Fernando Castilho: Nova Indústria Brasil já não leva empresários a Lula um ano após ser lançado como âncora do PAC
Solenidade no Planalto não teve lideranças empresariais que não atenderam aos convites de Geraldo Alckmin, Rui Costa e Luciana Santos.

Foi assim. No final de janeiro do ano passado, numa solenidade com a presença de dezenas de empresários o presidente Lula ao lado do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin lançou na reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial a Nova Indústria Brasil (NIB), a política industrial que vai impulsionar o desenvolvimento nacional, até 2033, com sustentabilidade e inovação.
O ambiente estava lotado e mais de 50 pessoas precisaram se acomodar nas laterais no espaço decorado com o quadro de Roberto Burle Marx (1972) que decora o Salão Oeste do Palácio do Planalto.
No texto oficial e nos discursos o objetivo era melhorar diretamente o cotidiano das pessoas, estimular o desenvolvimento produtivo e tecnológico, ampliar a competitividade da indústria brasileira, nortear o investimento, promover melhores empregos e impulsionar a presença qualificada do País no mercado internacional. Serão R$300 bilhões para financiamentos destinados à nova política industrial até 2026.
Eixos estratégico
O programa tinha como eixos estratégicos reverter a desindustrialização precoce do país, a nova política prevê a articulação de diversos instrumentos de Estado, como linhas de crédito especiais, recursos não-reembolsáveis, ações regulatórias e de propriedade intelectual.
Um ano depois, no mesmo salão, o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e alguns ministros poderiam constatar que a Nova Indústria Brasil (NIB) perdeu prestígio entre o empresariado que não voltaram à sala onde ao menos 16 cadeiras da mesa principal estavam vazias. Tão vazia que o fotógrafo da presidência Ricardo Stuckert se limitou a colocar apenas seis fotos no banco de imagens, três delas cortes dá outras quatro.
Sem fala de Lula
Na solenidade esvaziada, Lula não falou no evento. O governo aproveitou a cerimônia para lançar as metas da nova etapa do programa, a Missão 6, focada em tecnologias estratégicas para a soberania e defesa nacionais. Ela é focada em apoio a tecnologias estratégicas para a soberania e defesa nacionais e prevê investimentos públicos e privados de R$112,9 bilhões e busca ampliar o domínio brasileiro em áreas como radares, satélites e foguetes.
A ausência de empresários mostra a dificuldade do governo em levar dirigentes e líderes do setor industrial para encontros ministros e executivos do governo a despeito do BNDES está, de fato, com uma agressiva política de financiamento de projetos de inovação que mesmo estando sendo aproveitados pelas grandes corporações e grupos industriais vêm conseguindo emprestar dinheiro médias empresas.
Menos de um ano
Mas não deixa de ser sintomático que no primeiro ano de aniversário de um projeto que há um ano foi descrito como as bases de uma política sistêmica e de longo prazo, que interage com outras políticas. Composta por um conjunto de instrumentos públicos de apoio ao setor produtivo.
E que falava de Agricultura de precisão (drones e sensores), Medicamentos e Princípios Ativos biológicos; Vacinas, hemoderivados e terapias avançadas, Sistemas de propulsão; Baterias elétricas, Semicondutores; Robôs industriais e Novas fontes de energia (Hidrogênio, diesel verde e SAF).
Reunião vazia
Um ano depois a reunião de ontem tratou de Veículos lançadores; Radares; Satélites. Essa área está diretamente ligada à ministra Luciana Santos, que foi a figura central do evento ao lado de Lula e Alckmin. Pode-se dizer que a Missão 6 não tem o charme da atração das outras cinco. Mas é difícil explicar como o presidente precisa passar pelo constrangimento de estar numa solenidade que sequer a mesa principal consegue estar com os assentos ocupados.
Distanciamento
Mostra um enorme distanciamento do MDIC com as lideranças do setor e envolvimento delas com as políticas de médio e longo prazo. Definitivamente não é normal reuniões de conselhos como as do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial não terem as presenças de não apenas dos líderes, mas dos empresários que formam as diversas cadeias produtivas.
Taxação de Trump
Pode-se dizer que neste momento o setor não tem quaisquer motivos para comemoração já que o centro das atenções está na busca de uma solução de redução de danos que uma taxação de aço e alumínio do Brasil nas vendas para os Estados Unidos. É verdade.
Até pelos reflexos que a manutenção dessas restrições vai ter nas diversas cadeias produtivas indústrias brasileiras. Mas é muito sintomático constatar que o governo a cada dia tem dificuldades de ter relações de proximidade com o empresariado que já não atendem os convites para solenidades com a presença do presidente da república.
Consumo de energia
Lembra do calorão que está fazendo no Sul e Centro Oeste com temperaturas de 40 graus em Porto Alegre? Pois né,. Ele foi bater no Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que registrou nesta terça-feira (11) mais um recorde de carga instantânea no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Às 14h37 os valores inicialmente apurados pelo Operador indicaram que a demanda alcançou a marca histórica de 103.335 MW, superando o patamar anterior, de 102.810 MW, verificado em 22 de janeiro. Na segunda - feira (10) a região Sul alcançou patamar inédito de demanda máxima instantânea com 21.950 MW.
Terra do TUP
A Consag, empresa do grupo Andrade Gutierrez dedicada ao mercado privado, assinou um contrato para a construção da retroárea do novo terminal de contêineres de Suape, em Ipojuca, Pernambuco. Trata-se do projeto, encomendado pela APM Terminals, uma das maiores operadoras portuárias do mundo e parte do grupo A.P. Moller-Maersk.
O escopo do contrato inclui a construção de aproximadamente 220 mil metros quadrados de retroárea, abrangendo serviços de terraplanagem, drenagem, instalação elétrica, subestações, pavimentação e implementação de tecnologias inovadoras de automação e controle de acesso. Este será o primeiro terminal de contêineres da América Latina 100% eletrificado, reafirmando o compromisso da APM Terminals com a sustentabilidade e inovação no setor portuário.
Internacional
No próximo dia 26, o Conselho Temático de Comércio Exterior (Comex) da Fiepe realizará mais uma edição do Fiepe Internacional com transmissão ao vivo da Casa da Indústria e de forma online e gratuita. Vai debater o cenário econômico global no contexto pós-eleitoral dos Estados Unidos. A programação inclui uma palestra do professor João Correia sobre "Pós-eleições nos EUA: Trump e o futuro do comércio mundial".
Paulo Câmara
Atual presidente do Banco do Nordeste, o ex-governador Paulo Câmara vai falar no próximo dia 19, a convite da TGI sobre investimentos e sobre caminhos que existem para impulsionar o crescimento como parcerias público-privadas, captação de investimentos externos, otimização da gestão pública e incentivo ao empreendedorismo local que podem transformar a realidade econômica pernambucana.
Naturalmente, à luz de sua experiência no Governo de Pernambuco.
Itaipu no IPCA
A usina hidrelétrica de Itaipu ajudou o governo Lula em janeiro. Mas não foi fornecida energia. Na verdade, a ajuda se deu no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que foi de 0,16%, a menor variação para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994. Na verdade, o resultado foi influenciado pelo chamado Bônus Itaipu que deu origem ao saldo positivo de R$1,3 bilhão na Conta de Comercialização de Energia Elétrica da Itaipu.
O valor foi distribuído como crédito, em janeiro, na conta de luz de consumidores residenciais e rurais que tiveram consumo inferior a 350 quilowatts-hora (kWh) em ao menos um mês de 2023 e ajudou na queda do grupo Habitação (0,46%) puxado pelo subitem Energia Elétrica Residencial que recuou 14,21%.
Paga no cartão
O novo relatório da Abecs, associação que representa a indústria de meios eletrônicos de pagamento no Brasil, revela que Compras realizadas com cartões de crédito, débito e pré-pagos cresceram 10,9% em 2024, somando R$4,1 trilhões. O cartão de crédito foi o meio de pagamento com o maior valor transacionado no ano, registrando R$2,8 trilhões (+14,6%) , seguido pelo cartão de débito, que movimentou R$1 trilhão (-0,1%). O cartão pré-pago somou R$379,4 bilhões (+18,1%). A maior parte (65%) do volume de compras parceladas se concentra em até seis vezes sem juros.
Concurseiros
O presidente da Associação de Apoio aos Concursos e Exames (Aconexa), Marco Antonio Araujo Jr., estima que o mercado de concursos públicos no Brasil deve registrar um crescimento significativo em 2025, com expectativa de movimentar mais de R$5 bilhões. O número é baseado na estimativa de que projeção de mais de 9 milhões de candidatos inscritos ao longo do ano e nos gastos médios dos concurseiros, que incluem taxas de inscrição, transporte, hospedagem, alimentação e materiais de estudo.
Boticário
A indústria de cosméticos Boticário promove ação regionalizada no Carnaval de Pernambuco “A marca de beleza mais mencionada no Carnaval” presente nas cidades de Recife e Olinda, onde patrocina o Galo da Madrugada e a festa Carvalheira na Ladeira. O Boticário fará um investimento superior a 25% em relação ao ano de 2024 estando em mais de 15 eventos patrocinados, entre blocos de rua, camarotes, trios e festas exclusivas.
Diego Villar
O CEO da Moura Dubeux, Diego Villar é o convidado de hoje do Conexão ADEMI, no Vetro Restrô, às 18h um evento, exclusivo para convidados, para tratar sobre a expectativa para o setor imobiliário do Grande Recife, Falará ao lado de Fábio Tadeu, Brain Inteligência Estratégica e Alisson Holanda, da Holanda Construtora CEOs.
Neoenergia
Carlinhos Brown vai dar o ritmo da nova campanha da Neoenergia para o Carnaval 2025 Jingle cantado pelo músico vai agitar trio elétrico no Barra-Ondina (BA) e o bloco Galo da Madrugada (PE) Dessa vez, com o jingle “Energia é folia”, cantado pelo percussionista, diz como ter um carnaval seguro e consciente. Neoenergia investe R$21 milhões nos Carnavais da Bahia e de Pernambuco.
Conta de Carnaval
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo estima que o Carnaval 2025 movimente R$12,03 bilhões em receitas, um aumento real de 2,1% em relação ao mesmo período do ano passado, já descontada a inflação.
Este crescimento tem a ver com os gastos dos turistas em bares e restaurantes deverão liderar as receitas do carnaval, com projeção de R$5,4 bilhões, seguidos pelos serviços de transporte de passageiros (R$3,31 bilhões) e hospedagem (R$1,28 bilhão). Esses segmentos somados representarão 83% do total gerado pelo turismo no período.