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Fernando Castilho: ONS deixa de usar energia de solar e eólica e produtores querem que consumidor pague prejuízo na energia não usada

Movimento de defesa de inclusão de uma nova taxa na conta de energia dos consumidores vem depois de briga de empresas com Aneel no STJ.

Por Fernando Castilho Publicado em 27/03/2025 às 0:05 | Atualizado em 27/03/2025 às 7:54

Na última quinta-feira (20), ao apresentar o Relatório Anual 2024, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) incluiu dois pequenos comentários relacionados à confiabilidade da distribuição de energia no país afirmando a que diante do desafio de minimizar os impactos das restrições de geração de energia, conhecidas como curtailment, “vem liderando uma agenda estruturante voltada para aprimorar a gestão” do Sistema Interligado Nacional. E que está trabalhando “junto do MME, Aneel, EPE e CCEE na busca por soluções que mitiguem os impactos das restrições de geração”.

O relatório também diz que desenvolveu um modelo de estimativa de geração solar fotovoltaica para constrained-of que garante “mais transparência e precisão na compensação financeira” para parques solares impactados por questões operacionais.

Teste de performance

E que no âmbito da geração eólica, iniciou testes refletindo o aumento dessa fonte na matriz elétrica brasileira esclarecendo que “diferentemente da metodologia atual (baseada em dados históricos de cinco anos), o novo modelo permitirá estimativas mais acuradas para as primeiras semanas do mês operativo”.

Curtailment, constrained-of, estimativa de produção mensal. Desde o final do ano passado, o setor elétrico brasileiro praticamente abandonou o discurso verde geração de energia limpa, recordes de produção no Nordeste dos parques de usinas eólicas e solares.

Embate na justiça

Ele evoluiu para uma pauta de embate na Justiça onde as empresas geradoras agora reivindicam indenizações por não terem oportunidade de despachar para o ONS toda energia limpa como está previsto quando da instalação dos parques.

O tempo fechou. Em janeiro, o Superior Tribunal de Justiça cassou a liminar do TRF1 que mandou a Aneel pagar os prejuízos decorrentes do não fornecimento dessa energia. A briga continua com o ONS avisando que vai manter o curtailment enquanto a Justiça diz que a Aneel não está obrigada a pagar pela não geração, o chamado constrained-of.

Divulgação
Banco do Nordeste já financiou R$ 156 milhões em energia solar residencial em Pernambuco, em 2024 - Divulgação

Crescimento alto

Briga de gerador de energia com os órgãos reguladores do governo faz parte do jogo de quem - ancorado num pacote de subsídios que começou no governo Dilma em 2012 e se mantém até agora – investiu na geração de energia limpa. O problema é que agora já tem gente falando que o contribuinte precisa ser chamado (mais uma vez) a equilibrar os contratos em favor da empresa.

Uma proposta da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) e apoiada pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) sugere que o impacto de uma eventual indenização relativa aos cortes de 2024 seja embutido nas contas de luz de todos os brasileiros com um acréscimo “ínfimo”, de 0,38% nas faturas.

Conta ao freguês

E a simples menção de um chamamento do consumidor de bancar esse “acréscimo mínimo” já provoca curto circuito entre os grandes consumidores. O presidente da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, adverte que isso seria mais um equívoco numa série de inserção de subsídios para a geração da energia eólica e solar obtidos no Congresso, esquecendo o consumidor.

Pedrosa diz que o setor de energia renovável vem dando uma contribuição importante ao país, mas cresce apostando na manutenção de subsídios que vem sendo renovados o que levou o setor a crescer de forma acelerada sem que os órgãos de controle definissem bem cada espaço e seu tamanho.

DIVULGAÇÃO NEOENERGIA
A AIE fez uma projeção de que mais de 440 gigawatts de energia renovável seriam acrescentados em 2023 - DIVULGAÇÃO NEOENERGIA

Muitos parques

A crítica faz sentido. Basta ver a quantidade que parques eólicos e solares que o Nordeste ganhou e que gozam de subsídios na transmissão da energia para pelo consumidor que não compra diretamente energia que ele mesmo gera.

O Brasil tem hoje um parque eólico e solar que, sozinho, atenderia a demanda nacional se não fosse intermitente e não deixasse de gerar a noite ou quando falta vento. O país tem excesso de energia mesmo é que o consumo na indústria tenha parado de crescer a 12 anos.

Pacote de subsídios

Segundo Paulo Pedrosa, da Abrace defende que o Brasil aposte no consumo e não apenas na geração. “Criamos um pacote de subsídios que fez os investidores superdimensionarem investimentos na geração. Mas não temos a mesma atitude em relação ao consumo. Era previsível que em algum momento essa crise chegasse, diz.

De fato, gerar energia solar e eólica virou um negócio atrativo e charmoso até o dia em que o ONS passou a fazer o tal curtailment que gerou a necessidade do constrained-of. Pelas contas da Abeeólica e da Absolar, os prejuízos relacionados à Resolução Normativa nº 1.073/2023 (que alterou normas anteriores da Aneel) sobre o pagamento às geradoras por energia chegam a R$1,7 bilhões.

Parque parado

E essa redução forçada de produção de eletricidade, especialmente nas fontes renováveis como solar e eólica, pode inviabilizar algumas empresas, como no Rio Grande do Norte, onde alguns parques eólicos reportam cortes de 60% da oferta de energia pelo ONS.

No relatório publicado há uma semana. O ONS aborda a questão da segurança na entrega afirmando que para aumentar a resiliência do sistema elétrico e segurança energética, propôs como uma medida relevante, a criação de novos corredores ou rotas de transmissão de energia.

 Mais proteção

O problema é que a geração em milhares de parques aumentou o risco de apagões como o que aconteceu em 2023 numa subestação do Ceará que cortou o fornecimento em série. E depois dele parece claro que o ONS radicalizou na proteção.

No relatório de 2024 o ONS mostra isso. E diz que com o apoio da Aneel havia iniciado em 2021 um processo de consulta às distribuidoras para obter informações sobre os ajustes das funções de proteção dessas usinas com a meta de reunir dados de 1.471 usinas, que somam mais de 20 GW de potência instalada. Até 2024, informações de 954 usinas (13,5 GW de potência), já haviam sido computadas.

Muitas portas

Em outras palavras: O ONS está se cercando de dados que possam reduzir os riscos, pois agora o SIN tem quase 1.500 portas de entrada de energia. E se isso não for ajustado o risco de apagão cresce e pode derrubar todo o sistema nacional.
Isso é redundância. Mas vai dizer isso a um investidor que colocou bilhões num parque e percebe que o único freguês simplesmente decide não receber a mercadoria?

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Nordeste precisa de linhas de transmissão. - Divulgação

Emprego com IA

Um relatório do Fórum Econômico Mundial indica que, até 2025, o mercado de trabalho global precisará de 97 milhões de novos empregos relacionados à Inteligência Artificial. Hoje, estima-se que o mercado global de IA alcance um valor de $1,8 trilhão até 2030, com um crescimento anual médio de 37,3%, segundo dados da Bain & Company e Goldman Sachs.

No Brasil, a demanda por profissionais de IA deve crescer 150% este ano, segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES), impulsionada pela crescente adoção de IA nas empresas, a necessidade de desenvolver novas tecnologias e aplicações de IA e pelo aumento da complexidade dos sistemas de IA.

Pet é top
A comunicação com os pets - Pet é top

Amigo de fé

A influência dos pets na saúde mental do tutor é evidente para 95% dos participantes de um estudo realizado com cerca de 500 participantes entre os dias 30 de janeiro e 10 de fevereiro de 2025 que disseram que a companhia do pet ajuda a reduzir o estresse diário.

Na mostra, 72% acreditam que os pets contribuem para uma rotina mais saudável e 70% afirmaram que os pets melhoram o relacionamento com familiares e parceiros, enquanto 72% disseram que facilitam o convívio social. Os cães são os mais presentes nos lares, seguidos por gatos, aves, répteis e coelhos.

Potencial do Norte

Na próxima terça-feira (01), a Fecomércio-PE, por meio do Instituto Fecomércio-PE, lança o estudo “Perspectivas e Oportunidades Econômicas de Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Itapissuma e Ilha de Itamaracá elaborado pela Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan).

A análise aborda aspectos econômicos, demográficos, sociais e de infraestrutura dos municípios e seus entornos, propondo estratégias para fomentar o crescimento sustentável e atrair investimentos. O evento tem parceria do Sebrae Pernambuco, apoio do Sesc PE e Sindicom PE Paulista. As inscrições gratuitas no link (https://eventos.fecomercio-pe.com.br/2025/forum-de-debates/paulista).

Compromisso

Com 57 anos no mercado e uma força de trabalho com mais de 550 colaboradores, a construtora Rio Ave selou parceria pioneira com o Instituto Banco Vermelho e levará ações de educação e conscientização de prevenção e combate à violência contra as mulheres para os canteiros de obras e demais espaços da empresa.

A decisão da empresa para abraçar a causa e mobilizar todo o setor foi tomada depois da divulgação de uma pesquisa da Esmape que apontou que cerca de 40% das medidas protetivas autorizadas pela justiça pernambucana foram direcionadas contra homens que trabalham na construção civil.

Troféu Ademi-PE

Nesta quinta-feira (27), a partir das 19 horas, no Armazém 14 tem a entrega do Troféu Ademi-PE 2025 que revela os melhores projetos produzidos em 2025 pelo setor imobiliário de Pernambuco.

Prefeito de capital

O Norte e o Nordeste estão fora do comando da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP)que reúne prefeito das capitais e cidades de porte médio cuja posse será realizará no próximo dia 7 às 16h, no Unique Palace, em Brasília para o mandato para o período de abril de 2025 a abril de 2027.

O Prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, é o presidente em substituição a Edvaldo Nogueira, ex-Prefeito de Aracaju. Os demais integrantes são Sebastião Melo (Porto Alegre) 1º vice-presidente nacional, Ricardo Nunes (São Paulo) na 2ª vice-presidência nacional e Adriane Lopes (Campo Grande) na 3ª vice-presidência nacional.

Grupo CPFL e NDR

Na presença de autoridades, executivos brasileiros e chineses, a presidente do New Development Bank (NDB), Dilma Rousseff, a empresa CPFL assinou um contrato de financiamento no valor de aproximadamente R$1,1 bilhão, que integra o Programa de Capex 2024-2026 da companhia.

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Diretoria do Nordeste Forte - Divulgação

Nordeste Forte

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Bruno Veloso, tomou posse como vice-presidente da Associação Nordeste Forte para o biênio 2025-2027 liderada pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP).

A cerimônia contou com a presença do presidente da CNI, Ricardo Alban. Criada em 2016, a Nordeste Forte reúne todas as Federações de Indústrias da Região Nordeste com o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico e fortalecer a competitividade do setor industrial.

Sorvete de rua

A gelateria de origem italiana Bacio di Latte inaugurou sua primeira loja de rua em Recife, a sexta na cidade. Fica na Rua Amélia, 638, nas Graças Será a sexta unidade da Bacio di Latte no Recife e faz parte do plano de expansão. E terá um Mercado com produtos selecionados da marca para consumir em casa, as linhas completas de Caffetteria e Confetteria.

Murilo Moser
GUilherme Coelho da Abrafrut e Priscila Krause - Murilo Moser

Frutas de PE

O presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, disse que Pernambuco é o estado que mais exporta frutas do Brasil, responsável por 24% das vendas. No ano passado, Pernambuco exportou mais de US$307 milhões, quando o Brasil exportou US$1,3 bilhão.

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