Como saber que chegou a hora de procurar outro emprego?

Quando você ignora os sinais de que chegou a hora de mudar, não está apenas prejudicando sua carreira — está comprometendo também sua saúde

Por BRUNO CUNHA Publicado em 02/11/2025 às 21:30

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Você já se pegou pensando que está apenas atravessando uma fase ruim no trabalho? Que talvez seja só questão de esperar mais um pouco, ter um pouco mais de paciência, dar mais uma chance para o chefe mudar, para a empresa melhorar, para o reconhecimento finalmente chegar? E então você espera. Um mês, dois, um ano. Espera pelas férias, pela promoção, por uma mudança que nunca vem. Até que começa a duvidar se o problema é você.

Mas e se eu te dissesse que o verdadeiro problema é justamente essa espera? Esse otimismo disfarçado de resignação? Essa esperança que, em vez de te mover, está te prendendo? Porque nem sempre o problema é o trabalho em si. Muitas vezes, é a sua insistência em continuar onde você já deveria ter ido embora. Vem comigo e vamos aprofundar esse tema!

O mito da gratidão: quando agradecer demais vira prisão

“Mas eu sou grato por ter um emprego.” Claro. Gratidão é essencial. Mas quando ela se transforma em culpa por querer algo melhor, você está vivendo uma distorção emocional perigosa. A gratidão não deveria ser uma algema que te impede de crescer ou de reconhecer que algo está errado. Porém, é exatamente isso que acontece com muitos profissionais que confundem gratidão com acomodação e aceitam migalhas emocionais em troca de estabilidade. No fundo, eles sabem que não se sentem realizados, mas acreditam que reclamar é ingratidão — e esse sentimento os paralisa.

Eles permanecem em empregos que drenam sua energia, que minam sua autoestima, que os fazem duvidar do próprio valor... tudo porque “não é tão ruim assim”. Mas você não foi feito para viver uma vida “não tão ruim assim”. Você foi feito para evoluir, conquistar, se orgulhar da sua trajetória. A distância entre ter um emprego e sentir-se realizado profissionalmente é imensa — quase um abismo entre sobreviver e verdadeiramente viver a sua carreira. E, no fundo, você sabe que merece mais — e sabe também que, enquanto continuar aceitando menos, estará traindo seu próprio potencial.

Os sinais estão aí. Mas você aprendeu a ignorá-los

Você já começa o dia esgotado. Segunda-feira virou sinônimo de tortura. No domingo à noite, aquele aperto no peito aparece, e o humor oscila: você está mais impaciente, desmotivado, sem energia. Até nas férias, quando deveria descansar, sua mente continua presa ao trabalho, incapaz de desligar. Esses não são simples incômodos — são sinais claros de que algo está profundamente desalinhado.

Mas, em vez de agir, você se convence de que está tudo bem. “É só uma fase.” “Todo trabalho tem seus altos e baixos.” “Pelo menos eu tenho um emprego.” A verdade é que essas justificativas são muros que você constrói para ignorar o sofrimento. E quanto mais você insiste em permanecer onde está, mais se distancia da sua verdadeira essência — e do que você realmente merece viver e conquistar.
Histórias que você conhece bem (talvez até demais)

Talvez você se reconheça na história de Mariana (nome fictício), que já está há 7 anos na mesma empresa. Ela buscou evoluir, fez cursos, tentou conversar com o gestor, se esforçou para mostrar valor — mas nada muda. Ela se sente invisível, como se suas conquistas passassem despercebidas. E ainda assim, fica. Porque o medo de não encontrar algo melhor parece maior do que o desconforto de permanecer onde está. Ou talvez você se veja em Rodrigo (nome fictício), que tem um salário acima da média, mas vive exausto. O trabalho ocupa suas noites, seus fins de semana, suas energias. Ele sente que está perdendo os melhores anos da infância dos filhos. Mas tenta se convencer de que “esse é o preço do sucesso”.

Ou talvez na história de Carla (nome fictício), que já chorou tantas vezes no banheiro da empresa que perdeu a conta. Mas depois enxuga o rosto, respira fundo e volta para o escritório com um sorriso treinado. Porque acredita que “todo mundo passa por isso” e que precisa aguentar. A verdade é que essas histórias não são exceções — elas representam a realidade silenciosa de milhares de profissionais que estão sobrevivendo ao trabalho, em vez de viver a própria carreira com plenitude e propósito.

As consequências de ignorar o que seu corpo e sua mente já sabem

Quando você ignora os sinais de que chegou a hora de mudar, não está apenas prejudicando sua carreira — está comprometendo também sua saúde mental, emocional e física. Pequenos alertas como falta de energia, dificuldade de concentração e perda de motivação vão se acumulando até se tornarem um peso quase insuportável. É como carregar uma mochila cada vez mais cheia sem perceber, até que o corpo e a mente não aguentam mais.

O burnout não acontece do dia para a noite. Ele se constrói em silêncio, no acúmulo de dias em que você insiste em ficar onde não deveria. A ansiedade vira rotina, a autoestima vai embora, o brilho nos olhos desaparece. E o pior é que, aos poucos, você se acostuma com esse estado, como se fosse parte natural da vida adulta. Passa a acreditar que é normal viver cansado, frustrado e insatisfeito. Mas não é — e reconhecer isso pode ser o primeiro passo para virar o jogo.

Então, como saber se chegou a hora de procurar outro emprego?

A resposta não está no seu chefe, nem na empresa. Está em você. Está na forma como você se sente ao pensar no seu trabalho, na maneira como tem vivido seus dias e nos sonhos que deixou de sonhar. Se você sente que está apenas sobrevivendo, e não realmente vivendo... então sim, chegou a hora de olhar para dentro e repensar sua carreira.

Se você se identificou com tudo isso, eu quero te convidar para um bate-papo mais profundo sobre sua trajetória profissional. Através do Diagnóstico de Carreira, você pode entender o que realmente está acontecendo com sua vida profissional, quais são suas opções e como pode construir um caminho com mais significado, liberdade e realização. Seu futuro não pode mais esperar por você.

 

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