Onde os livros estão vivos

A imprescindibilidade da leitura é o óbvio a ser repetido e repetido. E para que haja o encontro dos olhos com as páginas, a necessidade igualmente imprescindível de lugares de leitura e de gente cujo trabalho e dedicação se destinam a tanto. Nas escolas, nas bibliotecas, nas livrarias, com professores, bibliotecários, mediadores, escritores, editores, livreiros, ilustradores, tradutores - e assim, ao fim de um processo longo, belo e muitas vezes, cansativo, leitores que possam ter acesso à leitura.
Também são cada vez mais imprescindíveis, num país em que a alegria e o sofrimento da feitura e exposição de livros andam de mãos dadas, os encontros literários - das festas, festivais, feiras e bienais. “Já havia me esquecido dessa sensação boa de estar em festas literárias, os reencontros com os amigos, as novas amizades. Nesse Flipoços, por exemplo, tive o prazer de estar com o Itamar Vieira e conhecê-lo além do que lemos nas redes sociais”, conta a escritora premiada Karine Asth, autora de “Dentro do nosso silêncio” (Paralela), participante do Festival Literário Internacional de Poços de Caldas. No evento, a vencedora do Jabuti na categoria Romance de Entretenimento conversou sobre “Maternidade, paternidade e dramas familiares na literatura contemporânea”, com Cibele Laurentino, Jaqueline Lima e Guilherme Marchi, e Bianca Pontes na mediação.

Em artigo publicado no Jornal Rascunho há poucos dias, o ativista literário, editor e escritor José Castilho resgata a emoção das festividades em torno dos livros: “É um sentimento de doce ansiedade com uma certeza que se afirma a cada evento – a de que encontrarei bons livros e amigos velhos ou novos que terão o mesmo brilho nos olhos simplesmente por estarem ali. As festas literárias sempre são lugares onde o entusiasmo e a alegria estão presentes, mesmo quando os dissabores de uma atividade apaixonante, mas pouco lucrativa para a maioria dos autores, editores e livreiros, tomam conta das conversas”. Leia o artigo na íntegra em www.rascunho.com.br.

Os eventos literários são encontros de amigos, muitos dos quais se descobrem amigos na proximidade ocasionada pela literatura em estado vivo: na atenção ao que se diz e se escuta, no emparelhamento dos livros com leitores, na energia vibrante que recarrega o ânimo de profissionais extenuados pelo desincentivo à transformação, ao deleite e à inquietação de que a leitura é capaz de proporcionar.

 

Olhar da criança

Em publicação da Moah!, a editora e designer Heloisa Hernandez lançou, no Flipoços, “Meu Mundo em Palavras: a vida pelo olhar da criança”. No livro, as crianças respondem a perguntas “ora simples, ora mais reflexivas”, por meio de desenhos, fotos e textos livres. Para a autora, “a opinião das crianças, a forma como enxergam o mundo e a si mesmas refletem quem são, seus valores. Tudo isso deve ser preservado e revisitado ao longo dos anos”.

Ariano na ABL

A Academia Brasileira de Letras (ABL) dá início nesta terça, 6, ao Ciclo de Conferências Em torno de Ariano Suassuna, com a coordenação de Joaquim Falcão. O primeiro de quatro encontros, sempre às terças em maio, será “O Barroco sertanejo de Ariano Suassuna”, por Bráulio Tavares. Na sede da ABL, no Rio de Janeiro, às 4 da tarde, com transmissão ao vivo no Youtube da entidade.

Filmes proibidos

Bruna Lombardi lança nova edição de seu primeiro romance, “Filmes proibidos”, na quinta, 8, no Rio de Janeiro. A publicação é da Record, com texto de orelha de Giovana Madalosso, e da quarta capa por Rodrigo Lacerda. Na Livraria da Travessa do Shopping Leblon, às 7 da noite.

 

10 anos de Favelofágico

Em comemoração por uma década de atuação, o Bando Editorial Favelofágico lança seis livros na quinta, 8, no Rio de Janeiro. Com obras de Adriana Kairos (“Maré”), Daniel de Abreu Brasil ("Porque as lágrimas não vertem”), Diogo Lyra (“A febre de Momo”), Isabel Marz (“Mímesis”), Mauro Siqueira (“Pequenas colisões”) e Steffany Dias (“Mormaço”). “Os livros buscam corrigir desigualdades, fazem críticas sociais e passeiam por temas politizados, mas sempre investindo muito na forma”, diz o editor Felipe Eugênio. Na Livraria Folha Seca a partir das 18h.

Esboço em pedra e sonho

Marília Arnaud faz o lançamento de seu novo livro em Campina Grande, na Paraíba, nesta quinta, 9. “Esboço em pedra e sonho” é publicado pela Faria e Silva. Os autógrafos serão no Museu de Arte e Ciência (MAC), a partir das 7 da noite.

Lella Malta

Escritora, curadora e produtora cultural dedicada a despertar a literatura nas mulheres, Lella Malta celebra dez anos de carreira em Brasília, na quinta, 8. Na ocasião, promove a nova edição da série de romances #WeHo, com revisão e preparação de Wélida Muniz e capas ilustradas por Anne Pires. No Resenha Bar e Restaurante, a partir das 5 e meia da tarde.

Einstein no Brasil

Organizador de “Os diários de viagem de Albert Einstein”, Ze’ev Rosenkranz estará na conferência de abertura do evento “Cem anos da visita de Einstein ao Brasil”, na quinta, 9, às 8h50, no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro. Haverá sessão de autógrafos à tarde, a partir das 15h45. A publicação é da Record, com tradução de Alessandra Bonrruquer.

 

Beth Goulart é Clarice

Na próxima sexta, 9, começa no Rio de Janeiro nova temporada da peça “Simplesmente eu, Clarice Lispector”, com Beth Goulart. Criado a partir de depoimentos, entrevistas e cartas de Clarice Lispector, o espetáculo, considerado pela atriz como “uma ode ao amor”, já foi visto por mais de 1 milhão de pessoas em quase 300 cidades no Brasil. No Teatro Clara Nunes, sextas e sábados às 20h, e domingos às 19h.

Prêmio Candango

O 2º Prêmio Candango de Literatura será lançado na sexta, 9, em evento com a presença do curador, o escritor João Anzanello Carrascoza. A partir das 7 da noite, na Sala Martins Pena do Teatro Nacional, em Brasília.

Saudade

Alessandra Roscoe e Odilon Moraes lançam “Saudade” no sábado, 10, a partir das 3 da tarde, na Pé de Livro, em São Paulo. É o segundo livro da trilogia “Medos desacontecidos”. A publicação é da Biruta.

 

A cor da máquina de escrever

“Desde que comecei a escrever com máquinas retrôs, queria ter uma Hermes Baby, e chegou a minha vez”, conta a escritora Marina Hadlich em suas redes sociais. Graças a uma amiga que conhece a fama da “moça da máquina de escrever” que cria histórias de graça, a partir de uma palavra de inspiração, nas ruas de Florianópolis e em eventos literários, para quem pedir, ela tomou conhecimento do anúncio de venda. E assim se realizou “a felicidade de ter uma máquina de escrever charmosa e vermelha”, diz Marina.