
A oftalmologia está em contagem regressiva para 2020, ano estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como marco para a erradicação da cegueira por causas evitáveis. Esse é um dos motivos que colocam o teste do olhinho em evidência. Conhecido no meio médico como teste do reflexo vermelho, o exame deve ser feito logo após o nascimento, assim como o teste do pezinho, que detecta doenças como hipotireoidismo congênito e anemia falciforme.
O teste do olhinho também requer atenção porque se trata de um procedimento capaz de identificar precocemente enfermidades como catarata e glaucoma congênitos, além do retinoblastoma – tumor maligno que pode levar à morte, se não diagnosticado precocemente. “É um câncer que pode evoluir com metástase, caso não seja feito tratamento imediato e correto”, explica a oftalmologista Ana Paula Teles, do Med Center – Centro de Olhos.
Em junho de 2010, foi oficializada a adoção do Projeto de Lei 1.283/2009, que torna obrigatória a realização do exame no Estado. Especialista em retina, Ana Paula ressalta que o teste do olhinho é simples, feito com auxílio de uma lanterna chamada oftalmoscópio.
"É assim que conseguimos identificar possíveis anormalidades”, diz Ana Paula, que informa a necessidade de o exame ser feito ainda na maternidade. Além dos oftalmologistas, os pediatras também podem conduzir o teste. “Para a catarata e o glaucoma congênitos, recomenda-se a cirurgia do recém-nascido a partir do diagnóstico dessas doenças.”
A médica ainda explica que a visão começa a se desenvolver a partir do nascimento. Assim que chegam ao mundo, os bebês só têm a percepção da visão periférica, que possibilita ter imagens borradas. “A partir dos seis meses, a visão começa a progredir mesmo. É por isso que o teste do olhinho e possíveis tratamentos de distúrbios oftálmicos devem ser realizados antes desse período.”
Quem se submeteu ao exame foi o bebê Hugo, 6 meses. “Já saímos da maternidade tranquilos, com o resultado negativo para doenças oculares”, conta a mãe do menino, a nefrologista Denise Costa, 30.
E após o procedimento, é fundamental exigir uma postura ativa do pediatra, que sempre deve observar os olhinhos dos bebês nas consultas de rotina. Se for encontrado algum problema, o neném será encaminhado para avaliação do oftalmologista, capaz de fazer intervenções precoces e evitar a progressão de problemas oculares.