Oposição se anima com sinal de Motta e acredita na votação da anistia; governistas duvidam

Anistia: PL diz que tem 300 votos para aprovar o projeto; governistas afirmam o contrário. Deputado Mendonça Filho é relator da PEC da Segurança

Por Romoaldo de Souzado Publicado em 03/09/2025 às 19:19

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FOGO LENTO
O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou a tergiversar — o nosso popular desconversar — e não “cravou” quando colocará em votação o projeto que trata da anistia aos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no esquema de tentativa de golpe de Estado. “Vamos conversar com os partidos, como sempre fizemos”.

VONTADE ZERO
Ou seja, ao menos por enquanto, os defensores da tese da anistia não devem se preparar para a “festa” tão cedo.

GUERRA DE NÚMEROS
De um lado, o líder do PL, Sóstenes Cavalcanti (RJ), contabiliza os apoios e promete ao menos 300 votos no projeto de anistia. “Nossa base é fiel”.

DO OUTRO…
… Lindberg Farias (RJ), líder do PT, diverge dos números da oposição e retira da "cartola” uma pesquisa que aponta rejeição de quase 70% da população à anistia.

NO ENTANTO
Como o Centrão não dá ponto sem nó — “não dá nem bom dia sem entregar a fatura” — resta saber o que vai querer em troca para dar apoio à medida.

CARTAS MARCADAS
O advogado Celso Vilardi, que atua na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), bem que tentou, mas não convenceu com seu argumento de que o então chefe do Executivo teria sido “tragado”, “sugado” para a “operação da minuta do golpe”.

TROCADILHO
A pretexto de afirmar que o ministro Luiz Fux, do STF, é a última esperança para adiar o julgamento até dizer chega, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dava entrevista quando se confundiu: “O ministro Fux é o último que morre”.

SEGURANÇA REFORÇADA
Escolhido relator da PEC da Segurança Pública, o deputado Mendonça Filho (União Brasil-PE) disse à coluna que seu relatório “vai olhar para a população desprotegida” e que vai insistir para que seja adotada “uma cooperação geral envolvendo todos os níveis de governo: do poder central, em Brasília, às prefeituras”.

QUERIDA SOGRA
O advogado de defesa do ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira animou o debate na Primeira Turma:
— Minha sogra fala assim: às vezes, as palavras são como punhais, como uma arma. Machucam, dói. E por que lembrei da minha querida sogra?…

Alexandre de Moraes retrucou: A sua sogra fala isso ou as palavras dela são um punhal?

Defesa: Não, não, não. Minha querida dona Zilda tenho um amor profundo por ela. Ministro Dino, ministro Alexandre, tal qual vossas excelências, me tratam honestamente muito melhor do que mereço.

Nisso, toca do telefone: não era dona Zilda.

PENSE NISSO!
Dois pontos, porém, considero importante comentar sobre a fase do julgamento no STF que se encerra com as defesas dos oito réus.

O clima, muitas vezes, foi de uma informalidade singular. Não sei se assim deve ser um julgamento.

Do ponto de vista dos argumentos, há um consenso de que todo mundo tinha um culpado e todos tiraram o corpo fora.

Tecnicamente, chama a atenção dos leigos que a fase probatória pouco acrescentou — ao menos aos ouvidos dos cinco ministros.

Mas também destaco o papel daqueles que acusaram a acusação de disponibilizar muita informação — algumas até desconectadas — sem mesmo dar tempo de decodificação adequada.

É o jogo!

Pense nisso!

 

 

 

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