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Indústria da construção em Pernambuco gera R$ 11,2 bilhões em valor de obras e serviços

Entre 2014 e 2023, Serviços especializados para construção apresentou o único aumento de participação no valor de obras, de 17,8% para 24%

Por Lucas Moraes Publicado em 22/05/2025 às 16:48

A indústria da construção em Pernambuco gerou R$ 11,2 bilhões em valor de incorporações, obras e/ou serviços em 2023. O Estado tinha 1,7 mil empresas de construção, que empregavam 64.394 pessoas. No ano, essas empresas pagaram cerca de R$ 2 bilhões em salários, a maior desde 2016 (R$ 1,7 bilhão). Os dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada nesta quinta-feira (22) pelo IBGE.

Entre 2007 e 2023, o valor das incorporações, obras e/ou serviços da construção foi de um mínimo de R$ 3,3 bilhões, passando por um máximo de R$ 16,4 bilhões em 2013, oscilando até os R$ 11,2 bilhões. O custo total das obras e/ou serviços da construção chegou a R$ 4,4 bilhões , o maior desde 2014 (R$ 4,2 bilhões).

Com relação à quantidade de pessoas que trabalhavam nas incorporações, obras e/ou serviços da construção, e nas empresas de construção (todas com 5 ou mais pessoas ocupadas), o quantitativo de 64.394 trabalhadores do fim de 2023 era menor que o do ano anterior, quando o Estado havia registrado 65.593 pessoas ocupadas.

Mas ainda assim é maior que o observado nos três anos anteriores à pandemia da Covid-19. Sendo superado pelo ano de 2016 com 72.410 trabalhadores. O máximo da série histórica foram 140.638 trabalhadores em 2011.

CENÁRIO NACIONAL

A indústria da construção gerou R$ 484,2 bilhões em valor de incorporações, obras e/ou serviços em 2023, sendo R$ 461,6 bilhões em obras e/ou serviços e R$ 22,6 bilhões em incorporações. O País tinha 165,8 mil empresas de construção, que empregavam 2,5 milhões de pessoas. No ano, essas empresas pagaram R$ 89,6 bilhões em salários. 

Entre 2014 e 2023, Serviços especializados para construção apresentou o único aumento de participação no valor de obras entre os segmentos, de 17,8% para 24,0%, sua maior parcela da série histórica. Já para os outros segmentos da indústria da construção, a participação no valor total de obras de Construção de edifícios diminuiu de 43,9% para 39,8%, enquanto Obras de infraestrutura recuou de 38,3% para 36,3%.

O analista da pesquisa, Marcelo Miranda, exemplifica que Serviços especializados para construção podem ser entendidos como serviços de pintura ou instalação de tubulação, entre outros, geralmente sublocados em grandes projetos por empresas maiores, e comenta o crescimento do segmento. “Isso pode ser reflexo de uma crescente demanda por expertise técnica e serviços de alta especialização na execução de projetos de construção. Apesar do crescimento, esse segmento manteve-se como o terceiro da indústria”.

A Região Nordeste se manteve no segundo lugar do ranking regional, apesar da queda de 0,5 p.p. em 10 anos, atingindo 18,1% de relevância no mercado nacional da construção. 

Em dez anos, indústria da construção perdeu 14,7% dos postos de trabalho

Em 2023, as 2,5 milhões de pessoas empregadas na indústria da construção representaram uma redução de 14,7% (-425,4 mil) frente a 2014. A ocupação se dividiu da seguinte forma: 37,6% trabalhando na Construção de edifícios; 32,8%, em Serviços especializados para construção; e 29,6%, em Obras de infraestrutura. Em 2022, eram 2,3 milhões de pessoas ocupadas na indústria da construção.

“Nos últimos 10 anos, houve uma mudança significativa na distribuição de empregos entre esses setores. O segmento de Obras de infraestrutura perdeu espaço, passando do segundo para o terceiro lugar, enquanto Serviços especializados para construção cresceram, aproximando-se do segmento de Construção de edifícios, que permaneceu como o principal empregador ao longo de quase todo o período”, destaca Miranda.

 

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