DIA MUNDIAL DA TUBERCULOSE

Como se pega TUBERCULOSE? Veja sintomas, tratamento e prevenção da tuberculose

A tuberculose segue como um grande problema de saúde pública no Brasil

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 23/03/2023 às 17:25 | Atualizado em 23/03/2023 às 17:46
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O Dia Mundial da Tuberculose, lembrado a cada 24 de março, é uma oportunidade para reforçar a importância da disseminação de informações sobre transmissão, prevenção da doença e tratamento adequado

A infectologista Ana Carina Serfaty, no Hospital Geral de Carapicuíba, gerenciado pelo Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM) em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, ressalta que a tuberculose é uma doença infectocontagiosa transmitida de forma direta de pessoa a pessoa.

O QUE É TUBERCULOSE E COMO SE PEGA?

A transmissão da tuberculose acontece por micropartículas expelidas durante a fala, espirro ou tosse.

Ao inalar as micropartículas, o bacilo da microbactéria segue pelas vias áreas e atinge os pulmões, podendo atingir também outros órgãos, como rins, meninges e ossos.

A bactéria da tuberculose é a Mycobacterium tuberculosis. A doença pode ser causada, mais raramente, por outras espécies agentes, como Mycobacterium bovis, M. africanum e M. microti.

"A tuberculose é uma doença passível de prevenção e com tratamento eficaz e, ainda assim, segue como um grande problema de saúde pública. Em 2021, o Brasil realizou cerca de 82.680 notificações de novos casos e retratamento", destaca Ana Carina, com base em dados epidemiológicos do Ministério da Saúde.

O QUE A TUBERCULOSE PODE CAUSAR?  

Os principais sintomas da tuberculose, de acordo com a infectologista, são tosse por mais de duas semanas (seja seca ou, em alguns casos, com catarro), febre baixa, sudorese, cansaço, dor no peito e perda de peso.

É recomendado que toda pessoa com sinais respiratórios por um período maior a duas semanas seja investigada por um profissional.

"Os adultos do sexo masculino são os mais acometidos. Mas vale ressaltar que é uma doença que atinge todas as faixas etárias. Em 2021, segundo relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), os homens representavam 56,5% da carga de tuberculose, enquanto as mulheres adultas, 32,5%, e as crianças, 11%", diz Ana Carina.

"Muitos casos novos da doença são atribuídos a alguns fatores de risco, como desnutrição, infecção por HIV e outras imunossupressões induzidas ou primárias, etilismo, uso de drogas ilícitas, condições socioeconômicas precárias, tabagismo, doença renal crônica dialítica e diabetes." 

COMO SABER SE A GENTE ESTÁ COM TUBERCULOSE? 

O diagnóstico da tuberculose é clínico (considera sinais e sintomas), laboratorial (através da análise de secreções corporais, sendo o escarro um exemplo) e por meio de exame de imagem radiológico ou tomográfico.

Quando necessário, pode-se utilizar outros exames auxiliares, como diagnóstico PPD, Igra, broncoscopia e biópsia pulmonar.

MORTES POR TUBERCULOSE

A tuberculose continua sendo uma das doenças infecciosas mais mortais do mundo.

Todos os dias no mundo, mais de 4 mil pessoas morrem com tuberculose e cerca de 30 mil adoecem com essa doença evitável e curável. 

COMO SE PROTEGER DA TUBERCULOSE? 

Para prevenção da tuberculose, a infectologista Ana Carina Serfaty reforça a importância da aplicação da vacina BCG em crianças, pois ela previne a forma mais grave da doença.

Já o contágio pode ser evitado com a orientação aos infectados para o seguimento adequado do tratamento, diagnóstico precoce e rastreio de contactantes, além de melhorias nas condições de vida da população. A tuberculose está associada a más condições socioeconômicas e sanitárias. 

O tratamento é prolongado e pode durar de seis meses a um ano.

As medicações são fornecidas pelo Ministério da Saúde de forma gratuita, através do Sistema Único de Saúde (SUS).

"Existem diversas barreiras que comprometem a adesão ao tratamento da tuberculose. Entre elas, podemos citar o tempo prolongado, os eventos adversos que podem ocorrer durante a terapia, as mudanças de domicílios e a perda do seguimento ambulatorial", destaca Ana Carina. 

Ela acrescenta que outros fatores estão também relacionados à má-adesão ao tratamento e podem favorecer o desenvolvimento da tuberculose multirresistente. "É uma forma da doença que não responde ao esquema terapêutico inicial", explica a infectologista. 

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