Romoaldo de Souza | Notícia

Supremo começa a julgar a turma do "faz tudo"

No Poder Executivo, a preocupação do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, é aprovar, o quando antes, a PEC da segurança pública

Por Romoaldo de Souza Publicado em 21/04/2025 às 16:24

‘ENTRE LE CIEL ET LA MER’
O compositor francês Andre Popp (1924-2015) estava certa vez visitando a litorânea cidade de Agadir, no Marrocos, quando presenciou o que ele chamou de ‘cenas de abuso de autoridade’. Um possível imigrante que estava sem documentos, tinha acabo de ser roubado, corria à delegacia comunicar às autoridades, mas acabou preso sem direito a justificativa. Ali mesmo, na mureta do cais, Popp “alinhavou” os primeiros acordes de uma de suas músicas mais populares, que no Brasil recebeu o nome de “Entre o Céu e o Mar”.

NAS ÁGUAS TURVAS DO STF
Ouvindo minha playlist no aleatório, lembrei-me dessa música e da história contada pelo maestro parisiense porque checava a agenda da semana e me deparo com uma nota do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. Em resumo, o jurista resolveu contestar uma matéria de “The Economista”. Segundo Barroso, foi necessário um Judiciário independente para enfrentar os “golpistas” [aspas minhas] e que a reportagem da revista expressa uma linha de raciocínio que é a “mesma dos que tentaram um golpe”.

ALGO PARECE ERRADO
Se para os juízes do Supremo Tribunal Federal esse “teatro” julga uma tentativa de golpe de Estado, mas a revista britânica usa a mesma linguagem daqueles “que tentaram um golpe”, temos, aí, um silogismo perfeito para que a conclusão do julgamento seja posta.

NO BANCO DOS [FUTUROS] RÉUS
A turma do “faz tudo”, também chamada de pau-pra-toda-obra - que vai a julgamento a partir desta terça-feira - tem um general e um coronel da reserva, três delegados da Polícia Federal, um ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal e o ex-assessor internacional do Planalto, na gestão de Jair Bolsonaro (PL).

‘ISOLA!’
Nas duas ocasiões em que esteve com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, não usou essa expressão, mas deixou clara sua inquietação com o discurso do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que tem sido contrário à proposta de emenda constitucional.

O CAFÉ DO PAPA
Maio de 2015, Francisco estava ainda comemorando os dois anos de pontificado, quando um amigo em comum me instigou a mandar um café para o argentino, seguramente um consumidor de mate, com açúcar. Preparei um catuai amarelo, produzido na fazenda dos Pinheiros [1.250 metros de altitude]. Notas de frutas amarelas e leve toque de amêndoas. O cardeal Raymundo Damasceno Assis pegou o pacote, e levou também uma caneca do Café & Conversa. Juntos tomaram o café brasileiro de que tanto Francisco gostava. Durante anos o café “oficial” do Vaticano era das safras do sertão da baiano, na região de Piatã. O papa mandou uma cartinha para os produtores do café.

PENSE NISSO!
Nos números oficiais, o Brasil do governo do presidente Lula da Silva (PT) bateu a “casa” de 1 milhão de casos da dengue.

E você, por mais boa vontade que tenha, não vê com frequência uma campanha em massa no rádio, na TV e na internet, falando de vacinação, de modos para evitar o mosquito.

E pensar que a prioridade do governo é a urgente regulação das mídias sociais.

Pense nisso!

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