
Em meados de dezembro de 2013, durante uma entrevista à Rádio Jornal, o governador de Pernambuco afirmou que iniciaria as conversas com os partidos aliados para definir a chapa que representaria a Frente Popular nas eleições deste ano. Exatos dois meses depois, chega ao fim a negociação com muitas vítimas e um PSB repleto de rusgas políticas. Durante os 90 dias que marcaram o fechamento da chapa, muitos integrantes do governo tiveram seus nomes aventados.
Um processo de fritura de diversos integrantes do PSB correu solto nos bastidores políticos. O primeiro a ter seu nome cogitado foi o secretário de Casa Civil, Tadeu Alencar. É de domínio público que ele vinha sendo preparado para assumir o posto de candidato. Entretanto, uma parte do PSB que o considera neófito no partido começou um movimento para evitar que ele fosse o escolhido. Era Tadeu Alencar o nome favorito de Eduardo Campos.
O governador não conseguiu, contudo, quebrar a resistência de correligionários ao nome do secretário e caso insistisse na escolha terminaria por externar à sociedade um processo pouco democrático, o que não casa com a imagem que ele planeja apresentar nacionalmente durante a disputa à Presidência da República.
Desse imbróglio nasceu o nome de Paulo Câmara, secretário de Fazenda. Os socialistas mais ligados a Tadeu Alencar devolveram então a fritura e alguns até passaram a chamar o secretário de “contadorzinho de imposto” em bares do Recife. Novo processo de fritura, até que Paulo Câmara tivesse seu nome fora dos noticiários.
A terceira via aventada foi o ex-deputado federal Maurício Rands, primo da primeira-dama, Renata Campos. Em fevereiro, Rands concedeu entrevista ao JC, falou sobre a disputa e criticou seu ex-partido, o PT. Saiu de cena quando veículos da Imprensa nacional escreveram sobre a possibilidade de Campos fazer uma “sucessão em família”.
Antes que Paulo Câmara voltasse ao topo da lista, circulou ainda a versão de que o secretário de Cidades, Danilo Cabral, seria o escolhido. Novas reações nos bastidores, inclusive na Assembleia Legislativa.
Desde a segunda (17), firmou-se de novo a versão de que o secretário de Fazenda assumiria, de fato, o posto de candidato. Com o PSB vivendo ainda as sequelas de um processo longo de escolha, seu nome foi definido.