João Campos atribui acordo do Metrô do Recife à gestão Lula e diz que ofereceu apoio
Prefeito do Recife afirma que modelo de solução surgiu em 2019, mas não ocorreu antes por falta de aporte da gestão presidencial anterior
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O prefeito do Recife, João Campos (PSB), comentou o acordo firmado entre os governos federal e estadual para destinar R$ 4 bilhões ao Metrô do Recife. Ele participou da reunião realizada na última terça-feira (16), em Brasília, que formalizou o entendimento.
Questionado sobre por que gestões anteriores do PSB no Governo de Pernambuco não conseguiram avançar na solução do metrô, João Campos atribuiu a dificuldade à ausência de aporte federal.
“Essa modelagem agora começou em 2019. E por que não foi feita? Porque não tinha um governo que topasse botar R$ 4 bilhões, como o governo federal está botando. [...] Porque tem governos que perseguem adversários políticos, estados, cidades, pessoas, que fazem conta vinculada à eleição, o que não é o caso do presidente Lula", disse João Campos em entrevista à Rádio Jornal, nesta sexta-feira (19).
João Campos disse que o acordo atual prevê a criação de um fundo garantidor para assegurar a aplicação dos recursos, independentemente de mudanças no comando do governo federal.
“Era um compromisso do presidente Lula criar um fundo garantidor para garantir que, podia ser quem fosse no governo federal, o fundo com R$ 4 bilhões fosse utilizado independentemente de quem está no governo, porque o foco é no usuário. Isso já foi discutido lá atrás e não foi feito porque faltava Lula ser presidente", completou.
O papel da prefeitura
Ao ser questionado sobre o papel da Prefeitura do Recife a partir de agora, João Campos afirmou que a administração do metrô não pode ser municipal, por se tratar de um sistema metropolitano.
Na última quarta-feira (17), a governadora Raquel Lyra cobrou que prefeitos assumam responsabilidade na mobilidade da Região Metropolitana.
"Qual é a capital brasileira que administra o metrô no Brasil? Nenhuma. O próprio nome já diz: é metropolitano. Então não tem como uma cidade administrar um metrô. Como o Recife vai administrar o metrô se tem parada no Recife e no Cabo? Agora, se colocar à disposição para ajudar e participar, com certeza. Eu já tinha falado com o presidente Lula da importância de fazer isso, com o presidente do BNDES, ministros do governo e a bancada federal também", garantiu João, sem revelar detalhes dessa participação.
O prefeito afirmou que o modelo em discussão parte do impacto para o usuário do sistema. "O importante é que isso se resolva. Tem que ir de trás para frente: o que é melhor para o usuário? Com base nisso você constrói um modelo, e essa forma que está sendo construída é a melhor forma, e segura para o Estado de Pernambuco.”
Por fim, João Campos disse que o BNDES ficará responsável pelas próximas etapas do processo e que o custo principal ficará com o governo federal.
“Quando o presidente diz ‘eu crio um fundo garantidor’, o BNDES vai conduzir a licitação, a concessão e o plano de investimento. Só depois disso tudo dar certo você passa para o Estado e ainda tem um caminho de você financiar a manutenção disso. Foi dado todo o caminho para que isso seja resolvido com ônus para o governo federal e com uma proteção para o Estado. Isso não se faz com discurso, só se faz quando se tem interesse federativo", finalizou.
Assista à entrevista com João Campos
