Julgamento | Notícia

Motorista acusado de matar a ciclista Marina Harkot vai a júri popular depois de mais de quatro anos

Pedindo por justiça, familiares e amigos da vítima farão uma nova vigília em frente ao Fórum da Barra Funda no dia do julgamento, a partir das 11h

Por Giovanna Lopes Publicado em 20/01/2025 às 15:24

O julgamento de José Maria da Costa Júnior, acusado de atropelar e matar a ciclista Marina Kohler Harkot em 2020, será realizado no próximo dia 23 de janeiro, no Fórum da Barra Funda, em São Paulo.

O caso, que se tornou um marco na luta por justiça e segurança no trânsito, chega ao júri popular após mais de quatro anos de espera.

Inicialmente marcado para junho de 2024, o julgamento foi adiado após a defesa do réu apresentar um atestado médico alegando dengue, o que posteriormente foi desmentido por exames negativos.

O Ministério Público pediu a abertura de uma investigação contra a médica que forneceu o documento falso.

O caso

Marina Harkot, de 28 anos, foi atropelada na Zona Oeste de São Paulo enquanto pedalava de volta para casa. José Maria da Costa Júnior, que dirigia embriagado e em alta velocidade, não prestou socorro e fugiu do local.

Imagens de câmeras de segurança mostraram o réu chegando em casa após o atropelamento, visivelmente embriagado e rindo. Após um período foragido, apresentou-se à polícia somente após a ameaça de prisão.

José Maria é acusado de homicídio doloso qualificado, com agravantes por colocar a segurança pública em risco e por sua conduta após o crime.

A vítima

Marina Harkot era socióloga formada pela Universidade de São Paulo (USP), onde cursava doutorado e atuava como pesquisadora no Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade / FAU-USP).

Ela era referência no estudo de mobilidade urbana e ativismo, com uma dissertação de mestrado que se tornou essencial no debate sobre mobilidade ativa e desigualdades de gênero.

Para a família de Marina, o julgamento representa um marco na busca por justiça. “O julgamento não irá trazer minha filha de volta, mas é uma resposta a essa sensação de impunidade que acompanha a nossa família e tantas outras pelo Brasil”, afirmou Maria Claudia Kohler, mãe da ciclista.

Compartilhe