
Welcome! Bienvenue! Uma cidade, duas línguas e muito o que conhecer. O mapa urbano da capital canadense é costurado pelo idioma dos povos que primeiro disputaram um pedaço de terra na parte de cima da América do Norte, originariamente habitada por diversas nações indígenas. Do nome das ruas ao menu dos restaurantes, tudo está escrito em inglês e francês. O motivo é simples, basta cruzar a Ponte Alexandra para adentrar no Quebec. Do outro lado do rio que deu nome à Ottawa, encontra-se Gatineau. Vista a olho nu da Praça das Armas, fincada próxima ao Parlamento, de onde despacha o primeiro-ministro Stephen Harper.
A 400 km de Toronto e 900 km de Montreal, Ottawa foi escolhida para ser a capital do país pela rainha Vitória em 1857. Sua localização estratégica (distante dos EUA) foi um dos fatores-chave para a decisão da rainha. É por essa e por outras peculiaridades ligadas à colonização do Canadá que a cidade possui muita história ao longo das ruas do preservado Centro Histórico. Por lá, estão o Parlamento, o Monumento ao Soldado Desconhecido, o Canal de Rideau (declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco), o Mercado ByWard.













A vida na capital não tem o passo apressado de Toronto. Mas ninguém pode reclamar de falta de ter o que fazer. No entorno do ByWard, por exemplo, vida é animada. Seja durante o dia, nas galerias de arte, butiques, nas 180 lojas do shopping Rideau Centre e cafés. Seja à noite, quando os restaurantes, bistrôs, galerias de arte, pubs e multicultural Centro Nacional de Artes atraem os notívagos, atrás de uma boa diversão.
Tudo isso ao alcance dos pés. Explico. Para se divertir ou conhecer o passado e o presente da quarta maior cidade do país e a segunda da província de Ontário, basta calçar um par de sapatos ou sandálias confortáveis, roupas apropriadas e encarar a estação do ano escolhida para aterrissar nas terras canadenses. É desnecessário dizer que no inverno, o termômetro desce sem piedade de qualquer cristão. Portanto, vá preparado, porque as caminhadas podem ser gélidas, mas valem a aventura.
Quem curte bike também encontra o seu lugar em Ottawa. Ciclovia de 170 km interliga paisagens da urbe e o verde dos parques. O caminho convida a sair pedalando para cima e para baixo em busca dos pontos turísticos do Centro. Uma das rotas é imperdível. Leva a um passeio por trás do belo conjunto de edificações governamentais. Atrai o olhar a incrível Biblioteca do Parlamento em forma de abóbada.
A cidade queridinha da rainha Vitoria também pode ser admirada das águas do histórico Canal de Rideau. Barcos percorrem as águas do curso-d’água, que no inverno se transforma no maior rinque de patinação no gelo do mundo. Se estiver por lá na época do frio, alugue patins e deslize pertinho do coração de Ottawa.
PODER, LAZER E ARTE
Ícone maior da cidade, o Parlamento (www.parl.gc.ca/Visitors/peacetower-e.asp) merece uma visita detalhada. De estilo neogótico, foi erguido no final dos anos 1800, mas foi reduzido a cinzas em 1916. Apenas a magnífica biblioteca ficou em pé. Nunca se descobriu o que ou quem causou o desastre. Tudo isso, aprende-se durante os 45 minutos de tour gratuito, oferecido nos sete dias da semana, exceto no Natal e no dia da independência do país (1º de julho).
Uma das melhores partes do passeio pelos corredores do poder canadense ficam para o final. É quando se alcança o topo da Torre da Paz, que fica entre o Senado e a Casa dos Comuns. Do alto dos 92 metros, tem-se uma visão de 360º da capital canadense. Perfeito para tirar fotos. Durante o passeio o tique-taque do relógio estampado no exterior da torre – protegida por gárgulas nas quatro esquinas– não permite ao turista perder a noção de tempo. A cada 15 minutos os sinos dobram por toda a humanidade.
E por falar em humanidade, a triste e brava saga de Terry Fox fez dele um herói nacional. Com direito a escultura e tudo, fincada na Colina do Parlamento. O jovem canadense, nascido em 28 junho de 1958 e falecido em 28 de julho de 1981, ficou conhecido por ter cruzado o país, de costa a costa, mesmo depois de ter perdido uma perna para a osteossarcoma. Sua missão: arrecadar fundos para pesquisas no tratamento de câncer.Ao longo da Maratona da Esperança, assim foi chamada o desafio, Terry conseguiu angariar 360 milhões de dólares canadenses.
Outra particularidade de Ottawa é a grande quantidade de museus. Há um para quase todo tipo de gosto: belas- artes, história natural, aviação, guerra, economia, antropologia cultural. Destaque para o Museu da Civilização Canadense (www.civilization.ca/home), situado na Grande Ottawa, em Gatineau, na província de Quebec.
O Grand Hall é um espetáculo em si. Lá, tudo é gigante, como o Canadá. O pé-direito é altíssimo. Pensado para abrigar as imensas colunas-totem. O teto é fantástico, tem a forma de uma embarcação imensa vista de baixo. Em uma das paredes, uma espécie de gravura avantajada reproduz uma floresta. E isso é apenas a entrada do museu. Imagine a riqueza de detalhes dos outros espaços, a maioria interativo. Todos pensados para contar a história do segundo maior país do mundo. Pense numa viagem bonita, reveladora da riqueza humana e material do Canadá.z