A V.tal, uma companhia provedora de infraestrutura digital, formada por fundos de investimento abrigados no BTG Pactual com a Oi, inaugurou nesta sexta-feira (3) seu maior data center com capacidade de 600 posições de racks num investimento de R$ 200 milhões.

A empresa é formada por capitais da gestora de fundos do Banco BTG Pactual com 70% e pela Oi que detém 30% das ações cuja função é prestar serviços de oferecer serviços de infraestrutura digital neutra fim a fim, com atuação no Brasil e mais 5 países nas Américas do Sul e do Norte.

A empresa faturou aproximadamente R$ 5 bilhões, em 2020 tendo cliente como todas grandes operadoras de telefonia e mais clientes provedores que prestam serviços a centenas de acessos à Internet no Brasil.

Esse seu novo data center foi construído na cidade de Fortaleza - CE, que vai operar com uma capacidade de 4MW e terá quatro “data halls” com espaço para acomodar 400 racks. Com isso a empresa passa a ser uma das maiores empresas de soluções de infraestrutura digital neutra denominação que se aplica a empresas que não atuam no varejo.

A Vtal tem apenas um ano, mas herdou a infraestrutura da Oi e as da Globenet e já nasceu operando em cinco países nas Américas do Sul e do Norte.

Ele é detentor de quatro dos 18 cabos submarinos que o Ceará se conecta, por onde hoje passam 90% de toda internet do Brasil.

Essa liderança se deve à especial localização do Ceará com os Estados Unidos de onde vem todo o tráfego global e pelas condições climáticas praticamente sem intercorrência das correntes marinhas além do Ceará possuir mais de 600 quilômetros de terra submersa no oceano Atlântico antes da Plataforma Continental.

Essa característica foi que levou as grandes provedoras de telefonia e de serviços digitais a instalarem seus contatos de conexão submarina por cabos.

Chamado de “Big Lobster”, o novo edge data center está totalmente integrado à sua estação de chegada de cabos submarinos (CLS - Cable Landing Station) localizada na Praia do Futuro, com redundância de conexão, o que promove uma maior segurança na transmissão de dados em função de eventuais interferências externas.

Ele também estará integrado ao outro edge data center da empresa, vizinho as suas novas instalações totalizando um parque com cerca de 7 mil m2 de área construída, capacidade superior a 5MW e mais de 600 posições de racks.

Com o lançamento do “Big Lobster”, a V.tal passar a contar com 4 Edge Data Centers completos em operação (dois em Fortaleza, um no Rio de Janeiro e outro em Barranquilla, na Colômbia), conectados por 26 mil quilômetros de cabos ópticos submarinos que ligam o Brasil à Argentina, Venezuela, Colômbia, Bermudas e aos Estados Unidos.

Estrategicamente o negócio da V.tal se caracteriza, primeiro, por não concorrer com provedores de internet só atuando no atacado. Segundo dispor de infraestrutura de cabos submarinos que asseguram latência e, finalmente oferecendo data center para as empresas para seus sistemas de armazenamento de dados.

No Brasil, apenas ela possui esse pacote de serviços, o que está fazendo seus acionistas mirarem novos negócios a partir da chegada do 5G, mercado que elas desejam também liderar oferecendo suporte às empresas gigantes como Embratel, Claro, Vivo e Tim (que são suas clientes) mas para pequenas e médias empresas que estão ampliando seus serviços de acesso a internet de banda larga.

A V.tal nasceu de uma oportunidade surgida com a crise da oi que precisou vender sua infraestrutura de mais de 18 mil quilômetros de cabos de fibra ótica com as possibilidades que esse mercado oferece.

Uma joint-venture formada pelos fundos gerido pelo Banco Pactual permitiu que a empresa assumisse o controle de uma outra companhia GlobeNet com atuação em três países formando uma superestrutura de acessos que colocou o Brasil na liderança na América do Sul em acesso de internet.

A proposta da V.tal para seus acionistas é de investir até R $30 bilhões, em cinco anos, se tornando uma companhia de classe mundial no setor. A aposta no novo potencial de 5G é que a companhia tem 3 mil pontos de acesso espalhados pelo Brasil o que abre uma enorme perspectiva de ajudar da oferta de infraestrutura para as exigências do 5G.

No mercado ela se apresenta como uma empresa que possui 20 milhões de casas passadas disponíveis para o provimento de FTTH (Fiber To The Home), 430 mil quilômetros de fibra óptica terrestre, conectando mais de 2.3 mil municípios no Brasil, e 26 mil quilômetros de cabos submarinos que ligam o Brasil à Argentina, Venezuela, Colômbia, Bermudas e Estados Unidos, além de edge data centers distribuídos entre Brasil e Colômbia.

Ontem, por ocasião da inauguração do Edge Data Center em Fortaleza, o governador do Ceará, Elmano de Freitas informou que dentro do plano estratégico do Governo do Estado, a atração de mais empresas para o complexo de infraestrutura de internet é uma das âncoras do seu governo e prometeu acesso a programas de incentivos fiscais, onde o Ceará se tornou uma referência no Brasil por reduzir a tributação e ajudar a que empresas locais crescessem a partir desse novo negócio.

Um dos casos de maior relevância que o sistema de internet banda larga que o Ceará gerou foi a Brisanet que é hoje a maior empresa do setor fora das quatro grandes do segmento.

Mirando o ConeSu

Na última sexta-feira, por ocasião da inauguração do novo dfata center, a diretoria da V.tal revelou que deu início ao projeto de implantação de um edge data center de 4MW na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que, como toda a região, concentra uma economia forte e vários polos tecnológicos, tendo localização privilegiada para atender clientes dos países do cone sul que fazem fronteira com o Brasil. O

terreno na capital gaúcha já foi adquirido pela companhia no final de 2022 e a construção de mais essa estrutura de edge computing integra o plano de expansão da V.tal.

Brasil em Barranquilla

A V.tal também está ampliando sua capacidade em Barranquilla, na Colômbia, onde possui uma CLS e um edge data center integrados com capacidade de 500kW e 80 racks, inaugurando, ainda no primeiro semestre, um segundo site, igualmente adjacente às instalações atuais, como em Fortaleza.

Conhecido como “Chiva 2”, ele terá uma capacidade de 2MW e espaço para até 200 racks, o que irá criar um ambiente propício para um ecossistema de peering na região, que tem uma posição geográfica estratégica para atendimento de clientes dos Estados Unidos. Quando concluído, o complexo de Barranquilla possuirá capacidade superior a 2,5MW e 280 posições de racks.