O que a decisão da Shell de sair da geração solar e eólica onshore no Brasil significa para o Nordeste

Numa nota distribuída pela agência Reuters Internacional, no final da tarde da última quinta-feira (27), a gigante petrolífera Shell informou que está descontinuando seus projetos de geração de energia solar e eólica terrestre no Brasil, como parte de um "ajuste de portfólio".

A mudança ocorre em meio a um ambiente desfavorável para investimentos em energia renovável dela no Brasil, onde os projetos têm enfrentado dificuldades para serem implementados devido ao excesso de oferta de energia, ao lento crescimento da demanda e a questões regulatórias. E que, segundo a agência, segue a nova estratégia global da Shell, que é a redução de gastos em negócios de baixo carbono e renováveis.

Crise nas offshore

O movimento da Shell que acompanhou de perto a proposta de autorização de usinas eólicas off-shore que o Congresso brasileiro aprovou, ano passado, com uma série de penduricalhos que obrigou ao presidente Lula vetar todos eles. E foi o principal assunto no setor empresarial que discutiu como prosseguir com investimentos dentro do chamado ciclo de descarbonização da indústria brasileira com um pacote de isenções oferecidas pelo governo Lula.

E caiu como uma bomba entre os governadores que têm viajado vendendo a proposta de abrigar nos seus estados projetos de produção de hidrogênio verde, sedes de mega Data Centers e produção de amônia aproveitando a oferta abundante de energia solar e eólica já instalada e em instalação.

Descontinuar solar

É que no final do ano passado a Shell pediu e obteve junto à Aneel a revogação de outorgas para usinas solares nos Estados de Goiás e Paraíba.

A empresa até disse que continua comprometida em acelerar o crescimento do seu negócio de soluções energéticas B2B no Brasil através da comercializadora Prime Energy que atua no mercado livre e também com "energia por assinatura", por meio de geração distribuída solar. Mas saiu da geração limpa.

Acendeu alerta

Como a Shell, outras empresas estão começando a rever suas expectativas sobre o que fazer com tanta energia solar e eólica depois que o ONS começou a cortar o fornecimento numa pendenga que já está no STJ. Mas o movimento da Shell é mais preocupante.

Porque vem ao mesmo tempo em que anunciou que tomou a Decisão Final de Investimento (FID) para Gato do Mato, um projeto em águas profundas na área do pré-sal, na Bacia de Santos. E quando recebeu seu novo navio-plataforma Alexandre de Gusmão que vai operar no campo de petróleo de Mero, também no pré-sal, da Bacia de Santos afretado pela Petrobras junto à SBM e que tem capacidade de produzir diariamente 180 mil barris de óleo.

Interrupção global

E ainda porque torna real uma comunicação feita ainda em janeiro deste ano pelo seu presidente, Cristiano Pinto da Costa quando disse que pausou o projeto de pesquisa e desenvolvimento de uma planta-piloto de hidrogênio verde no Porto do Açu, (RJ), em meio à interrupção global de novas iniciativas de H2V fora da Europa.

A empresa informou que está desacelerando os projetos de eólicas offshore no mundo, devido às dificuldades da cadeia de suprimentos.

Com subsídios

O debate sobre o que fazer com tanta energia elétrica no Brasil deve prosseguir porque o governo brasileiro - que ao longo de anos concedeu bilhões em subsídios para construção de usinas eólicas e parques solares - onde o consumidor paga a conta da transmissão é o mesmo que não conseguiu dar um pacote de incentivos para que a indústria brasileira faça a badalada transição energética para motores elétricos se tornar viável.

Na verdade, o consumo de energia na indústria brasileira não cresce há 12 anos. O que desperta ainda mais atenção quando uma empresa como a Shell torna público sua mudança de foco, todo o setor industrial começa a rever seus interesses.

Margem Equatorial

Porque está claro que o negócio dela no Brasil será petróleo até porque internacionalmente a Shell já está à margem Equatorial. O que também pode ser um reflexo do novo quadro político mundial a partir de Donald Trump.

Isso é ruim para os sonhos do Nordeste. Se a Shell diz que decidiu concentrar os esforços na área de hidrogênio no desenvolvimento de uma grande planta na Holanda, para quem o Nordeste vai vender H2V? E sem falar que hoje não existe forma de transportar H2V em navios.

Hora de reavaliar

Para governadores que sonham em abrigar projetos de hidrogênio verde que exigem gigawatts de energia é complicado. Mas pode ser uma oportunidade de, antes de chegar lá, poder usar essa energia para fazer outros produtos como amônia que é componente de fertilizantes, um produto que o país importa em mais de 80% para o agronegócio.

Mas seja qual for o destino da energia verde produzida no Nordeste e que está vendo parte ser jogada fora, uma notícia como a da Shell assusta. Embora, seja um bom motivo para empresários e gestores governamentais começarem a repensar discursos que podem ser apenas conversas de consultores.

Até porque antes do charmoso (e até agora indisponível) hidrogênio verde existe uma cadeia enorme de produtos que também precisam de muita energia barata para se tornarem competitivos frente os combustíveis de petróleo.

Embora não tenham o apelo do H2V que todo mundo nunca viu e só ouve falar...

Saca e depois ver

A primeira semana de movimentação de consultas, propostas e empréstimos do Consignado para empregados do setor privado preocupou o governo. Primeiro porque os mega-bancos não entraram no sistema. Depois porque os que entraram chegaram a fechar operações cobrando taxas de crédito pessoal com alguns chegando a 5,4% ao mês com a mais barata partindo de 3,66% ao mês.

Bradesco, Itaú, Caixa, BB e Santander têm 90% das contas de pagamento de salário do setor privado, mas os três mega bancos privados só vão entrar dia 25 quando usarem o produto nos seus aplicativos. Até lá vai ser a festa dos bancos que vivem de fazer consignado que estão aprovando os pedidos.

A primeira avaliação é que os empregados estão pegando qualquer oferta e sacando o dinheiro. A ideia de usar um crédito mais barato para cobrir outro carro até agora não se materializou. Virou uma nova linha de crédito sem juros baixos. Ao menos até agora.

Trem 1 Rnest

Agora é oficial. A Petrobras finalmente concluiu as obras de modernização do Trem I da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) em Pernambuco e expandirá a capacidade de processamento da unidade de 115 mil para 130 mil barris de petróleo por dia, de fato. Em dezembro a, a RNEST concluiu a unidade SNOX, primeira do tipo no refino brasileiro, responsável por reduzir emissões de óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx) e por produzir ácido sulfúrico, um novo produto comercializado pela refinaria.

Trem 2 em 2029

Com a conclusão do Trem 1 as atenções se voltam para as obras do Trem 2 estão em processo de contratação e que vai expandir a capacidade de refino nacional e viabilizar o aumento da produção de derivados como gasolina, GLP, nafta, mas principalmente diesel de baixo teor de enxofre (diesel S10), em atendimento às demandas do mercado, e reduzir a demanda por importação.

A conclusão da RNEST (SNOX, Revamp Trem 1 e Trem 2), elevará a capacidade de processar 260 mil barris de petróleo por dia, com acréscimo na produção nacional de diesel S-10 na ordem de 13 milhões de litros por dia.”

Inflação da gasolina

No cálculo do IPCA-15, o grupo Alimentação e bebidas subiram (1,09%), a alimentação no domicílio acelerou de 0,63% em fevereiro para 1,25% em março. Contribuíram para esse resultado as altas do ovo de galinha (19,44%), do tomate (12,57%), do café moído (8,53%) e das frutas (1,96%). Mas foi no grupo Transportes (0,92%) que o bicho pegou. Com dos combustíveis (1,88%), com alta nos preços do óleo diesel (2,77%), do etanol (2,17%) e da gasolina (1,83%) e do gás veicular (0,08%) mesmo sem nenhuma alteração nas refinarias.

Rio Ave

Com a conquista de cinco troféus na 30ª edição do Troféu Ademi-PE Ademi 2025 e uma homenagem ao fundador Alberto Ferreira da Costa, a Rio Ave celebra o reconhecimento de seus empreendimentos Terraço Jaqueira e Alameda Brunehilde Trajano.

O Terraço Jaqueira foi vitorioso em três premiações: primeiro lugar na categoria residencial três quartos, na categoria Tecnologia Incontec e vencedor do segundo lugar master. E o Alameda Brunehilde Trajano ganhou os prêmios de melhor do ano na categoria residencial quatro quartos e terceiro lugar master.

Exata Engenharia

A Exata Engenharia recebeu três importantes prêmios. Foi reconhecida na categoria alto padrão “3 Quartos" com o projeto do Terraza Boa Viagem. Já na "Minha Casa Minha Vida – Empreendimento sem elevador", venceu com o Residence Club Dona Genny André Gomes. Além disso, a construtora ainda arrematou o 3ºlugar no prêmio Destaques do Ano Incontec, atribuído também ao Residence Club Dona Genny André Gomes.

Energia de etanol

A decisão da Secretaria Nacional de Energia Elétrica do Ministério das Minas e Energia que abraçou a possibilidade de contratação de usinas térmicas de etanol em motores estacionários agradou o setor sucroalcooleiro. No leilão, além de diesel, poderão disputar os contratos de fornecimento de energia de potencial térmico movidas a etanol e biodiesel, podendo participar dos leilões etc., mas sem preços competitivos ainda. Os produtores apostam que haja transição energética nessa área, sobretudo para os “sistemas isolados".

Shoulder RioMar

Nesta quinta-feira (3) a Shoulder reinaugura a loja RioMar Recife. O Nordeste representa 15% (varejo, atacado e digital) da receita de Shoulder que é a segunda maior marca de moda feminina do Brasil, tendo fechado o ano de 2024 com um faturamento de cerca de R$950 milhões. A nova loja faz parte da estratégia de empresa iniciada em 2023 de evolução de marca que culminou com um novo conceito de arquitetura da loja física na qual a unidade do Riomar Recife está incluída.

H2V e amônia

Um dos acordos decorrentes da visita do presidente Lula ao Japão está relacionado a Hidrogênio Verde, O Banco Japonês para Cooperação Internacional (JBIC) cujo governador é Hayashi Nobumitsu assinou, Memorando de Entendimento (MoU) com a Associação Brasileira da Indústria de Hidrogênio Verde (ABIHV) com o objetivo incluir a promoção e cooperação no setor de hidrogênio e seus derivados, incluindo a amônia.