
Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) indica que quatro em cada 10 brasileiros quer reduzir gastos em 2020. O estudo apontou ainda que mais da metade dos que viraram o ano endividados (51%) culparam os altos preços dos produtos como principal dificuldade para liquidar as contas
Embora a situação da economia brasileira tenha se mostrado um pouco mais sólida no último trimestre do ano passado, três em cada 10 brasileiros (28%) deram adeus a 2019 no vermelho, segundo pesquisa da CNDL / SPC Brasil).
Ainda assim, o cenário é positivo em comparação com o ano anterior: em março de 2018, a taxa de consumidores que não conseguiram pagar todas as contas chegou a 41%. Em 2019, 40% dos consumidores conseguiram ficar no zero a zero, ou seja, tiveram dinheiro apenas para pagar as contas, sem sobras. Apenas 18% dos consumidores entrevistados ficaram no azul, com sobras de dinheiro no final do mês.
“As pessoas têm a falsa sensação de que viver no zero a zero é saudável em termos de finanças pessoais. Mas vale lembrar que viver dentro do padrão de vida equivale a gastar sempre menos do que se ganha. Assim, é possível construir uma reserva financeira de forma a cobrir eventuais gastos imprevistos”, destacou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
PESQUISA
Mais da metade dos que viraram o ano no vermelho (51%) apontaram como principal motivo os altos preços dos produtos, que dificultaram a tarefa de liquidar as contas. A justificativa está no topo do ranking desde o início da série histórica, em janeiro de 2018, ainda que os dados oficiais tenham indicado uma tendência de recuo da inflação ao longo dos meses. Também foram citados como obstáculos à missão de honrar os compromissos financeiros a queda da renda (23%) e a perda do emprego (21%).
Para evitar fechar 2020 na mesma situação do ano anterior, 39% dos brasileiros querem diminuir o nível de gastos, que envolvem desde despesas básicas como supermercado, água, luz e telefone, até itens considerados supérfluos, como lazer e vestuário. Esse desejo é impulsionado principalmente pelos preços elevados (46%), pela tentativa de economizar (28%) e pelo desemprego (25%). Enquanto isso, 41% dos consumidores pretende manter o mesmo nível de gastos dos meses anteriores, enquanto 13% acredita que vai elevá-lo, principalmente em decorrência do aumento do preço dos produtos e serviços (68%).
Foram entrevistadas 800 pessoas acima de 18 anos de todos os sexos, classes sociais e regiões. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%. Baixe a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas
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