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Crises produzidas pelo Governo impedem Brasil projetar imagem de liderança no agro onde o investimento em conhecimento nos diferencia

Agronegócio foca na adoção massiva de tecnologia de ponta para exportar e ser competitiva global, industria parece se contentar com mercado interno

Por Fernando Castilho Publicado em 31/05/2025 às 0:05 | Atualizado em 31/05/2025 às 17:51

Um país crescer num trimestre 12,2% na Agropecuária em cima de um crescimento anterior de 10,2% como conseguiu em 2023 e depois de cravar 18,8% em 2022 é um fato extraordinário qualquer que seja o indicador. Por isso, quando o número do primeiro do PIB trimestre de 2025 cresce 1,4% frente ao quarto trimestre de 2024 é um motivo para o governo comemorar.

Mas como o menino chato que se queixa de tudo, o governo prefere destacar o crescimento dos serviços que cresceu 0,3% ou reclamar da taxa negativa do setor industrial que caiu 0,1% mantendo uma performance que não avança.

Crescimento 2025

A bem da verdade, salvo o ministro da agricultura, Carlos Fávaro, as autoridades falam da taxa geral, das perspectivas de crescimento de 2025 que podem chegar a 2,5%, quase reclamando do PIB agropecuário.

O governo só fala bem do PIB Agropecuário quando comemora o crescimento das exportações sem desagregar a informação do que está embarcado nele. E o que está embarcado no PIB agropecuário é muito importante porque para as exportações ele precisa ser validado em cada um dos países compradores.

Ricardo Stuckert/PR
Carlos Fávaro (PSD) foi o único até o momento a receber 100% dos recursos solicitados no valor restante do Orçamento Secreto, que está sob responsabilidade do governo Lula - Ricardo Stuckert/PR

Competitivo

E o Brasil só se tornou competitivo no agro porque foi exposto à concorrência internacional e foi validado. O país passou a liderar as exportações. E como o Brasil virou líder em sete das 10 principais commodities estando em primeiro lugar em algumas delas. Porque investiu e investe pesado na pesquisa, associou a tecnologia de ponta que vai da engorda da terra à semente adequada. No uso cada vez maior da Inteligência Artificial no gerenciamento de culturas para a mesma área.

Mas esse diferencial não está na página central do governo que, ao visitar uma fazenda que está no estado da arte de produção de milho, soja, algodão e arroz, prefere destacar a entrega de um trator numa propriedade de um assentamento.

Sem falar do agro

O governo parece ter vergonha do sucesso do agro high-tech que veio da Embrapa criada nos governos militares. E que consegue entregar no porto uma produção que viaja em cima de caminhão em estrada de terra. O que nos leva a pergunta: O governo já fez a conta da produtividade geral se o Brasil tivesse estrada boa e ferrovia?

Mas o agro não tem simpatia. Aliás, o governo Lula - que não consegue falar com os evangélicos - não quer falar com o agro. Talvez temendo a associação de que apoia o latifúndio em detrimento da agricultura familiar que está no Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).

Ricardo Stuckert
Lula da Silva no assentamento Santo Antônio da Fartura. Campo Verde (MT) - Ricardo Stuckert

Quem entrega

O problema é que quando chega na hora do PIB quem entrega é o agronegócio de classe mundial. E que mostra que hoje está ficando tão grande que está motivando uma nova indústria e demandas de serviços para se manter competitivo.

O PIB do primeiro trimestre mostra que nas atividades industriais, houve queda nas Indústrias de Transformação (-1,0%) e na Construção (-0,8%). E que na Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (1,5%) e as Indústrias Extrativas (2,1%) tiveram desempenho positivo. E os setores que cresceram tiveram forte conexão com o agro que cada vez mais usa esses insumos na sua produção.

Máquina no agro

É verdade que a Formação Bruta de Capital Fixo (Quando as empresas compram mais máquinas) avançou 9,1% no primeiro trimestre de 2025, quinta alta nessa comparação, tendo obtido taxas 10,8% e 9,4% no terceiro e quarto trimestres de 2024. Mas, ainda assim, o aumento foi puxado pelo desempenho foi puxado pelo crescimento da atividade de Construção, que começou a se automatizar.

Talvez porque no Brasil, a questão da indústria tem a ver com realidades bem diferentes da agropecuária. O mercado interno (com subsídio) ajuda a indústria ineficiente a se manter. E só vai para o exterior quem quer alçar voos mais altos.

Mercado interno

Quem se contenta com menor produz apenas para o mercado interno. Isso garante uma indústria que a cada ano perde relevância internacional, mas que gera venda lá fora e se mantém aqui.

O agro exportador não tem como vender sua produção apenas no mercado interno. E aí ele se estruturou para o mercado global. Por uma dessas ironias o Brasil não definiu ser competitivo em alguns itens que tem vocação e competitividade. Contentou-se com o mercado interno e sobreviveu por décadas protegido.

Concorrência

O problema é que agora com as importações (especialmente da China) não dá mais para sobreviver. E aí o sucesso do setor agropecuária vira âncora do crescimento de toda a economia. O que apesar do sucesso não dá conta num país como o Brasil.

DIVULGAÇÃO IFOOD
O iFood recomenda que os clientes desçam para receber o pedido - DIVULGAÇÃO IFOOD
 

Abrapp propõe previdencia de aplicativo

A Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) apresentou por ocasião do 14º Seminário de Investimentos nas EFPC a proposta de criação de um modelo de previdência complementar voltado exclusivamente para trabalhadores de aplicativos.

De acordo com o presidente da Abrap, Devanir Silva, hoje, existem cerca de 70 milhões de brasileiros em idade ativa fora de qualquer regime previdenciário, seja público ou privado. Nesse grupo, aproximadamente 2,5 milhões de pessoas atuam em plataformas de serviços, como transporte e delivery, sem qualquer tipo de proteção de longo prazo.

Previdenciário

O projeto Micro Pensões da Abrapp propõe a criação de um plano previdenciário digital, com adesão via plataformas e aportes vinculados à atividade profissional. O projeto-piloto está sendo desenvolvido em parceria com grandes empresas do setor, como o iFood, e prevê mecanismos em que parte do valor de cada corrida ou entrega realizada pelo trabalhador é automaticamente destinado à sua conta de previdência.

Divulgação
Conexão Governança Pernambuco, promovido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) - Divulgação

30 anos IBGC

Recife recebeu, nesta quinta-feira (29) o evento Conexão Governança Pernambuco, promovido pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) com as participações de Mariana Moura, da Baterias Moura e fundadora da Evoa Academy; Moacy Freitas, do Grupo Moura; Maria Bofill, sócia em TozziniFreire Advogados; Levindo Santos, da G5 Partners; Fabiana Nunes, sócia na Nunes Costa Advocacia; e Rebeca Leite, da Mobs2. O IBGC também abordou a trajetória e o legado da governança corporativa com um painel comemorativo aos 30 anos do instituto e promoveu o lançamento do livro Jornada de Propósito.

Carroceiros

Segunda-feira, a Prefeitura do Recife, por meio do Gabinete de Proteção e Defesa dos Animais, iniciou o cadastramento de condutores que utilizam veículos de tração animal na cidade. O censo vai até o dia 30 com o objetivo identificar os tutores e contabilizar os animais utilizados a fim de cadastrá-los para benefícios futuros.

Senioridade

Completando 25 anos este mês, o escritório Da Fonte Advogados consolidou-se na assessoria jurídica a empresas, negócios e seus sócios e se destaca como parceiro estratégico com atuação em Pernambuco com atuação nacional.

Divulgação/Shopping Guararapes
Shopping Guararapes mantém sempre um olhar para o futuro - Divulgação/Shopping Guararapes


Prêmio Abrasce

O Shopping Guararapes está entre os finalistas do Prêmio Abrasce 2025 com três projetos que destacam o empreendimento no cenário nacional. As categorias são Inovação e Sustentabilidade, com ações que movimentaram o público e valorizaram a experiência dos frequentadores.

TelComp no NE

A Um Telecom será a anfitriã da primeira reunião no Nordeste da TelComp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas) dia 13 de junho quando membros do conselho da Associação estarão no Recife para definir pautas das telecomunicações no Brasil na definição do cenário futuro das telecomunicações no Brasil e no Nordeste.

13 anos MaxPlural

A Construtora MaxPlural está comemorando 13 anos no mercado de empreendimentos imobiliários residenciais com a pluralidade da sua carteira de produtos, voltada a diferentes estilos de vida e perfis de clientes. A empresa prepara-se no Recife e no Litoral Sul.

Engenharia Florestal

O Brasil comemorou ontem os 65 anos da criação da carreira de Engenharia Florestal, fundamental para a preservação e uso sustentável de seus recursos naturais. Em 30 de maio de 1960, o Decreto Federal nº 48.247, criou o curso de Engenharia Florestal no país que marcou o início de uma nova era para o manejo das florestas brasileiras, até então exploradas de maneira empírica e sem respaldo técnico.

Workshop

Nesta sábado (31), das 8h às 18h a Afya Educação Médica do Recife promove o workshop imersivo como parte do curso “Inteligência Artificial na Medicina” com o especialista em Clínica Médica, Cardiologia e Ecocardiografia e doutor e mestre pelo departamento de Cirurgia da UFPE, Eduardo Lapa, e editor-chefe do site Afya CardioPapers, uma das principais referências em Cardiologia no Brasil. Na sede da Afya Educação, na Avenida Domingos Ferreira, 2324/2336, Boa Viagem.

 

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