Aplicativo desenvolvido em Pernambuco mostra onde comprar remédio mais barato
O MedAlerta permite fazer uma busca por remédios e produtos farmacêuticos e receber uma resposta direta das farmácias cadastradas

A necessidade de encontrar medicamentos mais baratos e mais próximo de casa, fez o engenheiro de Software, Lucas Primo, e o desenvolvedor João Barbosa, criarem o MedAlerta. O aplicativo pernambucano foi criado no final de 2020, e lançado oficialmente em março deste ano, inicialmente apenas para smartphones que usam o sistema Android. Uma nova versão em iOS está sendo desenvolvido pelos seus criadores. O aplicativo, que é gratuito, permite que o consumidor faça uma busca pelo remédio que necessita e receba diretamente das farmácias uma cotação de preços. O sistema mostra apenas os resultados relativos às farmácias cadastradas, localizadas na Região Metropolitana do Recife, daí o consumidor pode fazer uma busca pelas farmácias mais próximas ou falar diretamente com um funcionário do estabelecimento escolhido e optar pela entrega do medicamento em domicílio.
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“Desde o início a ideia era ajudar a população a encontrar o remédio mais barato e mais próximo. Ao mesmo tempo, pensamos em criar um canal de divulgação das farmácias menores, de bairro, que assim tem acesso a uma inovação tecnológica promovendo a sustentabilidade do negócio”, diz Lucas Primo, CEO da Start2Up, empresa desenvolvedora do MedAlerta. No banco de dados do aplicativo já foram registradas variações de preço entre 80% a 400%. Esta semana, o Procon-PE realizou uma pesquisa de preços em 12 farmácias da Região Metropolitana do Recife e constatou variações de até 477% no valor dos medicamentos.
COMO FUNCIONA
O MedAlerta pode ser baixado gratuitamente na Play Storie (sistema Android). O proprietário da farmácia também não paga nada para se cadastrar. “Entendemos que as pequenas farmácias de bairro necessitam de apoio de inovação tecnológica para sua sustentabilidade como negócio, principalmente em uma época de pandemia”, explica Lucas Primo, um dos idealizadores do aplicativo. Segundo ele, 90% das farmácias de bairro, hoje, realizam entregas a custo máximo de R$ 5, mas carecem de uma maior divulgação de seus serviços.
Ao baixar o aplicativo, o usuário recebe um código para identificação. No espaço destinado a busca, escreve o nome do remédio ou do princípio ativo (no caso de medicamentos genéricos) e clica em “enviar”. Essa solicitação vai para uma plataforma onde é “visto” por todas as farmácias associadas ao MedAlerta (atualmente, são cerca de 60), daí as farmácias respondem a solicitação do usuário. Lucas Primo diz que houve uma preocupação em humanizar esse atendimento via tecnologia. “Não somos um site de vendas de medicamentos e nem um panfleto digital. Nós fazemos a comunicação entre o cliente e as farmácias", afirmou.
SOCIAL
Existe no aplicativo uma ferramenta de chat, do outro lado haverá um atendente da farmácia que irá conversar com a pessoa”, explica o desenvolvedor. O aplicativo também possibilita criar alertas para ajudar a pessoa no controle de dias e horários que seus medicamentos devem ser tomados, de forma personalizada, uma ferramenta útil para cuidadores de idosos, babás, mães e pais em geral. Em menos de 30 dias, cerca de mil pessoas fizeram o download do MedAlerta.
Os idealizadores do aplicativo tiveram mentoria com o Sebrae para o desenvolvimento do negócio, em plena pandemia. Eles não fizeram parte de nenhuma aceleradora, custearam o desenvolvimento do sistema e, por enquanto, não têm retorno financeiro com o aplicativo. “Desde o início tivemos a preocupação social de que este serviço não custasse nada, tanto para os usuários quanto para as farmácias cadastradas. No futuro, na medida em que a plataforma cresça e o banco de dados aumente, vamos precisar de mais robustez, mais arquitetura e, obviamente, haverá um custo. Aí vamos estudar como iremos trabalhar isso mas, no momento, nosso objetivo é fazer a economia girar, é levar ajuda às pessoas e a esse mercado”, diz Lucas Primo.