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Visões ideológicas opostas de governadores sobre abordagem da segurança inviabilizou combate efetivo contra o crime

Governadores têm visão distorcida como se o crime estivesse interessado em atuar num estado porque o governador votou em Lula ou em Bolsonaro.

Por Fernando Castilho Publicado em 01/01/2025 às 0:05

Agora que o ano novo começou cabem dois minutos de conversas sobre como o Brasil está despreparado para abordar a questão da segurança, especialmente, no combate ao crime organizado e como o radicalismo político praticado pelo governo Bolsonaro cristalizou um debate estéril que inviabiliza qualquer perspectiva de enfrentamento da questão pela obtusidade dos governadores em politizar a questão.

Divisão ideológica

O mapa do Brasil ficou dividido em relação à questão onde os do Sudeste se posicionam contra um simples decreto editado pelo Ministério da Justiça, enquanto tramita uma PEC no Congresso demonstrando um alinhamento político da direita.

Por outro lado, os dos Nordeste assumem a defesa do texto assinado pelo ministro Ricardo Lewandowski como um posicionamento à esquerda reeditando na questão as visões dos governos Lula e Bolsonaro.

Desvio do principal

O posicionamento de ambas as partes da forma como está colocado não ajudará numa conversa séria sobre o tema. Mas ajuda muito no atraso de uma questão que se tornou necessária em termos da destinação de recursos que a partir de agora terão que ter valores definidos no Orçamento Geral da União dada o impacto que a falta de uma visão global do problema tornou a questão no Brasil.

Sudeste X Nordeste

Governadores do Sudeste brigam em defesa de uma autonomia de ações em relação à questão do tráfico e distribuição de drogas como se as suas polícias venham dando combate efetivo ao problema que está nas toneladas de cocaína e maconha da verdade.

Os do Nordeste afirmam seu alinhamento com as propostas do decreto 12.341/2024 editado na véspera do Natal como se ele fosse suficiente para a abordagem da questão, especialmente na questão da distribuição de recursos.

Imagem distorcida

Os dois lados têm visão distorcida porque parte da visão de um posicionamento ideológico como se o crime estivesse interessado em atuar num estado porque o governador votou em Lula ou em Bolsonaro.

Mas o próprio decreto tem vícios de redação e até mesmo de visão, talvez por ter sido escrito à luz da visão de um ministro que aceitou o cargo não por ser um especialista na questão, mas porque o presidente precisou substituir o anterior com a indicação ao STF.

Magistrado

Não é demérito reconhecer que Ricardo Lewandowski não é o profissional que o presidente Lula precisa nesse momento, mas até que o substitua é o que o temos para abordar a questão.

Talvez o problema esteja na visão do ministro acostumado a prolatar sentenças sem que fosse cobrado a necessidade de negociação. Talvez esteja na própria formação da equipe que pode escolher sem interferência do presidente e que espelha sua visão de mundo. Pode ser.

Polícia é o risco

Entretanto, o negócio crime para quem a polícia é o risco não está interessado no que pensa o ministério da Justiça e como podemos constatar na ponta e nos número de mortes nas cidades e depois de se organizar nos presídios se internacionalizou e hoje disputa não apenas o mercado Brasil, mas a América Latina.

Enquanto governadores missivistas emitem notas, os negócios do crime prosperam especialmente nos estados onde os governadores questionam a posição do governo Lula, inclusive tendo a maior parte do mercado em relação aos que apoiam o governo.

Distribuição

O que todos parecem não ter percebido é que o crime no Brasil optou pelo nicho da distribuição deixando países como Paraguai, Bolívia, Colômbia e Equador a missão de produzir as drogas em atacado.

Do ponto de vista de mercado, a escolha é a mais rentável dado que produzir drogas nesses países não têm as mesmas características de, por exemplo, o agronegócio brasileiro.

Questão econômica

O Brasil se especializou em distribuição cuja margem é duas vezes maior.
O que significa o desafio de abordar a questão essencialmente do ponto de vista econômico e não apenas na ponta como alguns governadores insistem, talvez pensando que sua polícia dará conta.

Apoio de ex-ministros

Nesta segunda-feira(30) sete ex-ministros da Justiça se posicionaram em defesa do decreto que estabelece regras mais rigorosas para o uso de armas pela polícia, incluindo a diretriz de que a força letal deve ser empregada apenas como "último recurso" lembrando que a resistência dos governadores é movida mais por disputas políticas do que por uma análise crítica do conteúdo do decreto.

E dizem que o decreto é uma evolução significativa na segurança pública e fortalece a credibilidade das instituições, "sobretudo as policiais”. Esse é o ponto central.

Forças federais

Em vários estados a sinalização dos governadores acabou corroendo a credibilidade das forças policiais pelo nível de abordagem à população. Não raro gravada e exibida nas plataformas digitais.

O decreto ao menos define padrões de comportamento a nível das forças policiais que também se apresentam despreparadas e até mais que forças estaduais.

Verbo sem verba

Mas essa não é a questão central. Infelizmente o debate ideológico escondeu o elemento principal: quanto o Brasil está disposto a gastar para enfrentar o crime organizado? Que bloco de recursos dispõe para prover os meios? E como o Governo entende isso como uma rubrica sobre a qual não poderá ter restrições de uso após serem definidas?

Sem isso o debate ficará restrito a notas e declarações. O que inviabiliza como se viu até um decreto periférico diante da questão central. A repercussão produziu o efeito de que o ministro está trabalhando numa nova redação. Mas a pergunta continua: quanto o Governo dispõe para gastar no combate ao crime no Brasil? Porque sem saber a verba, o que sobra mesmo é o verbo.

Divulgação
Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE gestor do Hub de Dados do Comércio. - Divulgação

Hub de Dados da Fecomércio PE

A Fecomércio Pernambuco (Fecomércio-PE), colocou no ar o Hub de Dados do Comércio, plataforma de inovação que busca transformar o acesso a dados estratégicos e a aplicação de soluções no setor do comércio de bens, serviços e turismo no Estado.

“O Hub de Dados do Comércio atenderá empresas, sindicatos, universidades, governos locais, empresários e empreendedores pernambucanos" segundo Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE. Ele afirma que a criação do Hub de Dados do Comércio surgiu da necessidade de facilitar o acesso a dados estratégicos e posicionar a Fecomércio-PE como uma aliada da inovação.

Sob demanda

A plataforma tem como ponto central a construção de um grande repositório que integra dados econômicos, possibilitando análises aprofundadas e soluções sob demanda para os usuários. ela pode gerar Mapas geográficos de distribuição setorial; Modelos preditivos e análises avançadas; Serviços sob demanda para empresas e instituições, estudos específicos a partir de dados curados pela equipe técnica da Fecomércio-PE a custos reduzidos em comparação a consultorias tradicionais.

A plataforma vai usar IA e pode gerar produtos como mapas georreferenciados apontando por exemplo manchas onde determinados segmentos estão mais concentrados em áreas onde eles não estão presentes, o que pode ser uma oportunidade para lojistas e empreendedores.

Ministerio do Trabalho
Operação resgata 163 operários chineses da escravidão em obras da BYD na Bahia. - Ministerio do Trabalho

Cultura do trabalho

O incidente no canteiro de na obra de construção da montadora chinesa na Região Metropolitana de Salvador onde a constutora chinesa Jinjiang teve 163 trabalhadores chineses foram resgatados de trabalho análogo à escravidão no canteiro de obras da BYD, o que levou o governo brasileiro a suspendeu temporariamente a emissão de novos vistos de trabalho para funcionários chineses revela a realidade do que é o trabalho na China e no Brasil que tem uma lgislação especifica para o tema.

A construtira Jinjiang chegou a publicar um vídeo nas redes sociais contestanto a punição porque entende que não contratou trabalhadores em condições análogo à escravidão. E se queixa de preconceito contra estrangeiros. O que mostra que na China as condições encontradas na Bahia são normais.O que nos remete às condições em que as chamadas blusinhas são produzidas naquele país.

Carga do Matopiba

O atraso nas obras da Transnordestina fez o mercado buscar alternativas para escoar sua produção agrícola. Especialmente o que é produzido no chamado Matopiba, acrônimo formado pelas siglas de Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Bahia.

Os portos do Arco Norte – que inclui os portos da região Norte e Nordeste acima do paralelo 16ºS – exportaram 39% de toda a carga de milho e soja que saiu do país entre janeiro e outubro deste ano. Esse volume corresponde a 47,7 milhões de toneladas segundo o Mapa Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) Com estimativas de embarque de cerca de 100 milhões de toneladas de grãos nos próximos cinco anos.

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Fortaleza cresceu participação internacional com voo daAir France para Paris. - Divulgação

Fortaleza Paris

O Aeroporto Internacional de Fortaleza comemora a liderança nas regiões Norte e Nordeste em movimentação de passageiros em voos internacionais a partir do sucesso da rota Fortaleza Paris, da Air France, que registrou uma média de 92,5% de ocupação das aeronaves nos últimos dois meses de operação, quando passou a ter cinco voos por semana. Ao longo do ano, cerca de 91.322 passageiros foram transportados pela rota, representando um crescimento de 41% em relação ao ano anterior.

Passagem Azul

Em novembro, a inflação do país teve alta de 0,39%. E dentro dela, o grupo de Transportes registrou alta de 0,89%, influenciada pelo subitem passagem aérea, que subiu 22,65% , o maior impacto individual no índice do mês.

Quem precisou comprar passagem sentiu isso no bolso com situações curiosas. Um passageiro que desejar ir a Natal (RN) saindo do Recife na sexta-feira (17) e voltar no domingo (19), pela Azul deve pagar R$3.694,89. Se for para São Paulo (Congonhas) pagará R$ R$2.662,53. Já se for para Fortaleza pagará R$ R$1.636,80.

Sem salário

Os servidores públicos de dois estados governados pela esquerda (Rio Grande do Norte) e da Direita (Minas Gerais) iniciaram 2025 na mesma situação: sem receber completamente os salários de dezembro. O quadro refleta a fragilidade das contas dos dois estados.

A STN vem pagando as dívidas de Minas desde 2018 e até agora honrou R$18,68 bilhões não pagos pelo estado. O RN teve as parcelas de sua dívida pagas pelo Tesouro entre 2019 e 2022 no total de R$479 milhões. Mas a crise continua sem que a governadora Fátima Bezerra tenha organizado as contas depois da reeleição. Mesmo com o discurso liberal de Romeu Zema.

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