JORNAL DO COMMERCIO – O PT corre o risco de sair menor desta eleição, não conseguindo fazer muitos prefeitos nas capitais?
PAULO FRATESCHI – A situação mais difícil para nós hoje é no Recife. Disseram os jornais que nós só faríamos o prefeito em Goiânia. Mas estamos crescendo nas outras capitais e podemos conseguir eleger seis a sete prefeitos de capitais. Acredito que no Recife vamos para o segundo turno. Dizem aqueles que entendem de eleição (risos) que aí é outra disputa, zera o processo.
JC – Ainda existe alguma possibilidade do Lula ir ao Recife reforçar a campanha do Humberto Costa?
FRATESCHI – Sim, mas ele não foi até agora porque não temos as condições para ir. E se Eduardo Campos for buscar Lula no aeroporto dizendo: ‘meu presidente!’, o que o jornal vai noticiar? Não será Lula com Humberto, mas com Eduardo. Lula quer ir, mas eu não consigo as condições. Vamos agora ver qual é o melhor momento. Talvez no segundo turno.
JC – O que está tornando o Recife um caso tão complicado?
FRATESCHI – O prefeito não entrou na campanha. Então nós estamos brigando com duas máquinas. Tivemos os problemas internos que não podemos ignorar ou nos eximir de responsabilidade. O prefeito faz de conta que está neutro, mas não está.
JC – O prefeito está muito magoado com a direção do PT?
FRATESCHI – Não tiro a razão dele. Ele continua magoado e tem razão. Gosto dele, não acho que ele seja um mal prefeito, mas não tinha as condições para unir o partido, assim como João Paulo não tinha. A nacional acertou dentro do possível indicando Humberto Costa porque ele é o que une minimamente o partido.