Coluna JC Negócios | Notícia

Segunda maior cidade em operações da Azul no Brasil, Recife terá mais assentos com novas aeronaves da Embraer

John Rodgerson disse disse empresa também receberá novas aeronaves A320 que vão ajudar na substituição de rotas de maior tráfego.

Por Fernando Castilho Publicado em 08/08/2024 às 13:15

Atualizada às 14:35

Os passageiros da companhia aérea Azul terão, em breve, uma maior oferta de serviços em função do lote de 11 aeronaves Embraer 195 que a empresa estará recebendo. A compra ampliará a oferta de assentos em aeronaves novas, impulsionando a performance do hub que a empresa tem no Aeroporto Internacional do Recife.

A informação foi revelada nesta quinta-feira pelo CEO e cofundador da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, no Lunch Experience Club Nordeste, no Armazém Blunelle, na área central do Recife. O executivo revelou que a empresa acertou ao escolher Pernambuco como base de suas operações. Hoje, o Recife está conectado a 45 destinos, a segunda maior base de operações no Brasil. O Recife tem mais conexões regionais que Guarulhos, que opera 38 voos.

John Rodgerson disse que a empresa também sofre com a dificuldade de aquisição de aeronaves existente hoje no mercado da aviação. E revelou que a empresa também receberá novas aeronaves A320, para ajudar na substituição em rotas de maior tráfego. Hoje a empresa usa na sua malha regional os ATR 600, que têm apenas 50 lugares.

Guga Matos
CEO e co fundador da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson - Guga Matos
 

OPERAÇÕES NO RECIFE

Dentro do quadro de operações, Recife atualmente só está atrás de Campinas (sede e base operacional da Azul). Fica à frente, por exemplo, de Confins. A recepção de novas aeronaves demandará, naturalmente, mais pilotos, comissários, pessoal de terra, inclusive para atuar na oficina de apoio que a empresa mantém no Recife.

O CEO chamou a atenção para o fato de que a Azul transporta 35 milhões de passageiros. A empresa sabe para onde vão e quem são essas pessoas. Deste modo, as aeronaves transformaram-se numa poderosa mídia para qualquer empresa ,em todos os estados do Brasil e em dezenas de cidades.

John Rodgerson, que recebeu o título de cidadão pernambucano, revelou que a estruturação do hub no Recife vem provocando na companhia um fenômeno de migração de funcionários de outras cidades, fixando residência em Pernambuco, inclusive por parte de pilotos e comandantes de aeronaves.

No encontro com empresários associados ao Experience Club Nordeste, liderado por André Farias o co-fundador da Azul revelou que, apesar de estar satisfeita com a decisão de localizar aqui o seu hub regional, a empresa sofre, assim como as concorrentes (GOL e LATAM), com as dificuldades de operar num país que tem o combustível mais caro do mundo. É um impacto importante no desenvolvimento de uma indústria mais robusta do setor.

O executivo disse que, recentemente, a empresa começou a sofrer com um crescimento exponencial de ações de passageiros contra a companhia. É uma indicação da existência de ação de advogados que, passaram a representar clientes em milhares de ações por danos morais decorrentes de atrasos nos seus voos.

Guga Matos
CEO e co fundador da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson com o superintendentedo SJCC, Vladimir Melo, ea diretora de Marjering, Mirella Martisn e o diretor do do Experience Club Nordeste, André Farias no Jornal do Commercio..jpeg - Guga Matos

AÇÕES NA JUSTIÇA

O CEO lembrou que a Azul vem tendo uma performance de classe mundial no cumprimento de horários de seus voos. Mas reconheceu que sofre com esse assédio desproporcional de ações na justiça, amparado no Código de Defesa do Consumidor, o que levou a empresa a pedir uma análise do Conselho Nacional de Justiça.

Ele revelou que o Brasil, dentro da indústria, precisa gerenciar 98% das demandas judiciais quando detém apenas 3% do mercado de transporte do mundo. O cresciento das ações exigiu a contratação de escritórios de advocagia especializados. O escritório pernambucano Urbano Vitalino é hoje o principal agente de suporte nessa área.  

A empresa identificou que um pequeno grupo de advogados chegou a representar mais de 1 mil clientes com a mesma tese jurídica. Entre os advogados, há um que passou das 16 mil ações.

Mas John Rodgerson também ressaltou o impacto que o custo do querosene de avião tem na operação. “Temos um QAV mais caro que o da Suíça, que não produz nem refina petróleo” , exemplificou. Esse custo explica por que no Brasil se usam pouco mais de 350 aeronaves, quando o mercado potencial do país seria de pelo menos 1 mil aeronaves.

E disse que a empresa vem trabalhando junto ao governo no sentido de reduzir a tributação, que poderia ser um forte indutor da cadeia de serviços decorrente do transporte por avião e do turismo.

Ele revelou aos presentes do Experience Club Nordeste que a Azul sofreu um forte impacto com as enchentes no Rio Grande do Sul. "Pouco brasileiros sabem que o Aeroporto Salgado Filho operava 10% de todos os voos da malha nacional."

Esse número dá uma ideia do impacto que isso provocou na indústria. E ainda provoca perdas de negócio em toda a cadeia produtiva da aviação brasileira e até mesmo no Mercosul.

O executivo revelou que a Azul tem aproveitado as novas instalações do Aeroporto do Recife, depois do início da administração pela espanhola Aena. Segundo ele, a ampliação da estação de passageiros ajudou a empresa a oferecer mais conforto aos clientes e a manter sua meta de ser a companhia mais pontual do Brasil.

No encontro promovido pelo Experience Club Nordeste, ele falou das ações sociais da Azul, como o seu programa de investimento em formação de novos pilotos, criando a possibilidade real de que os funcionários de operações em terra possam fazer cursos de pilotos, atendendo as demandas de novos profissionais no mercado da aviação.

E finalizou dizendo que a Azul não escolheu Pernambuco apenas pela acolhida do Governo ou do seu potencial de distribuição regional. Mas porque se identifica com Pernambuco e sua cultura, de modo que a empresa programa, através do seus serviços, estar cada vez mais integrada à sociedade pernambucana.

Em visita ao Jornal do Commercio, John Rodgerson foi recebido pelo superintendente do SJCC, Vladimir Melo, e pelos diretores de Redação, Laurindo Ferreira, e de Marketing, Mirella Martins.

Compartilhe