Romoaldo de Souza | Notícia

Gilmar Mendes recua e julgamento de Collor volta ao plenário virtual

Investigar que é bom pouca gente defende, mas há quem sugira que o cidadão veja seu dinheiro ir pelo ralo para cobrir o roubo no INSS

Por JC Publicado em 26/04/2025 às 21:38

O VAI E VEM DE GILMAR
Numa comparação trivial, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agiu como um juiz de futebol, com razoável bom senso, que apita uma partida que já está no final do segundo tempo, 3 x 0 para o time da casa. Não faz sentido o árbitro dar alguns minutos de prorrogação. Gilmar Mendes desistiu de levar o julgamento do ex-presidente Fernando Collor do Mello para o plenário físico. Vai no virtual, mesmo.

PAGAMOS, NÃO. PAGUEI!
Em um daqueles atos de contrição de que todo político adora, o presidente Lula da Silva (PT) disse que, como cristão, “foi uma dívida que nós pagamos”, referindo-se à presença da comitiva brasileira ao funeral do papa Francisco (1936-2025).

SE BEM…
…que o presidente do Brasil tem lá suas razões em pluralizar o verbo pagar. Os brasileiros é que pagaram as despesas. Lula levou uma das maiores comitivas a Roma. Oficialmente, 18 integrantes.

‘PROVÃO’ DE MEDICINA
Não é de hoje que a multiplicação da quantidade dos cursos de medicina no país faz cair a qualidade dos “doutores” recém-formados. Com isso, cai bem a proposta do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) para que sejam realizados exames de proficiente naqueles que saíram dos bancos escolares.

HOBIN HOOD COM DINHEIRO ALEIO
Após operação da Polícia Federal para prender uma quadrilha que surrupiou mais de R$ 6 bilhões de aposentados e pensionistas do INSS, a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) propôs que o caixa do governo federal arque com o prejuízo. A alegação da parlamentar é de que “houve danos materiais e psicológicos e que essa é a melhor alternativa para sanar esses danos”.

QUE LIVRO, MINHA GENTE!
Se Gabriel García Márquez (1927-2014) deveria ser obrigatório para quem está buscando um lugar ao sol, no mundo da literatura, “A Caminho de Macondo”, Editora Record, 2024, é leitura imprescindível. Ficções escritas entre 1950-1966 vão preparando “o terreno” para que o leitor, finalmente, chegue em sua obra mais contemplada: “Cem Anos de Solidão” [1967]. Eu que sou do tipo de leitor que vai riscando o livro, marcando com lápis, grifando com caneta, destacando com marca texto, pinçei esta frase: “como prova final de sua inocência [a mulher] oferecia-se para confessar-se com o padre Ángel em voz alta e na presença do marido”.

PENSE NISSO!
O Brasil vai carregar talvez por um longo tempo, ainda, o enigma de dois pesos e duas medidas. Praticamente impossível de ser entendido.

Somente para ficar em um deles. Lembrei-me disso quando vi o ex-presidente Fernando Collor de Mello preso por participar de um esquema de corrupção. Segundo a Justiça ele teria arrecadado R$ 20 milhões em propina, durante os governos do PT - segundo mandado de Lula e o primeiro de Dilma Rouseff. Condenado, ninguém no STF propôs a anulação das provas. Está preso.

Outras figuras do cenário brasileiro confessaram - assim como Collor não nega - recebimento de propina, distribuição dos valores arrecadados. Bens bloqueados. Processos anulados.

Por quê a Lava Jato valeu para Collor e não valeu, por exemplo, para o ex-ministro Antonio Palocci, que teve as provas que apresentou anuladas pelo mesmo Supremo Tribunal Federal?

Aproveite o domingo com sua família e os seus botões. Por quê?

Pense nisso!

 

 

 

 

Compartilhe