Depois do jacaré para furtar água, Compesa agora tem roubos de hidrômetros, fio de cobre e componentes elétricos de suas subestações
Empresa já precisou gastar R$1,7 milhão apenas com esse tipo de furto.

Houve um tempo em que o único crime que se cometia contra a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) era o furto de água através do desvio do medidor numa prática conhecida como jacaré. Dava prejuízo, mas a constatação não exigia a presença da Polícia salvo se o desvio fosse de tal porte que era classificado como crocodilo.
Bons tempos. Na semana passada, ao menos duas cidades do Agreste pernambucano, Bezerros e Gravatá, além do distrito de Insurreição, em Sairé, tiveram o abastecimento comprometido em virtude da invasão de criminosos, que furtaram equipamentos e fiações elétricas em duas unidades operacionais, localizadas no município de Sairé, em menos de 24 horas.
A Compesa registrou Boletim de Ocorrência na polícia, pediu ajuda das autoridades e solicitou investigação e deslocou técnicos para avaliar os danos e adotar as providências para o restabelecimento das unidades operacionais.
O caso do Agreste pernambucano não foi um fato isolado. Furtos de equipamentos e componentes elétricos em unidades operacionais da Compesa têm sido cada vez mais frequentes. Na Região Metropolitana já foram 37 ataques com prejuízo de R$280 mil .
No Agreste ocorreram mais: 29 ataques com prejuízo de R$927 mil e mais oito no Sertão com prejuízo de R$500 mil. Ou seja: este ano a empresa já precisou gastar R$1,7 milhão apenas com esse tipo de furto. Nessa conta não estão inclusos os custos dos profissionais envolvidos nos serviços de manutenção e a perda de faturamento.
O roubo não fica só nesses itens. Também é aumentando o furto de hidrômetros. Nesses casos a explicação é a busca pelo cobre também é o objetivo dos criminosos quando furtam hidrômetros (medidor de água).
De janeiro a setembro deste ano, foram registradas quase 12 mil (11.369) ocorrências em Pernambuco. O prejuízo financeiro é de R$3 milhões, apenas com o custo de reposição dos equipamentos. Esse é um tipo de ataque essencialmente na Região Metropolitana do Recife com 90% dos furtos, a maioria deles nas cidades de Recife, Olinda e Jaboatão. No interior, a maior incidência ocorre em Caruaru e Serra Talhada.
O prejuízo ao abastecimento é intangível porque geralmente, os criminosos deixam o equipamento com vazamento, provocando o desperdício de água e perda de faturamento.
Nesses casos a Compesa pede aos clientes para registrar Boletim de Ocorrência na polícia e acionar a Compesa (0800 081 0195) informando sobre a ocorrência do furto para que o equipamento seja substituído.
Esta semana, o novo presidente da Compesa, Alex Campos começou junto ao Secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, uma série de reuniões pedindo para a polícia intervir nessa questão se integrando ao setor de Inteligência da Polícia no sentido de identificar e punir os responsáveis, mas os receptadores já que o objetivo é obter o cobre.
Alex Campos diz que os prejuízos estão contabilizados, mas eles não são apenas os custos de reposição dos materiais furtados. Na verdade os custos se ampliam com o deslocamento de profissionais envolvidos nos serviços de manutenção além da perda de faturamento.