
O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, aproveitou bem a passagem por Fernando de Noronha. No arquipélago desde a última sexta-feira (3) para agendas políticas e descanso, Flávio tanto participou da inauguração do Centro de Visitação, quanto pescou uma cavala.
Em Noronha, Flávio esteve acompanhado da esposa, Fernanda Antunes Figueira, do presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, e do ministro do Meio Ambiante, Ricardo Salles. Durante a passagem eles ainda foram ao Festival Gastronômico da Pousada Zé Maria.
A comitiva ainda inaugurou a requalificação do Forte dos Remédios, que segundo Flávio, teve investimento de R$ 11 milhões. "O Forte dos Remédios foi restaurado pelo governo federal para eventos culturais, de música, casamentos, gastronomia", disse o senador.
Ricardo Salles
Já no Centro de Vistantes de Fernando de Noronha, o ministro Ricardo Salles afirmou que o investimento foi de R$ 1 milhão. "Estamos aqui cumprindo a ordem do presidente (Jair) Bolsonaro, para fazer com que as pessoas conheçam ainda mais as potencialidades do ecoturismo no Brasil, para aumentar o numero de visitantes originados no País e no exterior", disse Salles.
Por sua vez, Gilson Machado Neto destacou que o governo de Jair Bolsonaro é um "governo que está presente e que acredita no Turismo". A comitiva deixou o arquipélago em voo nessa segunda-feira (2).
Críticas de Bolsonaro
A visita de Flávio acontece um mês depois de seu pai fazer críticas às taxas cobradas em Fernando de Noronha. De acordo com o presidente, o turista que visita o arquipélago 'vai ser escalpelado'. "Você vai ser escalpelado em Fernando de Noronha. Vão tirar o teu escalpo em Fernando de Noronha. Toma cuidado, liga antes. É 200 'merreis' para ir na praia, 200 reais para ir na praia. Não pode isso, não pode aquilo. É multa para tudo que é lado. Virou um paraíso para o pessoal que resolveu tomar para si Fernando de Noronha", declarou Bolsonaro durante uma transmissão ao vivo no Facebook em janeiro de 2020.
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O presidente também fez críticas sobre a energia do local. "O que eu sei sobre Fernando de Noronha: tinha lá uma torre para energia eólica. Um dia um cara da ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade] passou por lá e viu um passarinho morto, o que gerou grande comoção. Bem, [por causa disso], não tem mais a torre, a energia agora é outra, térmica", criticou.
A taxa de R$ 222 é cobrada a turistas estrangeiros para ter acesso ao Parque Nacional Marinho, sob responsabilidade do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio). Ela dá direito de visitar o local por dez dias. Em julho de 2019, o presidente já havia questionado o valor. Mesmo assim, o ingresso foi reajustado em novembro. Os serviços turísticos do parque são terceirizados. A cobrança é feita por uma empresa concessionária, a Econoronha, que venceu uma licitação. Para turistas brasileiros, o valor é de R$ 111. A informação de bastidor é que Flávio chegou como civil, pagando taxas e sem pedir nenhuma isenção pelo cargo que ocupa.
Não há com a comitiva nenhum representante do Governo do Estado. De acordo com a assessoria do governador Paulo Câmara (PSB), que faz oposição a Bolsonaro, a confirmação do evento ainda não chegou ao Palácio do Campo das Princesas, mas, caso seja confirmado, um representante do governo estadual será enviado.
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