Coluna JC Negócios | Notícia

Nordeste concentra maior população D e E com o Recife abrigando as menores populações das classe A, B e C apesar de seu PIB

Estudo mostra que a capital pernambucana teve queda no número de pessoas na classe B e na Classe C ficou em terceiro lugar em queda de renda.

Por Fernando Castilho Publicado em 28/05/2025 às 0:05

Ficou pronto um Estudo Especial “Classes de Renda no Rio”, elaborado pela Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), com o objetivo mostrar como a população carioca está dividida pelas classes de renda, segundo dados da PNAD Contínua Anual do IBGE.

Mas pela abrangência nacional dos dados, o trabalho mostra que o Brasil passou por melhora na renda originada do trabalho entre 2020 e 2023, de acordo com dados oficiais. E também que na Região Nordeste as capitais concentram as grandes parcelas de população nas classes D e E com faixa de salários até R$3.500,00 conhecida como “base da pirâmide” das faixas de renda do Brasil.

Estudo de classes

O estudo focou no perfil das classes Classe A quem possui rendimentos mensais (salários, alugueis, transferências, rendimentos de aplicação) de todos os membros do domicílio acima de R$ 25 mil; Classe B, acima de R$ 8 mil até R$ 25 mil; Classe C, acima de R$ 3,5 mil até R$ 8 mil; e Classe D/E, até R$ 3,5 mil.

E encontrou 565,3 mil cariocas na Classe A, com rendimentos mensais de todos os membros do domicílio acima de R$25 mil. Na comparação entre 2023 e 2020, houve um aumento de 19,4% da população da Classe A do Rio, com um aumento de 91,8 mil pessoas nesse patamar.

Arte JC
Cidades com melhor numero de poessoas com renda alta e na Classe A - Arte JC

Gente da classe B

O contingente de pessoas da Classe B, com renda entre R$8 mil e R$25 mil, no Rio, corresponde a 27,7% da população. E encontrou um contingente de pessoas da Classe B, com renda entre R$8 mil e R$25 mil, no Rio, correspondente a 27,7% da população.

A análise mostra que a Região Sul sai na frente na classificação “B” no país onde Florianópolis lidera a maior parcela de população com renda acima de R$8 mil até R$25 mil. E mostra que São Paulo é a capital brasileira na “Classe C”, com 315,5 mil pessoas, seguida de Brasília (Capital Federal) com 46,0 mil pessoas com esse nível de renda.

Maior e mais pobre

Por sua vez o pessoas das classes D/E, no Rio, é de 2,2 milhões, o que significa 31,9% da população carioca, mostrando que contingente de cariocas das classes D/E diminuiu 11,6% desde 2020, com 285,3 mil pessoas deixando esse nível de renda.

Como o estudo foi trabalhado em cima de dados nacionais, ele permite que as demais capitais possam verificar sua posição no quadro geral do Nordeste. E os números não são bons. Enquanto Vitória (ES) tem quase 10% de sua população classificável como Classe A (9,5%) com o Rio de Janeiro em terceiro (8,3%) a primeira cidade do Nordeste é João Pessoa com 6,9% seguida de Natal (5,8%) e Teresina como 4,7%, o Recife tem taxa de apenas 2,1% igual a de Salvador. As duas capitais abaixo de Fortaleza com 3,2%.

Divulgação
Bairro do Recife capitalk de nordeste comoi maior numero de pessoas de Classe D e E. - Divulgação

Metade vive bem

Um dado interessante quando se trata da população da Classe B (com renda entre R$ 8 mil e R$ 25 mil coloca Florianópolis (SC) numa situação ainda melhor com 40,8% com renda entre R$ 8 mil e R$ 25 mil que somada à taxa de Classe A com percentual de 7,9% fazendo a cidade temos quase metade se sua população (48,7%) está nas duas classes do topo da pirâmide social. Nessa junção de percentuais, o Rio de Janeiro lidera no Brasil com 436 mil pessoas das classes A e B.

E o Nordeste? Está no fim da fila. Com perda de 135 mil pessoas, perdendo a condição de classe B, seguida do Recife com 38 mil pessoas e Aracajú com 4,2 mil pessoas, as três únicas da Região a apresentarem números negativos.

NE na classe C

O Nordeste aparece com números ruins quando se trata da presença de pessoas classificadas como com Classe C com rendimento entre R$3,5 mil e R$8 mil. É aí que a desigualdade social se revela com mais força. Todas as capitais nordestinas com exceção de Teresina tem população classificada como Classe C com o Recife na liderança nacional com apenas 22,7%. Nessa divisão, o Rio de Janeiro com 32,1% da sua população sendo Classe C está em linha com a população do estado do Rio (32,1% também) e do Brasil (33,5%).

Mas é avaliação sobra presença na base da pirâmide social que o estudo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico liderada pelo secretário, Osmar Lima que a comparação entre os estados do Nordeste e das demais regiões mostra um grande fosso.

Dois e cada três

Segundo o estudo, o Recife tem 62,5% de sua população identificada como de pessoas das classes D/E com renda de até R$3,5 mil, seguida de Fortaleza com 58,4% e Salvador com 57,9% e sua população nas classes D e E. Estimado em milhares de pessoas, isso quer dizer o seguinte: Fortaleza tem 262,5 pessoas nessa classe econômica, Fortaleza 203,9 mil pessoas e o Recife com 153,2 mil pessoas.

Nesse indicador cabe uma explicação territorial. Enquanto o Recife tem apenas 218 Km2, Fortaleza tem um território de 314 KM2 e Salvador 693 KM 2. O que, por outro lado, quer dizer que no Recife as populações de menor renda estão muito mais concentradas que as duas outras maiores capitais do Nordeste.

Perda de renda

O Recife ao lado de Natal, Aracajú, Rio Branco, Porto Velho, Manaus e Campo Grande (MS) foram as cidades onde o fenômeno da perda de renda se evidenciou.

O Brasil passou por melhora na renda originada do trabalho entre 2020 e 2023, de acordo com dados oficiais. Mas também mostra que na Região Nordeste as capitais concentram as grandes parcelas de população nas classes D e E com faixa de salários até R$3.500,00 conhecida como “base da pirâmide” das faixas de renda do Brasil.

Divulgação
José Dirceu do PT em ministro da Casa Civil do primeiro governo Lula. - Divulgação
 

Dirceu, o Tesouro Direto e as Corporate

Na carta aberta em que declara apoio à candidatura de Edinho Silva para a presidência nacional do PT, ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu disse que “é preciso uma verdadeira mudança na vergonhosa concentração de renda e no cartel bancário financeiro, na política de juros e nas metas da inflação, que exigem uma radical reforma tributária e financeira, capaz de pôr fim à apropriação e expropriação da renda nacional pelo capital financeiro e agrário, num circuito entre o Banco Central e a Faria Lima, que cada vez mais concentra renda, via os juros altos únicos no mundo.

Companheiro

O “ex-office-boy, depois funcionário de uma empresa, operário na fábrica de meias Lupo e na extinta metalúrgica Climax, atual Electrolux” que, no começo do primeiro governo Lula da Silva, em 2006, tinha uma agenda de encontros com empresários duas vezes maior que a do presidente precisa entender que, quase 20 anos depois o que chama de apropriação e “expropriação da renda nacional pelo capital financeiro” tem nome, CPF, identidade e conta bancária.br uma vez 89,8% dos chamados detentores da Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) são brasileiros e que menos de 10% (9,62%) não moram no país.

Detentores

Se o ex-ministro entra no site da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) poderá constar que 24,12% dos título emitidos pelo governo do Brasil estão nas mãos de instituições de Previdência (24,12%), outros 21,47% nas mãos de fundos que financiam projetos no Brasil, 3,32% com o próprio governo; mais 3,97% nas mãos de seguradoras e outros 7,04% de investidores pulverizados. Nas mãos dos bancos, estão 30,47%.

Isso se dá pelo simples fato de o Brasil se financiar com o dinheiro dos brasileiros. Que vai desde os que aplica no Tesouro Direto e que comparam R$12.43 bilhões de títulos do governo federal numa legião de 32 milhões de pessoas com idades entre 16 e 45 anos que detém 75,69% das aplicações em real.

Foi em 2006

Certamente, José Dirceu ainda está pensando, em 2006 quando não existia um mercado de capitais com tantas possibilidades. E que os bancos compravam 59,6% dos titulos oferetados como está no relatório de 2006 da STN. Ou, em 2010, quando os bancos compraram 86,26% das LTNs (Letra do Tesouro Nacional) e das LFT( Letra Financeira do Tesouro).

Mas depois de 15 anos, com a mudança das aplicações usar a expressão “cartel bancário financeiro” soa velho. O que não quer dizer que não convivamos sim com uma concentração de instituições bancárias que detém um gigantesco volume de de aplicações dos brasileiros.

O que é fintech

Podemos dizer que temos as fintechs que ja estão gerado empréstimos de R$21 bilhões como em 2023; o Open Finance com mais R$18 bilhões, ano passado. E os mais de quatro mil assessores de investimentos já têm o mando de R$100 bilhões em ordens de investimentos. Mas é pouco.

Entretanto, em 2025 não dá mais para dizer que os bancos exploram o trabalhador brasileiro tentando fixar a imagem do especulado malvado do século XX. Por que o dinheiro aplicado nos bancos e em toda a indústria de produtos é a poupança dos brasileiros rendendo em real.

Faria Lima

Mas ele vai falar da política de juros e das metas da inflação, da expropriação da renda nacional pelo capital financeiro e agrário, que chamou de circuito entre o Banco Central e a Faria Lima. José Dirceu jamais vai fazer o discurso do empresário contra a Selic que deseja produzir melhor. Ele (como Lula) já elegeu um personagem para descarregar o velho nós contra eles.

Na sua cabeça, todo banco tem um dono, toda fazenda tem explorador rural e toda grande indústria tem um empresário que explora a classe trabalhadora. Imagina explicar o que vem a ser uma corporate? Na verdade, Dirceu só usou a expressão Faria Lima porque lhe disseram que o comando do mercado financeiro, da indústria e do agronegócio não está mais na Avenida Paulista.

Divulgação
Concorrencia para mida de aeroportos. - Divulgação

Mídia de aeroporto

O consórcio formado por Neooh e Helloo venceu a maior concorrência de mídia para o setor aeroportuário do Brasil ofereceu R$ 1,5 bilhão pelos dois lotes no certame vai atender os 17 aeroportos da concessionária no país com foco na melhoria da experiência do passageiro para reorganização das áreas publicitárias, ampliação da digitalização do inventário e valorização da jornada do passageiro. O contrato começa a partir de 1º de julho.

Repense Reuse

O projeto Repense Reuse arrecadou em apenas três meses 10 toneladas de resíduos têxteis no Grande Recife, reforçando o potencial da economia circular na região. Com uma média de mais de 3 toneladas por mês, a arrecadação indica que a população aderiu a proposta de reaproveitar roupas e acessórios descartados.

Potências Negras

Nesta quinta-feira (29) o Softex Pernambuco faz o lançamento do projeto Potências Negras iniciativa é da Secretaria-Executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, vinculado à Presidência da República que propõe a criação de um fundo público-privado para capacitação de jovens negros em tecnologia em Pernambuco.

 

Compartilhe

Tags