Planalto usa Hugo Motta para segurar votação de projeto que equipara facções a terroristas
Geraldo Alckmin está otimista com economia e Lula diz que é para substituir o combustível fóssil, mas está hospedado em um iate queimando diesel
Clique aqui e escute a matéria
NO CANTO DA PAREDE
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está se sentindo “acuado”. De um lado, os parlamentares bolsonaristas cobram agilidade na votação do projeto de anistia. De outro, os governistas “pressionam para que eu atue como mediador” na retirada de pauta do projeto que equipara facções criminosas a organizações terroristas.
MANOBRA PROFISSIONAL…
…mas até quando? Motta tem agido assim: toda vez que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) começa a discutir o projeto que trata da definição de organização terrorista, ele corre para o Plenário, se aboleta na cadeira de presidente e dá início à ordem do dia. Pelo regimento, nenhuma votação pode ocorrer nas comissões enquanto o Plenário estiver em sessão de votação. Fez isso duas vezes nesta semana. Até quando, não se sabe.
‘COMMENT ÇA VA?’
“Très bien”, respondeu o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), às primeiras palavras do presidente francês, Emmanuel Macron (La République en Marche), durante um festival em Salvador (BA). Logo em seguida, Jerônimo se levanta, vai até Macron, toma-lhe o microfone e reclama da falta de tradução do discurso do francês: “Deixa eu quebrar o protocolo. Se não tivermos tradução, não vamos entender a mensagem do presidente Macron. Não sei se há tradutores, mas é preciso que haja tradução da mensagem”.
OTIMISMO FISCAL
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) se disse “esperançoso” de que, “com o crescimento industrial, a queda do dólar frente ao real e a safra recorde de 2025”, o Comitê de Política Monetária (Copom) “compreenda que a redução” deva ser anunciada nas próximas reuniões. O Copom, porém, manteve a taxa em 15% ao ano.
É PARA RIR?
No trecho improvisado do discurso, o presidente Lula da Silva (PT) afirmou estar convencido de que “é preciso superar a dependência dos combustíveis fósseis”. Após a palestra, Lula retornou ao iate Iana III que, pelo que se sabe, não é movido a energia solar. É diesel mesmo.
JUSTA HOMENAGEM
O ex-ministro da Saúde e ex-deputado Alceni Guerra foi aplaudido de pé no plenário da Câmara, após o líder do PCdoB, Renildo Calheiros (PE), lembrar que, na Assembleia Nacional Constituinte, Alceni foi quem reverteu a votação para incluir na Carta Magna o direito à licença-paternidade. “Ele foi criticado por defender a proposta, percebeu que seria derrotado, mas, mesmo assim, subiu à tribuna, fez um discurso emocionado e acabou garantindo a aprovação do benefício”, recordou Renildo. “As palavras dele foram emocionantes. Estou ficando velho, mas o coração ainda resiste.” Alceni Guerra completou, em outubro, 80 anos.
INTIFADA
O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), levou uma pedra ao salão principal dizendo que “a partir de agora, esta será a arma da polícia do nosso estado”. Segundo o deputado fluminense, “a especialista da esquerda [professora Jaqueline Muniz, da Universidade Federal Fluminense] foi às redes sociais para dizer que policiais não deveriam portar fuzis no combate ao crime organizado”. Completou desafiando: “Acabem com os fuzis e usem isso aqui, que vai resolver o problema”, afirmou, exibindo uma pedra de 2kg.
PENSE NISSO!
Era só o que nos faltava. Agora não falta mais. Pois não é que a ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não autorize sua extradição para cumprir pena de 15 anos por lavagem de dinheiro?
Quando se refugiou na Embaixada do Brasil em Lima, em abril deste ano, Nadine alegou perseguição política. O governo Lula chegou a enviar um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para resgatar a ex-primeira-dama e trazê-la para o solo brasileiro.
Nadine também pediu ao Judiciário brasileiro que anule o uso de provas do esquema de propina da Odebrecht e de depoimentos que a incriminam, assim como ao marido, o ex-presidente Ollanta Humala, condenado igualmente a 15 anos de prisão.
Agora, só falta outra amiga do presidente Lula, Cristina Kirchner, também pedir asilo ao Brasil. A ex-presidente da Argentina foi condenada a seis anos de prisão por corrupção e banida da vida pública.
Pense nisso!