O que a China está ensinando aos Estados Unidos quando reagem ao pacote de taxas que beiram a irracionalidade
Chineses aprenderam os americanos a fazer de tudo no setor industrial e aprimoraram seu jeito de fazer comercio depois quase 50 anos de convivencia.

O vice-presidente americano, JD Vance disse numa entrevista para a TV americana, na semana passada, que os Estados Unidos estavam tomando dinheiro emprestado de “camponeses chineses”.
A China reagiu e reclamou da indelicadeza e da ignorância histórica. Mas o que pouca gente hoje lembra (entre eles o próprio JD Vance) é que quem fez os “camponeses chineses” colocarem U$$ 1 trilhão em títulos nos bancos de seu país foram os americanos com o acordo de transferência de produção celebrado entre Jimmy Carter e Deng Xiaoping em em 29 de janeiro de 1979,
Gente do campo
O problema 46 anos depois é que os chineses, que continuam com boa parcela de trabalhadores no campo, aprenderam a ler os manuais das indústrias americanas, reescrevê-los de forma mais simples e objetiva e desenvolveram uma economia que não para de crescer e, por ironia, capturando trilhões de dólares americanos.
Esse aprendizado serve de pano de fundo sobre a forma como a China vai enfrentar os Estados Unidos numa guerra comercial que Donald Trump criou com o país de Xi Jinping acreditando que o líder chinês vai pedir arreglo.
XI sabe esperar
Xi não vai. Não nos termos que Trump acreditou que fosse e como ele fez com Vladimir Zelenski no célebre incidente no Salão Oval da Casa Branca.
Primeiro, porque Xi Jinping tem uma formação muito melhor que Trump e vem da diplomacia chinesa onde construiu uma carreira tão sólida que hoje está no panteão dos herois nacionais ao lado do próprio Mao Tsé Tung e Deng Xiaoping como integrante do tripé dos construtores da nova China.
Taxas absurdas
Portanto, a aplicação de uma tarifa de 104% anunciada por Trump pode ter o efeito contrário, levando a China a ocupar o enorme espaço geopolítico e econômico que os Estados Unidos estão lhe entregando de graça. Ou às custas de tarifas que farão dezenas de países se alinharem com a China, já que a Rússia deixou esse espaço.
Há sinais muito firmes de que Xi Jinping se preparou para o embate usando a sabedoria milenar que seu país acumulou em mais de 5 mil anos com a vantagem de ter analisado e reinterpretado o seu papel num mundo em que os Estados Unidos deixariam de ser a maior potência global.
Desorganização
Talvez o fato novo seja mesmo o personagem Donald Trump - com sua estupidez reorganizando a economia global - abrindo uma avenida de oportunidades para a China que nem mesmo os chineses esperavam.
É importante não esquecer. A China é um país de partido único cujo presidente acumula os cargos de presidente do país, do Exército do Povo e do Partido Comunista. Não tem oposição e o presidente está no poder desde 2013 tendo acumulado um poder excepcional.
Mudo assustado
Por isso, embora o mundo tenha se assustado quando Trump definiu que as novas tarifas sobre as importações chinesas pelos EUA aumentarão para 104% não se pode esquecer que os chineses já fizeram essa conta e se prepararam para o pior cenário.
Claro que a nova ordem global criada pelo governo americano já mudou o mundo. Claro que em menos de 100 dias Trump redefiniu regras da economia global que mesmo depois das negociações tornaram o mundo completamente diferente do que existia até 20 de janeiro último.
Indo à guerra
Mas a questão central é: como os chineses vão para o confronto? Como eles vão contornar a perda de um mercado como o dos Estado Unidos, uma nação que tornou a China rica e poderosa?
É uma enorme ironia que em menos de meio século um país se veja ameaçado por outro que ajudou a enriquecer e que agora o ameaça e enfrenta.
Volta ao passado
Mas esse foi o mesmo caminho que os Estados Unidos percorreram quando se originando da Inglaterra no século XVIII viraram o século XX já como uma potência maior que a Inglaterra. A história (aparentemente) se repete agora como tragédia... só que para os americanos.
Não deixa de ser curioso que os Estados Unidos - que emprestaram dinheiro e os recursos à Inglaterra na II Guerra Mundial - e tenham feito isso com um volume de capital muito maior que os ingleses tinham no começo do século tenham repetido a História.
Cultura industrial
O mais estranho é que em 1979, os americanos tenham feito isso com a China mandando para lá professores, máquinas, capital e toda uma cultura industrial aproveitando o baixo custo da mão de obra de camponeses chineses.
Eles aprenderam tudo. Inclusive, o jeito americano de fazer diplomacia e negócios. Por isso, não devemos esperar ações desesperadas dos chineses.
Eles poderão deixar Trump esperando um telefonema. Enquanto ocupam o espaço que o presidente americano lhe deu no mundo quase graça. E provar que a ignorância histórica de JD Vance apenas provou uma velha lei da política de que não existe vácuo de poder. E que quando um ator sai do um espaço ele é ocupado por outro.
Nova lei de Bets
Na conversa que tiveram na CPI das Bets nesta terça-feira (8), os senadores e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, discordaram quanto ao papel do Banco Central com relação às instituições financeiras que movimentam os pagamentos a empresas ilegais de apostas virtuais.
É que Galípolo disse que hoje, a fiscalização e punições relacionadas à regulamentação do setor são função somente do Ministério da Fazenda, inclusive em relação às instituições de pagamento que prestam serviço às bets. E que para o Banco Central aplicar multas ou impedir as atividades que infringissem as regras, por exemplo.
Banco Central
Ele confirmou um dado que era estimado que entre R$20 bilhões e R$30 bilhões são gastos por mês com apostas no Brasil que significa dizer entre R$240 e R$360 bilhões ano maior de vários setores industriais e segmentos do comércio. E embora o Banco Central (85%) e a SPA (94%) estimem que ele retorna aos apostadores não deixa de ser um enorme deslocamento de dinheiro dentro do sistema produtivo.
Os senadores ficaram convencidos que a CPI terá de escrever uma nova legislação de marre melhor a atividade que hoje tem 81 empresas legalmente operando no mercado Brasil
Família Dindin
Nos dias 25 e 26, no Parque Dona Lindu tem um musical bem diferente: Família Dindin é o primeiro espetáculo brasileiro sobre educação financeira para crianças que chega ao Recife. Dirigido por Gustavo Kurlat aborda questões como O que é um cartão de crédito, débito, bolsa de valores tentando dar sentido a palavras que não falamos com as crianças embora elas ouçam o tempo inteiro”. Realização da S. Rezende Produções, o espetáculo tem patrocínio do banco digital Nubank.
Edson Queiroz
Iniciativa do senador Eduardo Girão (NOVO/CE) e da deputada federal Fernanda Pessoa (UB/CE), o Senado Federal faz nesta quarta-feira (9) reconhecimento ao empresário Edson Queiroz, fundador de um dos maiores grupos empresariais do Nordeste sua contribuição para o desenvolvimento do Ceará e do Brasil.
O Grupo Edson Queiroz tem 70 anos e é um dos principais conglomerados
empresariais do Brasil, atuando em quatro áreas de negócios e empregando cerca
de nove mil colaboradores. Está presente em mercados nacionais e internacionais, o grupo reúne as empresas: Minalba Brasil (divisão de alimentos e bebidas), Nacional Gás (distribuidora de gás, Sistema
Verdes Mares (comunicação) e Esmaltec (líder nacional em vendas de fogões e bebedouros).
Refis 2025
Contribuintes de Jaboatão dos Guararapes poderão negociar dívidas de IPTU, ISS, TLP, CIM e ITBI com até 90% de desconto em juros e multas por meio do Refis 2025. Um ponto de atendimento especial funcionará no Shopping Guararapes entre os dias 9 e 13 de abril. Os atendimentos serão realizados das 9h às 18h (quarta a sábado) e das 12h às 18h (domingo).
Sustentabilidade
A Neoenergia foi destaque no ranking Carbon Clean 200, criado pela Corporate Knights e As You Sow, como exemplo de sustentabilidade. O ranking lista as 200 empresas de capital aberto que estão liderando a economia sustentável globalmente. A Neoenergia, controladora da Neoenergia Pernambuco, ficou entre as três melhores do Brasil e do setor elétrico mundial.
Cartão da loja
A Anamaco (Associação dos Comerciantes de Material de Construção) fechou uma parceria com o grupo de serviços financeiros DM especializado em gestão de crédito de loja (private label) para ser oferecido às varejistas associadas à instituição. Os cartões terão bandeira Visa, e com isso os clientes terão acesso a crédito para realizar compras com benefícios e condições de pagamento exclusivas.
Lá vem o cobrador
A Global, maior recuperadora de crédito B2B do país fechou 2024 com mais de 1,5 milhão de títulos vencidos cobrados e que representam cerca de R$1,5 bilhão. Ela usou 43,1 milhões de acionamentos por WhatsApp, robôs autônomos, IA generativa, telefone, e-mail, entre outros acionamentos - para regularização de débitos de empresas - desde os pequenos comércios, até organizações de maior porte. Os títulos vencidos estão divididos em 15 segmentos entre eles Agronegócio; Alimentos e Bebidas; Atacadista e Distribuidor
Terra do ouro
Ficou pronto o novo relatório do Greenpeace Brasil nada agradável para o Governo Lula quando revela que, entre 2023 e 2024, o garimpo destruiu 4.219 hectares em Terras Indígenas na Amazônia brasileira, tema que justifica entre outras coisas a criação do Ministério dos Povo Originários. Nos territórios Kayapó (PA), Munduruku (PA), Yanomami (AM e RR) e Sararé (MT) forma onde mais se retirou ouro ilegalmente.
O Greenpeace Brasil pede uma auditoria urgente a Agência Nacional de Mineração (ANM) para checar as Permissões de Lavra Garimpeira (PLGs) em atividade. A ausência de controle eficaz tem facilitado a extração e escoamento de ouro ilegal no Brasil. Embora o garimpo tenha diminuído nas Terras Indígenas Yanomami (-7%), Munduruku (-57%) e Kayapó (-31%) mas cresceu 93% no território Sararé (MT).
Mercado de cogumelos
Embora em 2022, a Anvisa tenha dado o primeiro passo ao definir cogumelos comestíveis como produtos derivados de fungos tradicionalmente usados como alimento. O setor se queixa de falta de uma norma que liste espécies seguras, deixando produtores e consumidores sem tanta clareza jurídica sobre o produto.
Temos hoje uma discussão sobre a regulamentação de cogumelos no Brasil que reflete o impasse da atividade: de um lado, um mercado emergente com potencial bilionário; de outro, uma estrutura regulatória cautelosa e com desafios na adaptação à inovação.