Aeroporto do Recife mira 10 milhões de passageiros ano e anuncia projeto de desenvolvimento imobiliário
Em 2024, foram mais de 91 mil operações de pousos e decolagens. Por isso o Aeroporto do Recife inicia 2025 consolidando novas rotas internacionais

Maior operação da espanhola Aena no Nordeste, o Aeroporto Internacional do Recife programa ultrapassar, em 2025, a marca de 10 milhões de passageiros em suas instalações - depois de se recuperar da crise provocada pela pandemia da covid 19. Em 2024, ele chegou à marca de 9,6 milhões (9.593.804) de embarques e desembarques, superando em quase 1 milhão de passageiros o número antes da pandemia, quando, em 2019, operou serviços para 8.606.565 passageiros.
O Aeroporto Internacional do Recife também recebeu investimentos pesados da companhia espanhola, que opera atualmente 17 terminais no Brasil, entre eles o gigante Congonhas e agregou mais 40 mil m2 de área operacional.
Isso lhe permitirá suportar até 14,8 milhões de operações, em 2033, quando seriam necessários mais investimentos para elevar seu parque de serviços e permitir chegar a 23,2 milhões de embarques e desembarques. A partir daquele ano o terminal exigirá nova ampliação, de modo a ter capacidade de operar 30,7 milhões de passageiros ano (estimativa para 2043).
Mas, por enquanto, o terminal vai precisar de coisas mais urgentes e, nesta sexta-feira (24), o diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil, Marcelo Bento, cuidou de revelar o novo pacote de investimentos - que a companhia chama Fase 1 do Terminal Intermodal.
Ele vai abrigar as operações de recepção de passageiros no sítio onde funcionou a antiga estação de passageiros, que será equipada para receber veículos de transporte de agências de receptivo de forma mais confortável e terá conexão direta com a área de desembarque no térreo do terminal.
O objetivo é levar para lá todo o tráfego que hoje existe no térreo e até no primeiro andar (especialmente carros de aplicativos), melhorando a calçada do terminal.
OBRAS DE RESTAURAÇÃO
As obras incluem a restauração e adoção da Praça Salgado Filho, cujo desenho tem assinatura de Burle Max, e que devem começar já no mês de fevereiro. Nessa área - após a conclusão - será possível contemplar novamente os painéis do artista pernambucano Lula Cardoso Ayres, feitos com a técnica de afresco e que serão restaurados depois de terem sido preservados por determinação do IPHAN.
O espaço para múltiplos usos estará integrado à Praça Salgado Filho, que será revitalizada. Com os jardins Burle-Marx, a restauração dos painéis de Lula Cardoso Ayres e adição de Lojas, cafés e restaurantes, a gestora vai cuidar de preparar o terreno para no futuro fazer a segunda ampliação de suporte a mais de 23 milhões de passageiros.
Dessa forma, diz Bento, a Aena vai já investir na construção da infraestrutura para suportar o futuro terminal, que será construído sobre a área do terminal intermodal voltado para a Praça Salgado Filho onde, aliás, existiu a primeira estação moderna do Aeroporto até a construção do atual, em 2000.
Entretanto, Marcelo Bento apresentou um novo pacote de projetos que atende a uma demanda crescente de um terminal que, a partir deste ano, vai operar 10 milhões de passageiros/ano, como hotel e armazéns dedicados a operações de logística e serviços que a cada dia se tornaram necessários.
O terreno sob gerenciamento da Aena no Recife tem 550 mil m2, onde além do futuro Terminal Intermodal, ao Sul, existe uma área, ao Norte, onde estão terminais de cargas das empresa aéreas e antigos galpões usados para aviação executiva, que agora estão num novo espaço.
NOVOS NÚCLEOS IMOBILIÁRIOS
O projeto da Aena prevê o desenvolvimento de dois núcleos imobiliários. Um onde hoje está o Terminal de Manutenção do Aeroporto, voltado para a Avenida Mascarenhas de Morais, e um segundo, ao fundo da pista de pouso, onde funcionou a Base Aérea do Recife - desativada ano passado.
O modelo conceitual dos dois espaços prevê, além de terminais, um hotel de suporte dentro da área do terminal de outras operações. Já no terreno em frente à pista, a proposta é de um conjunto de operações de grande porte de logística, que inclui tanto operações de carga que dependem de voos comerciais e dedicados; como outras, de transporte rodoviário - numa região onde existe uma demanda por galpões de locação Triple AAA.
A Aena pretende licitar o uso de ocupação da área (o terreno continua sendo propriedade da união, como o próprio terminal de passageiros), em regime de construção sob demanda para uso definido. O projeto está em análise pela Prefeitura do Recife, para licenciamento de uso das ruas de acesso no bairro do Ibura.
Desenvolvido, o projeto vai transformar o Aeroporto do Recife num mega hub de transporte, combinando serviços adjacentes ao de embarque e desembarque de passageiros e carga, com forte impacto na Região Nordeste, pela condição de o terminal que abriga também o hub da Azul.
VOOS NO TERMINAL DO RECIFE
Esse hub nas as operações internacionais permite ao Aeroporto do Recife projetar novas operações já que, ano passado teve mais de 91 mil pousos e decolagens, com 343 mil embarques e desembarques internacionais, segundo avalia o diretor do Aeroporto Internacional do Recife, Diogo Moretti.
Ele diz que o terminal tem, de fato, um enorme potencial, pelas suas características de localização, pois o aeroporto tem conexão com 40 cidades, com apenas as rotas para São Paulo têm 203 ligações por semana.
Mas a Aena, segundo Moretti, também preparou o Aeroporto do Recife para o crescimento das operações com outros países (atualmente oito rotas o ligam a outros países) fazendo que tivesse 8,46 no índice de satisfação geral do passageiro.
Ele lembra que o terminal de passageiros passou de 50 mil m² para 70 mil m², uma ampliação de 40% em relação ao espaço anterior. Assim, as áreas destinadas ao uso comercial chegaram a 7.626 m², com 70 pontos para negócios, atraindo novas marcas de lojas, cafés e restaurantes e oferecendo uma gama mais variada de serviços.
Com a entrada de um voo regular da Azul para a cidade do Porto (POR), os pernambucanos podem voar direto do Recife para oito destinos. Os outros são Lisboa (POR), Orlando (EUA), Fort Lauderdale (EUA), Santiago (CHI), Buenos Aires (ARG), Montevidéu (URU) e Assunção (PAR).