Apesar de serem peças baratas, eles costumam ser esquecidas na hora da manutenção. Mas não deveriam. Os filtros de ar, óleo, combustível e de cabine têm missões importantes para o bom funcionamento do veículos. Deixá-los de fora de uma checagem durante a visita a uma oficina pode trazer prejuízos. De desperdício de combustível a problemas respiratórios aos ocupantes do veículo.
O recomendado pelos especialistas é que o motorista faça a substituição dos filtros toda vez que levar o carro para trocar o óleo. O serviço de troca de óleo do motor custa em torno de R$ 80 para um carro popular 1.0. “Substituir o filtro vai acrescentar uns R$ 20 na conta, mas, em compensação, evita que impurezas circulem por dentro do motor diminuindo a vida útil de componentes internos”, alerta Luciano Tadeu Filho, consultor do Mercadão do Óleo, no Recife.
FILTROS
Antigamente muitos motorista tinham o hábito de trocar o filtro a cada duas substituição de óleo do motor. É um erro que pode fazer com que o motor dure menos tempo do que deveria. “Orientamos sempre que o cliente faça a substituição de todo o conjunto”, diz André Gonçalves, engenheiro técnico da Mann Filter. Ele explica que botar óleo novo mantendo o filtro usado faz com que partículas de sujeiras impregnadas no filtro antigo contaminem o óleo novo e acabe reduzindo a validade do lubrificante. “Se um óleo é feito para rodar 10 mil quilômetros, mas foi contaminado pela sujeira que estava no filtro que não foi trocado, a eficiência dele se reduz para cerca de 7 mil quilômetros. Ou seja, o motorista roda com um óleo vencido e não percebe”, diz André Gonçalves.
No caso dos filtros de ar, uma inspeção visual convence o proprietário do veículo pela troca. Um exemplo é do filtro de ar que retém a poeira do ar ambiente que vai para dentro do motor para ser queimado junto com o combustível. Aproveite o momento da troca de óleo e peça para o técnico retirar o filtro. Ele geralmente é feito de papel e se parece com o fole de uma sanfona. Observe o lado sujo do filtro. Se a marca de poeira estiver até o fundo das dobras do papel, é hora de trocar.
Segundo André Gonçalves, o manual do proprietário do veículo traz o tempo de intervalo de troca dos filtros, mas essa manutenção pode ser abreviada. Um carro que roda muito em rodovias vai sujar menos o filtro de ar do que um que trafega na zona rural, em estradas de terra. Da mesma forma, quem só circula pela cidade trafega no meio da poluição pesada, o que também suja o filtro mais cedo. Por isso tirar o filtro para observar a situação dele é importante. Essa dica serve também para o filtro de cabine. Ele é feito de papel e fica posicionado por trás do painel do carro. A tarefa dele é reter as impurezas do ar do ambiente que circulam dentro da cabine do automóvel. Ele também retém odores e, se ficar sujo por muito tempo, pode desenvolver ácaros e fungos, o que é perigoso para a saúde, sobretudo de pessoas alérgicas. O filtro de cabine de um carro popular custa em torno de R$ 20 e, segundo informações de especialistas, deve ser trocado a cada seis meses, sobretudo em carros onde o ar é muito utilizado.
Por fim, o filtro do combustível. Esse, ao lado do filtro de cabine, é o mais negligenciado por conta do difícil acesso. Ele fica embaixo do carro, entre o tanque de combustível e o motor e, em alguns veículos, exige ferramentas especiais para que seja feita a substituição. De qualquer forma, é ele que retém a sujeira que vem com o combustível e impede que ela vá parar no motor. O dono do veículo deve trocá-lo, pelo menos, a cada 20 mil quilômetros. O preço de um filtro de combustível para um carro 1.0 fica entre R$ 20 e R$ 30. A última dica é que se use sempre filtros de boa qualidade. Componentes de qualidade duvidosa podem largar pedaços e deformar com o uso e aí, a filtragem que a peça deveria fazer do óleo, ar ou combustível fica comprometida.
