E se ser mãe for o maior trunfo da sua carreira (e ninguém te contou isso)?
A ideia de que, ao se tornar mãe, uma mulher perde valor profissional é tão disseminada que muitas nem percebem o peso que isso tem nas suas escolhas

Por que ainda achamos que maternidade e carreira não combinam? Essa é uma crença silenciosa, muitas vezes disfarçada de "realismo", que assombra milhares de mulheres. É como se existisse uma linha invisível dividindo o mundo das "profissionais sérias" e o das "boas mães", como se fosse impossível transitar entre os dois. A mulher que ousa desejar ambos os papéis frequentemente se senteculpada, inadequada ou incapaz.
A ideia de que, ao se tornar mãe, uma mulher automaticamente perde valor profissional é tão disseminada que muitas nem percebem o peso que isso tem nas suas escolhas. Elas começam a se sabotar sem perceber: não se candidatam a vagas, evitam se destacar, se calam em reuniões. Mas e se estivermos olhando tudo pelo ângulo errado? Vem comigo e vamos aprofundar o tema!
Por que a maternidade pode ser sua maior alavanca profissional
Ser mãe te ensina a negociar, gerenciar crises, liderar, escutar, planejar sob pressão, ser empática, criativa, resiliente. Alguém já te disse que essas são as competências mais procuradas no mercado atual?
No entanto, em vez de valorizadas, essas habilidades adquiridas na maternidade costumam ser ignoradas ou, pior, usadas contra as mulheres. A pergunta "Você tem filhos?" em uma entrevista de emprego, embora ilegalmente usada para selecionar candidatos, ainda ronda salas de seleção. O medo da instabilidade, da falta de foco ou da "dupla jornada" pesa mais do que o reconhecimento de todas as soft skills desenvolvidas.
A invisibilidade e o autoabandono
Quando uma mulher internaliza que ser mãe é um entrave para sua carreira, ela começa a recuar: deixa de se candidatar a vagas, evita promoções, aceita menos do que merece. Aos poucos, não é o mercado que a exclui; é ela mesma que se apaga, com medo de não dar conta, com culpa por priorizar a si mesma. Essa retirada silenciosa é devastadora, disfarçada de “escolhas conscientes”, mas alimentada por uma narrativa que dita limites que não deveriam existir.
Ela passa a se contentar com o que tem, mesmo que não a realize, e se enxerga como alguém que “não pode arriscar”, “é menos disponível” ou “tem menos ambição”. E isso não nasce da realidade, mas da pressão invisível que mina sua autoestima. Aos poucos, perde o brilho no olhar, a iniciativa, a coragem de sonhar alto — e com isso, sonhos são engavetados, talentos desperdiçados, a identidade fragmentada entre o que é ser mãe e o que é ser profissional.
O mais doloroso é que esse sofrimento não é só individual — ele ensina, sem querer, que é assim que tem que ser. Que o sucesso é de quem não tem filhos ou de quem abre mão de estar presente. E esse ciclo continua se nada for feito. Por isso, romper com ele não é apenas um ato de coragem pessoal — é também um legado de transformação para as próximas gerações.
Mas como conciliar maternidade e carreira na prática?
A resposta começa com uma mudança de olhar. Em vez de tentar se encaixar em padrões inalcançáveis, a mulher precisa redesenhar seu modelo de sucesso. Aqui estão algumas estratégias que funcionam:
- Rede de apoio real (e sem culpa): Peça ajuda. Aceite ajuda. Delegue. Seja com o parceiro, com a família, com profissionais ou com outras mães. Não se isole. Você não precisa (e não deve) dar conta de tudo sozinha.
- Escolha empresas com cultura inclusiva: Não aceite menos do que respeito e equidade. Busque ambientes que valorizem diversidade, ofereçam flexibilidade e compreendam as fases da vida das mulheres.
- Reconfigure sua ideia de sucesso: Talvez você não queira mais trabalhar 60 horas por semana. E tudo bem. Sucesso pode ser um cargo que te permita estar com seus filhos e ainda se sentir realizada.
- Culpa é construção social. Desconstrua: A maternidade perfeita não existe. Trabalhar não te torna menos mãe. Aliás, pode te tornar uma mãe mais feliz, mais confiante e mais inspiradora para seus filhos.
E o preconceito? E a discriminação?
Sim, ainda existem. A demissão após a licença, a recusa à promoção, os olhares tortos. Mas fingir que isso não acontece não resolve. Enfrentar, denunciar e buscar suporte legal é parte da solução. E mais: quanto mais mulheres ocuparem espaços de poder, mais essas mudanças se tornarão estruturais.
Cada mulher que escolhe continuar sua carreira mesmo sendo mãe está pavimentando o caminho para outras. Está mostrando que não há incompatibilidade entre cuidar e crescer, entre amar e ambicionar, entre ser mãe e ser líder.
Se você sente que está presa entre o desejo de crescer profissionalmente e a pressão de corresponder ao modelo de mãe perfeita, talvez seja hora de fazer um Diagnóstico de Carreira. Descubra onde você está, o que te trava e qual caminho faz sentido para você agora, com escuta e foco em soluções reais. Clique aqui e agende seu diagnóstico de carreira. Ser mãe não é um obstáculo. Pode ser justamente o que vai te impulsionar.
*Bruno Cunha, Administrador, Psicanalista, Headhunter e Especialista em Carreira, Ex-Diretor do Grupo CATHO em estados do Brasil, com experiência há mais de 19 anos assessorando profissionais (técnicos, gestores, consultores, docentes, empreendedores e autônomos/liberais) que buscam recolocação, mudança de emprego, desenvolvimento profissional ou transição de área/carreira, através métodos de diagnósticos profissionais capazes de identificar necessidades individuais de centenas de profissionais. Autor do livro “Descubra: você tem um Emprego ou uma Carreira?”. Mais de 41 mil seguidores no Linkedin e mais de 60 mil seguidores no Instagram, Docente em Pós-Graduação de renomadas instituições de ensino e Colunista do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação e publicações na UOL, TV GLOBO, SBT, RECORD TV, JOVEM PAN, TRANSAMÉRICA, FOLHA CAPITAL, JORNAL UNIÃO, dentre outros. Atual Diretor da ASSESSORIA DE CARREIRA com Bruno Cunha.
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