Sucesso da geração de energia verde no Brasil exige definição do espaço da que garante fornecimento no horário de pico
Consultor defende debate sério busca de uma alternativa estrutural para uma solução equilibrada entre tarifa, investimento e requisitos ambientais.

No país cuja participação das fontes renováveis na Matriz Elétrica Brasileira foi de 89,2%, correspondente à oferta em 2023, demonstrando que, sob a ótica de transição energética, ocupa a liderança mundial, devido à política de estado que vem sendo adotada dos últimos 20 anos, o debate sobre como gerenciar adequadamente a oferta de energia, assegurando a participação de todas as fontes de geração vem crescendo. Especialmente, em relação à qualidade de fornecimento e ao preço final da energia e os benefícios socioeconômicos e ambientais entregue ao País.
Faz sentido. Atualmente, a oferta de energia é muito superior à demanda. Revela, portanto, o apetite dos investidores devido ao ambiente favorável de negócios. Mas também desperta a necessidade de um planejamento que leve em conta as peculiaridades de um país continental.
Subsistemas
Isso tem a ver com desafios que o discurso da transição energética nem sempre destaca. Coisas como a interligações entre subsistemas, para transferir grandes blocos de potência; a manutenção de projetos existentes e amortizados; a implantação de novos projetos, em locais específicos; a produção e armazenamento de hidrogênio e mais recentemente, a utilização de bancos de baterias.
O professor e consultor, Reive Barros é um dos profissionais com experiência no setor elétrico que vem alertando sobre isso. Transição energética é um desafio importante: Mas como reduzir o valor da tarifa para os consumidores, com excesso de subsídios, que retira a competitividade do País?
Sem preconceito
Para ele, a abordagem séria do problema exige isenção de ideias pré-concebidas e busca de uma alternativa estrutural (não conjuntural) para uma solução equilibrada entre tarifa, investimento, qualidade de suprimento e requisitos ambientais.
Barros reconhece que não é tarefa simples. As fontes hidráulicas têm localização bem definida no aproveitamento ótimo, que consideram a queda, a vazão e a área inundada por megawatts. Mas sistema de transmissão associado para o atendimento às cargas. Fontes eólicas e solares têm localização relacionadas a regiões bem específicas, e geralmente precisam de um sistema de transmissão associado para o escoamento da geração.
Só que as fontes renováveis, sejam hidráulicas, eólicas e solares, são fontes de incertezas uma vez que dependem, sobremaneira, das variáveis climáticas, a chamada energia intermitente.
Intermitentes
O professor Barros esclarece que o aumento das fontes intermitentes tende a mudar a variabilidade da oferta ao longo do dia. E a isso precisa ser acrescentado o sucesso e aumento exponencial da micro e minigeração distribuída cuja previsão é de 36 GW em 2030.
Essa oferta, numa linguagem simples, quer dizer que o Sistema Elétrico precisa de flexibilidade suficiente para o controle de balanço de carga x geração e utilize de forma otimizada sem onerar o consumidor com investimentos em novas linhas de transmissão que operem, boa parte do dia, ociosas.
Regionalização
Ele defende a realização de leilões regionais e os empreendimentos existentes que já foram amortizados para garantir a autossuficiência elétrica das regiões. Para Reive Barros a interligação das regiões deve ser sempre considerada para intercâmbio de energia, potência e otimização de reservatórios, potência e otimização de reservatórios. E não pode ser levada a extremos, onerando o consumidor e introduzindo riscos à operação.
Ele lembra uma condição importante: A geração concentra-se na Região Sudeste, utilizando as interligações para o intercâmbio de energia e potência com Sudeste, Norte e Nordeste. Mas período úmido, o Nordeste é importador de potência e de energia. Mas no período seco quando exporta energia e continua importando potência. Potência é a capacidade de entregar energia na hora que o consumidor precisa.
Horário de pico
Barros adverte que é no período seco (quando o carregamento das linhas estão no limite de transmissão), que podem ocorrer as fragilidades nas linhas de transmissão da interligação. Em outras palavras: nenhuma das fontes pode ser excluída, sem uma análise criteriosa de todos os quesitos que envolvem o tema.
Reive Barros que hoje lidera a consultoria Acrópoles Energia que promoverá em novembro próximo, em Lisboa, a Coniben reunido especialista do Brasil, Portugal e Espanha, chama atenção para o Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP 2024), usinas que estão descontratadas em 2027 e 2028.
Para o professor não faz sentido que empreendimentos que ainda não atingiram 50 % da vida útil e que em 2027 estejam amortizados (na verdade pagos pelos consumidores brasileiros) não possam continuar a ser usados de modo a se refletir numa menor tarifa.
Sustentável.
Sustentável
“Eu costumo dizer aos meus alunos que a transição energética, para ser efetivamente sustentável, não pode desconsiderar os recursos minerais e o capital humano já investidos”, diz Reive Barros para quem descomissionar ativos que ainda podem trazer confiabilidade ao Sistema é um equívoco. “Porque a transição não pode olhar somente para o futuro, precisa evitar desperdícios com os recursos já empenhados pelo cidadão brasileiro.”, adverte.
Para o consultor transição energética é principalmente, incentivar a utilização de todas as fontes, sem exceção, de modo a criar emprego e renda no País, na fabricação de equipamentos e na engenharia de construção e operação, buscando, sempre, o melhor benefício para o consumidor. E sem desconsiderar os investimentos já pagos pelo cidadão visando modicidade tarifária, qualidade de suprimento e os requisitos ambientais.
Montadora no CE
O Ceará terá uma montadora de automóveis. O polo será instalado em Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza e a fábrica será instalada no espaço que antes era ocupado pela fábrica da Troller, a partir da desapropriação do terreno da planta e de terrenos vizinhos. A planta automotiva multimarcas terá investimento inicial de R$400 milhões liderada pela Comexport.
O anúncio foi feito pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin que disse que o polo automotivo que será instalado no Ceará terá três marcas consagradas, com a produção de seis modelos na fase inicial de operação. A planta terá foco principal na produção de carros elétricos e híbridos.
Fábrica multimarca
Segundo o vice-presidente da Comexport, Rodrigo Teixeira, a ideia é que diversas empresas produzam seus modelos dentro do mesmo complexo industrial. A planta deve ter capacidade de produzir 40 mil veículos na primeira fase.
A projeção é que os primeiros carros já saem da linha de montagem no primeiro semestre de 2025. Mas ainda não há informações de quais empresas vão se instalar no empreendimento dentro do programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação).
Pai no e-commerce
A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) prevê um faturamento online de R$6,56 bilhões para o Dia dos Pais neste ano, celebrado neste domingo (110. Se confirmado, o valor representará um crescimento de 5% em relação a 2023, quando foram registrados R$6,25 bilhões. O ticket médio também deve subir, passando de R$453 no ano anterior para R$469 em 2024. A estimativa é de que o número de pedidos passe dos 14 milhões neste ano. As categorias mais procuradas são eletrônicos, informática, moda, celulares e eletrodomésticos.
Fortescue
A Federação das Indústrias dos Ceará promove nesta segunda (12) e terça-feira (13) o FIEC Summit 2024, que acontece no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, reunindo líderes do setor produtivo e acadêmicos para uma discussão sobre o H2V. O diretor da Fortescue no Brasil, Luis Viga, apresenta o grupo de executivos da Fortescue, que está desenvolvendo uma planta de hidrogênio verde (H2V) no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), no Ceará.
Economia Circular
Organizado no país pelo Instituto Brasileiro de Economia Circular (IBEC), o ‘Brazilian Circular Hotspot’ será realizado no Recife (PE) pela primeira vez no Brasil, entre os dias 6 e 8 de novembro, com especialistas e representantes empresariais e governamentais de todo o mundo. Nos debates estão assuntos como a neo-industrialização, a importância de uma visão nacional para a transição circular, o financiamento de projetos circulares, a integração dos diferentes atores da cadeia produtiva, o design circular e a transição energética, entre outros.
Salas novas
O Pernambuco Centro de Convenções concluiu as obras do segundo conjunto de auditórios multifuncionais. São dois espaços com capacidade para 250 pessoas cada um e, quando conjugados, até 600 pessoas no total, somando 584 m 2 com ambiente climatizado. No formato de ambiente único, comportam duas mil pessoas e as salas totalizam 1.400 m 2.
Proteção da IA
O advogado e consultor Gustavo Escobar, sócio da Escobar Advocacia será o moderador do painel sobre a regulamentação da inteligência artificial no Brasil que está em análise no Senado do 44º Congresso Internacional da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI) que acontece nesta segunda (12) e terça (13), no The Westin, em Porto de Galinhas, com especialistas do meio jurídico na área de tecnologia.
Negociação
A Procuradoria-Geral do Recife implanta nova ferramenta que permite celebrar acordos para pagamento de tributos e permite aos devedores maior previsibilidade no pagamento da dívida e, enquanto estiverem adimplentes, podem obter a certidão de regularidade fiscal. O instrumento é previsto no Código de Processo Civil e foi regulamentado pela PGM no ano passado. Desde 2012 o contribuinte recebe informações sobre serviços, lembretes de vencimento de boletos, além de alertas para pagamentos em aberto e risco de que o débito seja inserido em dívida ativa.
Azul no RS
Agora é oficial. A partir de 21 de outubro, a Azul retomará suas operações no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, com pico de 60 movimentos diários (pousos e decolagens) reforçando sua posição de empresa com a maior malha no Estado do Rio Grande do Sul.