Romoaldo de Souza | Notícia

Romoaldo de Souza: Bolsonaristas jogam a toalha. Julgamento já foi precificado por eles

Nem só de julgamento da denúncia de tentativa de golpe vive Brasília. Na Câmara, deputados fazem hoje sessão para homenagear oficiais de Justiça

Por Romoaldo de Souza Publicado em 25/03/2025 às 19:52 | Atualizado em 26/03/2025 às 8:33

ÁGUAS DE MARÇO

Ainda que figurada, a mensagem de Tom Jobim (1927-1994) ”São as águas de março fechando o verão. É a promessa de vida no teu coração” espantou manifestantes bolsonaristas da praça dos Três Poderes, durante o julgamento de oito denunciados de uma suposta trama de golpe de Estado, entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Faltou manifestante, sobraram barracos e as últimas chuvas de março, no Planalto Central.

PUXA ENCOLHE

Parlamentares que apoiam “nosso líder Jair Messias [Bolsonaro]”, entre eles o deputado federal Coronel Meira (PL-PE), foram barrados e não conseguiram entrar no acanhado plenário da primeira turma. “Mais que uma injustiça. É uma falta de respeito, p*, eu sou parlamentar, que representa o povo pernambucano”. Meira não aceitou acompanhar o julgamento “de dentro de um galinheiro, sem acesso ao plenário”. O local tinha sido oferecido aos deputados que não entraram no plenário. “Assistir ao julgamento pela TV é melhor eu ir pro meu gabinete”, e saiu bufando.

PROVOCAÇÃO

Um dos motivos da ira de Meira foi que o STF convidou familiares de mortos e desaparecidos da ditadura militar - presentes no plenário da primeira turma. Entre eles a jornalista Hildegard Angel, filha da estilista Zuzu Angel (1926-1976); um filho e um neto do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975).

ABUSO DE AUTORIDADE

A detenção do advogado Sebastião Coelho, pela Polícia Judicial, dentro do STF, será tema de um “pedido de informação de procedimento” por parte da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A entidade foi chamada a sair em defesa de Coelho que atua em favor de Felipe Martins, ex-assessor do governo Bolsonaro. O ex-desembargador foi detido por um suposto “desacato ao STF”.

DIA DO OFICIAL DE JUSTIÇA

A data - 25 de março - estava consensuada para ser comemorado a dia da categoria, “acabou sendo “embaçada” e o projeto de lei que reconhece o trabalho dos oficiais de Justiça como “atividade de risco” não foi votado. “Eu já estive dos dois lados. Posso garantir que como policial militar eu corri menos risco do que como oficial de Justiça”, disse à coluna Welligton Lira, presidente da Assojaf-PE.

LUZ DO SOL

O deputado Carlos Veras (PT-PE) disse ao Jornal do Commercio que segue trabalhando pela aprovação do projeto lei que prevê instalação de placas solares para a agricultura familiar. “A medida fortalece a atividade dos agricultores familiares” e prever a instalação de placas de geração de energia solar. “Com isso, vamos fomentar a produção e garantir comida mais barata”, disse Veras.

FARMACÊUTICO NÃO É MÉDICO

Um projeto de decreto legislativo visa a revogar resolução do Conselho Federal de Farmácia que dá respaldo a profissionais farmacêuticos com poderes para prescrever medicamentos no balcão da farmácia. O projeto de autoria do senador Dr. Hiran Gonçalves (PP-RR) argumenta que “farmacêutico não tem diploma para receitar medicamentos”.

PENSE NISSO!

Dia desses, escrevi nesta coluna que, para o STF, já está precificada a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e “a organização criminosa (que) documentou seu projeto de golpe de Estado", como disse o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Pelo andar do julgamento, os argumentos da acusação e o voto incisivo do relator, Alexandre de Moraes, os grupos bolsonaristas - inclusive no Parlamento - tão pouco nutrem esperança de que o “grande líder” seja absolvido.

Até pela ínfima quantidade de manifestantes na praça do Três Poderes, onde ocorre o julgamento, os bolsonaristas estão em busca de um novo líder.

Pense nisso!

Saiba como assistir aos Videocasts do JC

 

 

 

 

Compartilhe