
Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios
Morreu, na manhã desta segunda-feira, a empresária Zélia Macedo. Fundadora do Grupo Nordeste, Presidente da Soservi era viúva de Hilson Macedo (falecido em 2015) e mãe de Paulo Sérgio Macedo. Aos 93 anos para a covid-19.
Em 2012, o Grupo Nordeste vendeu suas operações para a espanhola Prosegur num negócio de R$ 825,5 milhões. Com isso, o Grupo Nordeste deixa de ser dono da tradicional Nordeste Segurança e também da Transbank. A Nordeste Segurança e a Transbank faturam, juntas, R$ 794 milhões e contam com 20.850 empregados no Nordeste, Sul e Sudeste. A partir daí concentrou-se na Soservi.
No setor se costuma dizer que sem ela não existiria o Grupo Nordeste, que cresceu e foi impulsionado pelo empreendedorismo destemido do marido, Hilson Macedo, mas que contou com a fortaleza e pragmatismo dela para enfrentar os momentos de crise.
Em 1972 a Soservi, foi instalada em um anexo da Nordeste Segurança de Valores, no bairro da Torre, aqui no Recife. A ideia nasceu do olhar de D. Zélia que, como administradora do Hospital Agamenon Magalhães, observou que o serviço de limpeza poderia ser uma grande oportunidade de negócio. Iniciava-se ali o sonho de construir uma empresa que levasse soluções mais profissionalizadas nesse segmento.
Ele também incorporou a falta de produtos adequados, de equipamentos específicos, de mão-de-obra qualificada e, principalmente, de técnicas que levassem ao mercado um serviço de qualidade, fundamentado no respeito aos direitos trabalhistas e deveres tributários, no treinamento contínuo e na utilização de tecnologia.
A Soservi foi uma das primeiras empresas do segmento a manter constante intercâmbio com empresas norte-americanas do setor de limpeza, onde criou sólidas parcerias como com a Minuteman, uma das maiores fabricantes de equipamentos de limpeza daquele país. E introduziu no mercado a utilização de máquinas lavadoras de grande porte e polidoras de alta rotação.
A empresa criou a Universidade da Limpeza que, muito mais do que um Centro de Treinamento, representa a forma Soservi de oferecer conhecimento técnico a todos os seus funcionários. A empresa firmou parceria com a Fundação Dom Cabral, uma instituição de referência nacional em desenvolvimento de executivos, que vem contribuindo há seis anos na capacitação dos nossos gestores.
Zélia Macedo também ajudou a criar na empresa um portal de “Responsabilidade Fiscal”. Nele, disponibilizou informações aos nossos clientes, como as Certidões de Tributos, Guias de Recolhimento e a própria Folha de Pagamento dos funcionários lotados em seus respectivos contratos. A ferramenta tecnológica para tal não se constitui uma novidade no mercado, mas ajudou na imagem da Soservi.
A empresa foi a pioneira no Nordeste a substituir os antigos “pano de chão e rodo” pelo “Mop e o balde espremedor”, hoje uma realidade consolidada e na utilização de cera acrílica, uma tecnologia que revolucionou a técnica de tratamento de piso, propiciando o brilho molhado e resistência superior. E também introduziu a utilização de máquinas lavadoras de grande porte e polidoras de alta rotação.
A Soservi está presente em todos os estados do Nordeste e em três importantes estados da região sudeste: São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Possuí uma carteira de aproximadamente 400 clientes, representados em mais de 1.000 pontos de serviços.
Parceira do marido no negócio desde o inicio
Hilson de Brito Macedo era funcionário público federal (trabalhava como inspetor de linhas telegráficas) anos depois de ter saído como major do Exército, quando, em 1970, decidiu fundar (com cinco amigos) duas empresas, a Pernambuco Segurança de Valores e a Ceará Segurança de Valores, pioneiras no segmento na Região. Dona Zélia entrou como sócia da companhia. E anos mais tarde teve a ideia de criar a Soservi.
O negócio surgiu no final da década de 1960 quando ainda não existiam na região Nordeste as atividades de segurança privada e transporte de valores e ele decidiu entrar nele. Nessa época, a segurança dos bancos era realizada pela Polícia Militar e em 1969, quando houve o aumento no número de assaltos a Bancos no Brasil, o governo decidiu criar um (Decreto-Lei nº 1034/69), regulamentando esses serviços como privados dando a Macedo a oportunidade de entrar nela.
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