz a profissional.

Chá de mulungu: como preparar

O chá é, de fato, sua forma de consumo mais conhecida e popular. A fitoterapeuta indicou a forma correta desse preparo.

Ingredientes:

• 4 a 6g da casca do mulungu, ou uma colher de chá cheia.
• 350ml de água.

Ela ainda reforça que "pode-se também usar as folhas, porém o mais comum é aproveitar a casca".

Modo de preparo:

• Coloque a erva em uma panela com aproximadamente 350 ml de água e leve ao fogo médio.
• Ao iniciar a fervura, diminua o fogo e deixe ferver por 10 minutos.
• Após os 10 minutos, tampe, desligue o fogo, deixe amornar, coe e beba.

Mazulo também reforça que "é importante que o consumo do chá seja feito de morno a quente, para preservar as propriedades terapêuticas e garantir a absorção pelo corpo".

Qual a dose diária?

Algumas especificações devem ser observadas quanto ao consumo do mulungu. "Recomenda-se ingerir duas xícaras por dia, no máximo de sete a dez dias, com um intervalo antes de retomar, se necessário. Quanto ao consumo em cápsulas, a dosagem usual é uma cápsula de 500 mg por dia. Se optar pela tintura, ingira 20 gotas diluídas em 100 a 150 ml de água uma vez ao dia". 

Outra observação é quanto ao consumo das sementes da planta. "É fundamental evitar o uso das sementes do mulungu devido às substâncias tóxicas", alerta Bruna Mazulo. 

Contraindicações

O mulungu pode interagir com outros depressores do sistema nervoso, de acordo com recomendações do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.

Sobre isso, Mazulo orienta que é importante ter algumas precauções. "Existem contraindicações, como o uso por menores de 18 anos, gestantes, lactantes e pessoas que fazem uso de certos medicamentos, como antidepressivos e anti-hipertensivos. Recomenda-se consultar um médico antes do uso, especialmente se houver interações medicamentosas".

*Esta matéria foi feita após consulta à Bruna Mazulo, biomédica (UFPE), acupunturista (pós-graduação no Brasil e formação na China), fitoterapeuta (pós-graduação) e doula. Pós-graduada em Ginecologia Natural.

Referências: 

• AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA. Formulário de fitoterápicos: farmacopéia brasileira 2ª edição. 2021. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/formulario-fitoterapico/arquivos/2021-fffb2-final-c-capa2.pdf>. Acesso em 17 nov 2023
• CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS. 2019. Disponível em: <https://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/PlantasMedicinais.pdf>. Acesso em 17 nov 2023