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Transformador converterá energia de parque eólico na Paraíba capaz de atender 1,7 milhão de habitantes

Cada torre possui 120m de altura e está equipada com aerogeradores de 6 MW de potência.O projeto terá 23 parques eólicos em cinco municípios da PB

Por Fernando Castilho Publicado em 17/03/2025 às 20:35

O transformador de energia eólica de 250 toneladas, cujo transporte e escolta movimentou o final de semana na BR 101, e que chegou à Paraíba às 16h50 desta segunda-feira (17), depois que partiu do Cabo de Santo Agostinho, vai ser instalado num dos maiores parques eólicos do Brasil.

Ele pertence à empresa chinesa CTG, cuja subsidiária CTG Brasil trabalha no setor de energia renovável no País e está finalizando a conclusão da montagem das 108 torres do Complexo Eólico Serra da Palmeira, localizado no Estado da Paraíba, considerado um marco não apenas um avanço tecnológico, mas também um investimento crucial na geração de energia limpa e no desenvolvimento socioeconômico da região.

O projeto, que prevê a instalação de 23 parques eólicos distribuídos pelos municípios de Baraúna, Nova Palmeira, Pedra Lavrada, Picuí e São Vicente do Seridó, será um dos maiores complexos eólicos do País. Esse projeto é o maior que a empresa vai construir fora da China.

Cada uma das torres montadas possui 120 metros de altura e está equipada com aerogeradores de 6 MW de potência. Essas torres, projetadas com as mais modernas tecnologias disponíveis no mercado, são mais altas e eficientes, o que permite uma produção energética otimizada com menos unidades e um impacto ambiental reduzido.

Quando concluído, o Complexo Eólico Serra da Palmeira terá uma capacidade instalada de 648 MW, suficiente para atender 1,7 milhão de habitantes. F

Foi essa capacidade de produção que obrigou a instalação do transformador que tem a função de elevar a energia gerada pelas torres para uma potencial de 500KV.

Divulgação
Montagem do primeiro Aerogerador do Complexo Eolico Serrada Palmeira na Paraíba. - Divulgação

O potencial desse complexo não está apenas em sua escala monumental, mas também na qualidade da energia que ele produzirá: 100% limpa e renovável. As hélices, com 84 metros de comprimento, equivalem a um prédio de 28 andares e são projetadas para maximizar a captação dos ventos, reduzindo o ruído e aumentando a eficiência energética.

Além de seu impacto ambiental positivo, o Complexo Eólico Serra da Palmeira está gerando significativas oportunidades econômicas para a região. A CTG Brasil está empenhada em promover o desenvolvimento local por meio de uma série de iniciativas focadas em emprego, capacitação e investimentos sociais.

O projeto criou cerca de 1.200 postos de trabalho diretos, com a grande maioria ocupada por trabalhadores da região. Esse esforço não apenas proporciona oportunidades de emprego, mas também movimenta a economia local ao fortalecer a cadeia de fornecimento e serviços.

Além disso, a CTG Brasil tem investido em programas de capacitação para a mão de obra local e apoio a empreendedores e pequenos negócios. Parcerias com instituições como SEBRAE, SENAI e IFPB têm sido estabelecidas para aumentar a oferta de produtos e serviços locais, reforçando o desenvolvimento econômico da área.

Traz um impacto econômico para o estado, gerando cerca de mil empregos. A empresa está realizando ações sociais na região, beneficiando as comunidades da área. Serão R$18 milhões em investimento social e R$20 milhões em programas ambientais e arqueológicos", afirmou o diretor de Engenharias Renováveis, Lucas Sanchez.

A CTG Brasil finalizou a montagem da primeira das 108 torres do Complexo Eólico Serra da Palmeira em junho de 2024. O projeto prevê a instalação de 23 parques eólicos que, juntos, se tornarão o complexo, localizado nos municípios de Baraúna, Nova Palmeira, Pedra Lavrada, Picuí e São Vicente do Seridó, todos no Estado da Paraíba.

As torres em construção, de 120 metros de altura cada, são as mais modernas do mercado, entregando melhor performance com maior potência e permitindo, assim, que a CTG possa construir parques eólicos com menos torres, tendo maior aproveitamento dos ventos e redução de ruídos. Cada hélice tem 84 metros de comprimento, o equivalente a um prédio de 28 andares.

A empresa comprou os aerogeradores de uma outra chinesa Goldwind, maior fabricante de turbinas eólicas do mundo, que foram desembarcadas no Porto de Suape, numa operação inédita. Pela primeira vez, o atracadouro pernambucano recebe uma embarcação com todos os componentes necessários ao funcionamento de um parque eólico.

Governo da Paraiba
O governador João Azevêdo recebeu representantes da CTG, empresa da China uma das maiores do segmento de energia limpa do mundo. - Governo da Paraiba

Em apenas uma viagem foram desembarcados nesta oito aerogeradores, com 24 pás eólicas e demais peças destinadas à montagem e funcionamento do equipamento usado na geração de energia limpa. Toda movimentação aconteceu no Cais 4 do Porto de Suape e exige grande área para manobra devido ao tamanho das pás eólicas.

A Goldwind e o Tecon Suape fecharam contrato para o armazenagem e custódia da carga (windmills) por um período de 15 meses. Segundo Javier Ramirez, diretor presidente do Tecon, durante este tempo, a descarga do Cais 4 vai direto para o Tecon Suape, onde fica resguardado num pátio premium até ser entregue para distribuição.

Provenientes da China, as hélices foram as maiores do tipo desembarcadas no atracadouro pernambucano. Outras operações similares estão previstas para ocorrer até julho de 2025, totalizando 108 turbinas em 11 viagens até Suape. A cada 45 dias, um navio deve desembarcar carga semelhante.

A Goldwind é a maior fabricante de turbinas eólicas do mundo. Suas operações fabris estão concentradas na China, sendo a Ásia o principal mercado para seus produtos. Mas a chinesa vai começar a produzir também no Brasil. Recentemente, a fabricante fechou acordo com o governo da Bahia para a instalação de uma planta no Estado e deve começar a produzir aerogeradores ainda em 2024.

A operação de transporte teve início no sábado (15) e enfrentou dificuldades ao longo do trajeto, especialmente em áreas urbanas e sob viadutos, onde foi necessária uma redução significativa na velocidade para garantir a segurança.

PRF
O deslocamento dentro da Paraíba começa na terça-feira (18) - PRF

Com quase 7 mil toneladas, a carga foi despachada no porto de Lianyungang, situado na província de Jiangsu. A viagem até Suape teve a duração de 40 dias e foi realizada pelo navio Tian Lu, de bandeira de Singapura, cidade-estado do sudeste da Ásia.

De acordo com o diretor de Desenvolvimento e Gestão Portuária de Suape, Rinaldo Lira, a operação teve início no domingo (29) e deverá se estender por mais 4 a 6 dias.

“É uma tarefa complexa que exigiu o uso de caminhões de três até 16 eixos e guindastes com capacidade de 400 toneladas combinadas”, explica Lira. Inicialmente, o material permaneceu no pátio do Terminal de Contêineres de Suape (Tecon), aguardando a liberação por parte dos órgãos intervenientes.

Após o desembaraço da carga, as pás eólicas, rotores, torres, caixas de transmissão, geradores, entre outros equipamentos, serão transportados, por via terrestre, para a Serra da Palmeira, na Paraíba, onde está sendo instalado um parque eólico abrangendo os municípios de Picuí, Baraúna, São Vicente do Seridó, Nova Palmeira e Pedra Lavrada.

A empresa, presente em 12 estados, têm projetos sociais para deixar um legado positivo não só para o meio ambiente, mas também para a sociedade. Em 2022, a CTG Brasil investiu R$17,4 milhões em iniciativas sociais, com recursos próprios e incentivados, atingindo 107 municípios e mais de 86 mil pessoas.

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Pela primeira vez, Suape recebeu uma embarcação com todos os componentes necessários ao funcionamento de um parque eólico. - Divulgação

Segundo o Gerente de Sustentabilidade & ESG da CTG Brasil. Ronan Max Prochnow, a empresa está consciente dos impactos sociais e ambientais gerados pela implantação de projetos de geração de energia da magnitude do complexo Serra da Palmeira.

“Estamos comprometidos com a mitigação desses impactos e com o comprometimento da CTG Brasil com o cuidado com as comunidades e relacionamentos de longo prazo, essas ações estão totalmente alinhadas à nossa estratégia ESG e aos Objetivos Sustentáveis da ONU”, explica Ronan Max Prochnow.




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