Campanhas limpa nome não baixam negativados e cobrança vira um negócio que não para de crescer no Brasil
Setor chamado de Non-Performing Loans (NPLs) viu crescer número de empresas que assumem prejuízos e vendem barato créditos de clientes não pagaram.

No país que o número de inadimplentes não baixa, vender a carteira de créditos podres vira um negócio que representa quase R$30 bilhões e está crescendo.
É isso mesmo. Apesar de campanhas como Limpa Nome, oferta de descontos de até 90% por cento do saldo devedor e até mesmo ações como o Desenrola promovido pelo governo com apoio dos bancos e suas entidades associativas o Brasil não consegue baixar o número de pessoas com o nome negativados nos birôs de cobranças como o Serasa e o SPC Brasil.
Crescimento
Na verdade, o número de devedores tem oscilado em torno dos 75 milhões de CPFs negativados, embora hoje exista um cadastro de empresas igualmente negativadas que não para de crescer.
Com tanta gente e tanta empresa devendo na praça acabou surgindo um mercado de compra e vendas dessas passivos que em 2024 chegou a movimentar R$ 28 bilhões segundo um balanço referente a 2024 da Recovery, uma empresa do Grupo Itaú é líder na compra e gestão de créditos inadimplentes no Brasil.
Nome bonito
O nome desse negócio é pomposo. Non-Performing Loans (NPLs) que identifica empresas que acessam o mercado de carteiras de dívidas.
Antes da pandemia em 2019, esse mercado tinha um volume de carteiras em atraso transacionado com apenas 16 cedentes, mas a maior parte do valor cedido (84%) era concentrado em transações realizadas por três grandes bancos.
Novas empresas
Mas ano passado o mercado de NPLs no Brasil envolveu 45 empresas, e o percentual das operações realizadas pelos grandes bancos diminuiu para 37%, em paralelo à entrada de outros segmentos, como bancos digitais e cooperativas, além de varejistas, que aumentaram suas participações na venda de carteiras de dívidas. Há cinco anos, apenas quatro instituições, entre financeiras, cooperativas e bancos digitais, negociavam seus ativos de crédito no setor. Ano passado foram 37.
Virou um negócio de gente que se especializou em cobrar, mas que se especializou em adquirir essas carteiras e assumir o risco de receber essas dívidas. Porque segundo o gestor de Aquisição de Carteiras na Recovery, Plínio Ribeiro, a negociação das carteiras inadimplentes funciona como um azeite nas engrenagens do crédito. Porque o credor que tem uma carteira estacionada ganha a oportunidade de gerar funding para investimentos no seu próprio negócio”.
Recovery do Itaú
A Recovery é uma empresa do Grupo Itaú e possui sob sua gestão mais de R$134 bilhões de créditos inadimplidos e, atualmente, possui mais de 33 milhões de clientes com dívidas ativas em sua base.
Isso tem feito centenas de empresas que carregavam no seu balanço esses créditos classificados como Devedores Duvidosos e para isso tinham que fazer provisões contábeis mudassem o comportamento assumissem essas perdas depois de dois anos como prejuízos e vendessem essas carteiras as empresas Non-Performing Loans (NPLs). E isso ajuda no próprio balanço que passa a colocar valores mínimos para se prevenir de maus clientes.
Tempo menor
E o reflexo disso é que a venda de carteiras inadimplentes cuja média era de quatro anos ano passados passaram a ser negociadas, com uma média de 2 anos e meio. Isso fez com que empresas do segmento varejista expandissem a venda de suas carteiras atingindo 26% em 2024 quando em 2019 eram apenas 5%. Naquele ano eram nove e agora são 40.
Essa grande diversificação dos cedentes das carteiras em atraso também se reflete numa reconfiguração do tipo de crédito negociado. É o caso das carteiras que trazem veículos como garantia de crédito, por exemplo, que em 2020 atingiram quase 1 bilhão e ultrapassaram a casa dos 4 bilhões em 2024.
Bancos digitais
Claro que os bancos especialmente os bancos digitais tem grande participação na venda de suas carteiras especialmente de devedores dos cartões de crédito. Especialmente por exigência do Banco Central do Brasil que só permite que um crédito atrasado permaneça no balanço da instituição por dois anos. Mas as empresas que adotam programas rígidos de compliance cada vez mais estão seguindo essa tendência aumentando o negócio.
Isso acontece até mesmo em empresas que são classificadas no segmento de facilities, que incluem as concessionárias de água e esgoto, energia, telefonia e serviços de banda larga.
Água e Luz
Apenas as empresas concessionárias de água e esgoto estatais resistem a vender suas carteiras, pois a legislação permite que elas deixem essa dívida nos balanços por até 10 anos antes de assumir o prejuízo. E nesse caso há uma tendência de queda na medida em que elas estão passando para empresas privadas que preferem rapidamente limpar o balanço até mesmo para garantir melhor escore de crédito nos bancos de desenvolvimento para seus investimentos após a celebração de contratos de PPP.
Mas na outra ponta a situação não dá sinais de mudanças. De acordo com o Indicador de Reincidência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do SPC Brasil, oito em cada dez (85,88% ) consumidores retornam para os cadastros de negativação menos de um ano após o pagamento de uma conta negociada. O que segundo o presidente da CNDL, José César da Costa, reflete um cenário econômico desafiador, agravado pelo aumento da inflação e pela expectativa de juros ainda mais altos.
Reincidência alta
A afirmações de Costa são confirmadas pelo CEO da SalaryFits, concorrente do SPC Brasil, Délber Lage citando um estudo realizado em 2024 apontando que 60% dos trabalhadores brasileiros não conseguem chegar ao fim do mês com dinheiro e mais da metade já teve o nome negativado no último ano. Neste estudo 83% afirmaram que, diante de uma emergência financeira, precisam recorrer a empréstimos, pois não possuem reservas.
Uma situação dramática que faz com que o Mapa da Inadimplência do Serasa se mantenha em torno dos 75 milhões de CPFs inscritos em fevereiro último que tem uma dívida com valor de face de quase meio trilhão de reais (R$ 437 bilhões) que era de 63,97 milhões de brasileiros em 202’, subiu para 69,43 em 2022, para 71,1 milhões em 2023 e chegou a 73,51 em 2024. Um mundo por descobrir no chamado mercado Non-Performing Loans (NPLs).
Destruição em alta
O Greenpeace Brasil lançou, nesta quarta-feira (16), a campanha “Que Planeta É Esse?” Uma criação da Beta Collective e dos Irmãos Meirelles que traz imagens reais, sem uso de inteligência artificial, de locais do Brasil que foram impactados pelas mudanças climáticas, a ponto de parecerem cenários de outros planetas. Os registros forma feitos em Tefé, Porto Velho, Rio Negro, Rio Coari, além de imagens da seca em Gilbués (PI) pelo diretor Fabio Meirelles e pelo fotógrafo Ícaro N. Silva.
A Associação Brasileira de Recursos Humanos de PE (ABRH-PE) promove na próxima quinta-feira (24) uma palestra interativa que a comunicóloga Diana Soares, especialista em saúde mental e liderança como o tema “Felicidade, saúde mental, segurança psicológica e liderança humanizada”. Diana Soares se apresenta como ex-líder tóxica que venceu dois episódios de burnout e trará uma perspectiva única sobre liderança, relações no trabalho e bem-estar.
O encontro irá reunir gestores, líderes e profissionais de RH, além de estudantes e pessoas interessadas em compartilhar conhecimento e debater sobre as estratégias para a construção de ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos. O encontro aconteceu no auditório do Empresarial Moura Dubeux, no Pina.
IB World School
A Escola Eleva Recife, que faz parte da rede Inspired Education foi a primeira e única escola de Pernambuco certificada como IB World School com autorização para oferecer o International Baccalaureate Diploma Programme (IBDP). O currículo internacional, voltado para estudantes do Ensino Médio, é reconhecido por universidades como Harvard, Oxford, FGV e ESPM, e fortalece a conexão entre o sistema educacional pernambucano e instituições de ensino superior de ponta no Brasil e no exterior.
Consumo e crise
O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou nova retração em abril, com queda de 0,4% na comparação mensal e de 1,6% frente a abril de 2024. Calculado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) , ele atingiu 101,6 pontos, com ajuste sazonal, mantendo-se ainda acima da linha de otimismo (100 pontos). A principal causa apontada é a incerteza econômica, impulsionada por juros e inflação elevados que afetam diretamente o poder de compra e o acesso ao crédito.
Comendo em casa
O Instituto Foodservice Brasil (IFB) divulgou os resultados do Índice de Desempenho do Food Service (IDF) referentes a fevereiro de 2025 revelou uma queda de 5,3% no IDF real. O canal de delivery, que representou 22,7% do total das vendas em fevereiro, teve um leve aumento em relação ao mesmo período do ano passado.
Balanço
A Moura Dubeux apresenta a prévia dos resultados operacionais do primeiro trimestre de 2025, com vendas e adesões líquidas de R$551 milhões — alta de 48,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. “O resultado reforça a solidez na captação de clientes e a consistência da nossa estratégia comercial”, afirma Diego Villar, CEO da incorporadora
VGV da Exata
Com 38 anos de atuação no mercado e após ter entregado 12.600 unidades habitacionais, somando 750 mil m² construídos Exata Engenharia planeja lançar quatro novos empreendimentos, que juntos somam um Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$300 milhões segundo revela o CEO Guilherme Correia de Carvalho.
Influenciadores
Ficou pronto o ‘Censo de Criadores de Conteúdo do Brasil 2025’ um perfil sobre a categoria de pessoas que retiram suas receitas como influenciadores na Internet feito pela plataforma Wake Creators. O levantamento mostrou que o sonho de viver da internet ainda está longe de ser uma realidade da maioria. Apenas 9% dos influenciadores têm a profissão ‘creator’ como única fonte de renda, destacando a monetização dos conteúdos digitais.
Eles precisam que o mercado de marketing de influência não pare de crescer. O levantamento revelou que 26% não têm nem renda mensal e realizaram apenas campanhas pontuais. Quase um quinto (19%) nunca sequer fechou trabalhos remunerados. E para 15% dos respondentes, a internet é responsável por entre 5% e 20% da renda.
Azul Sustentável
O Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (IATI), que tem sede no Recife-PE, foi um dos seis representantes brasileiros selecionados na 2ª Chamada Transnacional Conjunta da Parceria de Economia Azul Sustentável (SBEP) do programa Horizon Europe, da Comissão Europeia com cofinanciamento de agências de 25 países e investimento total superior a 40 milhões de euros. Ao todo, foram 110 propostas submetidas por instituições de todo o mundo, das quais apenas 24 consórcios internacionais foram aprovados.
O IATI integra o consórcio BilgeUP, que reúne centros de pesquisa de diversos países com o objetivo de transformar a água de porão de embarcações (resíduo frequentemente negligenciado) em soluções biotecnológicas para mitigar impactos como a pesca fantasma e o derramamento de óleo. No Brasil, o projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco.