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Romoaldo de Souza: Galípolo cala a boca do PT e mostra a importância do Banco Central autônomo

Na Câmara, PL compara o ex-presidente Jair Bolsonaro a super-heróis da Marvel e anuncia obstrução na pauta até votação do projeto de anistia

Por Romoaldo de Souza Publicado em 27/03/2025 às 20:29 | Atualizado em 28/03/2025 às 8:38

TRETA NOS TRIBUNAIS

No Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Otávio Noronha (Três Corações-MG) estava “com a corda toda”. Discorrendo sobre a “agilidade” dos baianos, se apropriou da figura de linguagem homônimas. Palavras com pronúncias iguais, mas significados diferentes.

- Você já sabe, né? Baiano que joga basquete. Dizem que o baiano é tão ágil, tão ágil, que quando joga basquete, ele arremessa a bola na sexta e ela só cai no sábado”. Alguns colegas até riram.

TEM QUEM NÃO GOSTE

No prédio ao lado, funciona o Tribunal Superior do Trabalho (TST). Na última sessão da semana, o ministro Cláudio Brandão (Ruy Barbosa-BA) tomou as dores dos conterrâneos, contra quem alimenta “narrativas preconceituosa”. Brandão discorreu sobre baianos que “trabalharam” para o desenvolvimento do país e afirmou que “numa sociedade preconceituosa, não basta não ser preconceituoso, é preciso combater o preconceito em todas as suas formas”.

BANCO CENTRAL INDEPENDENTE

O economista Gabriel Galípolo, presidente do BC, jogou por terra todos os argumentos de petistas graúdos que culparam o ex-presidente do banco Roberto Campos Neto pelo “roteiro” dos juros altos. “Eu já tinha dito que Roberto [Campos Neto] tinha sido generoso na última reunião de permitir que eu pudesse assumir um papel maior de protagonismo ao longo da discussão”, durante reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).

COM A VIOLA NO SACO

Procurados, nem o Palácio do Planalto nem a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, muito menos o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, ninguém quis comentar as declarações da Galípolo que, em outras palavras, afirmou que foi ele, e não Campos Neto, quem manteve a política de juros altos, justamente porque o governo Lula (PT) não quer tomar as medidas adequadas para possibilitar a redução das taxas de juros.

OU VAI OU RACHA

A semana que vem promete na Câmara dos Deputados quando o PL ameaça por em prática obstrução total das votações no plenário da Casa, até que seja colocado em pauta o projeto da anistia aos envolvidos no quebra-quebra em Brasília, no 8 de janeiro de 2023. O líder do partido, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciou que a legenda vai cruzar os braços para que “nada, absolutamente nada” seja votado. “Se pensaram que a gente ia baixar a cabeça, hoje (27) já começamos a obstruir. Hoje aqui na Câmara, ninguém vai fazer nada”.

AINDA BEM!

O PL resolveu comparar o ex-presidente Jair Bolsonaro a um dos super-heróis da Marvel. “Nem todo herói usa capa ou faz filme para a Marvel”. O Homem-Aranha agradece.

ENGRAÇADINHO…

… magistrado quando tenta ser engraçado em julgamento sério acaba “escorregando na maionese” das comparações. No Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Flávio Dino disse que “alguns militares” costumam ser “mais apaixonados por suas armas do que por seus cônjuges”.

PODERIA DORMIR SEM ESSA…

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), general da reserva, chamou de “maldosas” as declarações de Flávio Dino sobre integrantes das Forças Armadas. “Ele [Dino] demonstrou preconceito e fez maldosas generalizações”.

MOEDA DE TROCA

“Dono” de uma bancada com 42 deputados, 8% do total de parlamentares, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab ficou sabendo, pela imprensa, que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, tinha desengavetado uma investigação por corrupção, lavagem de dinheiro e caixa 2, contra ele. Moraes, ainda que indiretamente, pressiona o PSD a votar contra o projeto da anistia aos baderneiros do 8 de Janeiro de 2023.

PENSE NISSO!

O PT nunca aceitou muito a ideia de um Banco Central autônomo, sem as amarras e os arreios do Poder Executivo. Os petistas sempre tiveram um BC para chamar de seu.

Veio a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do senador Plínio Valério (PSDB-AM), o PT trabalhou contra, a medida foi aprovada e hoje o país tem um Banco Central que não está no organograma, submisso ao Planalto.

Nos dois primeiros anos do governo Lula, a legenda sempre culpou o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, indicado no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Na era Lula, o governo indicou Gabriel Galípolo e achou que o economista diria “sim senhor” às pressões petistas.

Deu no que deu. Agora não tem mais Campos Neto para o governo Lula jogar a culpa pela própria falta de aptidão para governar sem sabotar a economia.

Pense nisso!

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