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Marina Silva deixa reunião no Senado após considerar ter sido destratada

Vladimir Maiakovski nunca foi tão atual: "Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada".

Por Romoaldo de Souza Publicado em 27/05/2025 às 18:03

UM OMBRO AMIGO
Quando soube - por seu líder, Randolfe Rodrigues (PT-AP) - que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, teria sido tratada de forma deselegante no Senado, o presidente Lula da Silva (PT) ligou imediatamente para dizer que se sentiu melhor após ela se retirar da comissão: “Era isso mesmo que deveria ter feito”. A ministra disse que se sentiu “respaldada”.

QUERO É DISTÂNCIA!
Ter dito, nas redes sociais, que o governo Lula, em outras palavras, é uma gestão perdulária foi o mais importante sinal do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que chegou a hora de marcar território e ir se distanciando, aos poucos, do governo petista.

EITA PAU PEREIRA…
…meu bodoque não quebrou”, como escreveu o cearense Humberto Teixeira (1915-1979), é a senha para dizer que a arma pode não ser moderna, mas é resistente. Motta quer ter luz [política] própria, distante da pauta do Poder Executivo. Resta saber se resistirá ao convite de Lula para ir à Paraíba nesta quarta-feira.

BAFAFÁ DAS BETS
Dessa vez, a briga foi da relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) que pediu a retirada do colega Ciro Nogueira (PP-PI), “por falta de credibilidade”. A senadora disse que o piauiense “tem ligações com Fernando Oliveira Lima”, investigado na comissão.

TUTTI BUONA GENTE
Ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Ciro acusou Soraya de ligação com o lobista Silvio Assis, investigado por extorsão. “Familiares desse sujeito [Silvio] estão nomeados no gabinete da senadora”. Ciro Nogueira, por sua vez, foi assistir à corrida de Fórmula 1 em Mônaco, no fim de semana, a bordo de um jatinho de Fernando Oliveira Lima.

SILÊNCIO NADA INOCENTE
O governo de milhares de documentos secretos agora terá de revelar detalhes de convênios assinados entre o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos e organizações não governamentais, após alegar que os dados pessoais dos dirigentes estão protegidos pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

ÀS CLARAS
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), quer tudo em panos limpos no prazo de 15 dias. “São recursos públicos, oriundos de emendas parlamentares”.

PENSE NISSO!
Causa surpresa, em qualquer cidadão de bem, essa sanha persecutória do Poder Judiciário contra parlamentares que são tão autoridade como o é o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Ao se ver acuado, temos um tribunal que se manifesta por respostas repressoras, em vez de atuar sob a égide da Constituição Federal, que garante aos deputados e senadores a inviolabilidade “por suas opiniões, palavras e votos”.

Em nome da democracia, o sagrado direito da imunidade parlamentar está sendo violado - e, só porque se trata de um inimigo político, a maioria bate palmas.

Lembremos-nos de Vladimir Maiakovski (1893-1930): “Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada”.

Pense nisso!

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