CÂNCER DE PULMÃO: Inteligência artificial antecipa diagnóstico do câncer de pulmão; tema será debatido em congresso no Recife
Simpósio Internacional de Câncer de Pulmão apresentará avanços no tratamento, rastreamento, diagnóstico e tratamento da doença

O câncer de pulmão, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é o terceiro mais comum em homens (18.020 casos novos por ano) e o quarto em mulheres no Brasil (14.540 casos novos por ano), sem contar o câncer de pele não melanoma.
"O câncer de pulmão continua sendo o mais letal entre todos os tipos de câncer, mas a medicina de precisão tem sido fundamental atualmente para modificar a história natural da doença", diz o médico Iran Costa, diretor regional da Oncologia D'Or.
Nesta sexta-feira (18) e sábado (19), ele coordena uma mesa-redonda durante o 8º Simpósio Internacional de Câncer de Pulmão, que será realizado no Mar Hotel Conventions, em Boa Viagem, bairro da Zona Sul do Recife.
O evento, promovido pela Oncologia D'Or, apresenta avanços no tratamento, rastreamento, diagnóstico e tratamento da doença.
Ao todo, 57 palestrantes que apresentarão pesquisas relacionadas à oncologia torácica, como a utilização de novas tecnologias na abordagem de nódulo pulmonar e o uso da inteligência artificial no processo de rastreamento da doença.
Com ferramentas de inteligência artificial, é possível detectar sinais de câncer de pulmão de forma precoce, o que aumenta as chances de os pacientes serem curados.
"Essa é uma questão que será discutida durante o congresso. Hoje, por exemplo, podemos saber se um nódulo no pulmão, que aparece na imagem de uma tomografia, tem menos ou mais chance de ser um tumor. Ou seja, o programa de rastreamento com inteligência artificial indica os nódulos de maior chance de ser chance câncer e agiliza a biópsia desse paciente. Dessa forma, podemos discutir também um tratamento personalizado", explica o oncologista Iran Costa.
O médico destaca que, a partir da biópsia, é estudado o padrão genético do câncer de pulmão, o que dá uma orientação mais certeira para o tratamento. "A chance de errar é menor, e a chance de acertar é maior na condução do tratamento."
Com o estudo do padrão genético, é possível encontrar se há mutação genética e, com essa definição, conduz-se o melhor tratamento. "Assim, pode-se bloquear a atividade dessa mutação genética e alterar a história natural de uma doença que era fatal em praticamente um ano. Com a medicina de precisão, é possível praticamente triplicar o tempo de vida do paciente com doença metastática. Isso, há 10 anos, não teria a menor chance", frisa Iran Costa.
As opções de tratamento disponíveis para o câncer de pulmão dependem do tipo, do estágio e da possibilidade de as células cancerígenas produzirem grandes quantidades de determinadas proteínas.
O câncer de pulmão pode, dessa maneira, ser tratado a partir de diferentes tipos de medicamentos e abordagens.
Entre os principais tratamentos para o câncer de pulmão, estão cirurgia, radioterapia e terapia antiangiogênica, além da terapia direcionada, que usa medicamentos para identificar e atacar tipos específicos de células cancerígenas, o que causa menos danos às células saudáveis.
Durante o o 8º Simpósio Internacional de Câncer de Pulmão, também haverá discussão de casos clínicos relevantes, como de doença oligometástica e cirurgias de autotrasplante.
A coordenadora do simpósio, Carla Rameri, destaca a importância do evento no âmbito nacional e regional. "É uma oportunidade única de congregar especialistas de diferentes áreas e debatermos as informações mais relevantes e contemporâneas sobre o tema", afirma Carla, que é oncologista da Rede D'Or.
CÂNCER DE PULMÃO CAUSAS: O QUE LEVA A TER CÂNCER DE PULMÃO?
O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão.
Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco.
O cigarro é, de longe, o mais importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão.
"No mundo, são 2,6 milhões de casos de câncer de pulmão por ano, com 1,6 milhões de mortes. A doença, no Brasil, acomete 36 mil pessoas anualmente, com 24 mil óbitos", alerta Iran Costa.