CAMPANHA

"Brigamos contra duas máquinas"

Em entrevista do JC, o secretário nacional de Organização do PT, Paulo Frateschi, um dos mediadores da crise das prévias no Recife, disse que a capital pernambucana é onde o partido enfrenta mais dificuldades. Ele critica a "neutralidade" de João da Costa na disputa e indica que o prefeito estaria apoiando Geraldo Julio

Bruna Serra
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Bruna Serra
Publicado em 17/09/2012 às 7:21
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JORNAL DO COMMERCIO – O PT corre o risco de sair menor desta eleição, não conseguindo fazer muitos prefeitos nas capitais?
PAULO FRATESCHI – A situação mais difícil para nós hoje é no Recife. Disseram os jornais que nós só faríamos o prefeito em Goiânia. Mas estamos crescendo nas outras capitais e podemos conseguir eleger seis a sete prefeitos de capitais. Acredito que no Recife vamos para o segundo turno. Dizem aqueles que entendem de eleição (risos) que aí é outra disputa, zera o processo.

JC – Ainda existe alguma possibilidade do Lula ir ao Recife reforçar a campanha do Humberto Costa?
FRATESCHI – Sim, mas ele não foi até agora porque não temos as condições para ir. E se Eduardo Campos for buscar Lula no aeroporto dizendo: ‘meu presidente!’, o que o jornal vai noticiar? Não será Lula com Humberto, mas com Eduardo. Lula quer ir, mas eu não consigo as condições. Vamos agora ver qual é o melhor momento. Talvez no segundo turno.

JC – O que está tornando o Recife um caso tão complicado?
FRATESCHI – O prefeito não entrou na campanha. Então nós estamos brigando com duas máquinas. Tivemos os problemas internos que não podemos ignorar ou nos eximir de responsabilidade. O prefeito faz de conta que está neutro, mas não está.

JC – O prefeito está muito magoado com a direção do PT?
FRATESCHI – Não tiro a razão dele. Ele continua magoado e tem razão. Gosto dele, não acho que ele seja um mal prefeito, mas não tinha as condições para unir o partido, assim como João Paulo não tinha. A nacional acertou dentro do possível indicando Humberto Costa porque ele é o que une minimamente o partido.

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