Sindicato denuncia precariedade nas escolas do Recife; Secretaria de Educação rebate

Simpere diz que falta produtos de limpeza, kits escolares são insuficientes e aparelhos de ar-condicionado estão quebrados em várias escolas da rede

Publicado em 18/02/2025 às 22:03 | Atualizado em 18/02/2025 às 22:23
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Professores da rede municipal do Recife denunciam a falta de materiais básicos para o início do ano letivo. De acordo com o Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), os principais problemas incluem a escassez de kits escolares — que deveriam conter cadernos, lápis, borracha e outros itens essenciais — e a ausência de fardamento para os alunos.

“Os pais e responsáveis procuram a escola diariamente em busca dos materiais, mas não temos sequer uma previsão de entrega”, afirmou Jaqueline Dornelas, coordenadora geral do Simpere. Além disso, professores relatam a falta de produtos de limpeza, fundamentais para a higiene e segurança das escolas.

Outro problema citado pelo sindicato é a falta de manutenção nos aparelhos de ar-condicionado. Na Escola Municipal de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, estudantes e professores enfrentam temperaturas elevadas sem qualquer suporte adequado.

“Recife é uma cidade vulnerável às mudanças climáticas, e a precariedade estrutural das escolas agrava ainda mais essa situação. Quando chove, as unidades alagam; quando faz calor, a falta de manutenção dos equipamentos coloca em risco a saúde de alunos e professores. Isso não pode continuar sendo ignorado”, ressalta Anna Davi, também coordenadora geral do Simpere.

Secretaria de Educação do Recife rebate denúncias

Em nota enviada à coluna Enem e Educação nessa segunda-feira (17), a Secretaria de Educação do Recife afirmou que "não procede a informação de falta de produtos de limpeza nas escolas da Rede Municipal de Ensino do Recife e que o fornecimento ocorre de forma contínua".

"Ao longo do ano, as unidades de ensino recebem suprimentos que podem ser utilizados para a aquisição desses materiais em situações emergenciais. Embora possa haver falta pontual de alguns itens, os estoques são regularmente repostos", informou a pasta.

Sobre os kits escolares, a Secretaria afirmou que as entregas começaram no final de janeiro e seguirão durante todo o mês de fevereiro. Algumas unidades, inclusive, já receberam 100% dos kits para o ano letivo de 2025.

Em relação à Escola Municipal de Casa Amarela, a pasta destacou que as aulas ocorrem normalmente e que a gestão da unidade já solicitou a manutenção dos aparelhos de ar-condicionado. O serviço, segundo a Secretaria, deverá ser realizado nos próximos dias.

Problemas estruturais preocupam professores e alunos

A Escola Municipal Cidadão Herbert de Souza, localizada no campus da Universidade de Pernambuco (UPE), no bairro de Santo Amaro, está em reforma desde 2023 e,segundo informações do Simpere, a comunidade escolar decidiu suspender as atividades, pois a estrutura  estaria representando risco para os 160 alunos atendidos em dois turnos, além dos professores.

Entre os principais problemas relatados estão vazamentos na rede elétrica, destelhamento de diversas áreas e armários enferrujados.

Diante desse cenário, o sindicato solicitou à Prefeitura do Recife a transferência imediata dos estudantes para outra unidade até a conclusão das obras. Além disso, um ofício foi enviado ao Executivo municipal para cobrar uma nova previsão de entrega do prédio reformado.

“A sensação é de abandono. A escola foi esquecida, e a comunidade está sendo punida pela gestão”, lamenta Jaqueline Dornelas.

Secretaria de Educação promete nova sede até abril

A Secretaria de Educação do Recife afirmou que, até abril, a Escola Municipal Cidadão Herbert de Souza ganhará uma nova sede, atualmente em fase final de construção na rua ao lado do prédio atual.

Segundo a pasta, "a atual sede, que funciona de forma provisória em parceria com a Universidade de Pernambuco (UPE), mantém as aulas presenciais normalmente nos dois turnos".

"Por fim, sobre o vazamento na rede elétrica, é importante ressaltar que o problema está na estrutura da Universidade, mas a equipe de gestão já sinalizou a situação para a instituição, e os serviços de reparo estão em andamento", concluiu a nota.

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