
A Croácia está de volta à semifinal da Copa do Mundo depois de 20 anos ausente. Neste sábado, em Sochi, os croatas empataram em 2x2 com a Rússia no tempo normal e venceram os donos da casa por 4x3 nas cobranças de pênaltis. A equipe do técnico Zlatko Dalic saiu atrás no placar após Cherishev abrir o marcador para os russos. Mas empatou logo em seguida com Kramaric e virou na prorrogação, com o zagueiro Vida. O brasileiro Mário Fernandes igualou o marcador no segundo tempo do período extra. A última vez que o país havia chegado nesta fase foi em 1998, quando perdeu para a França.
Smolov e o próprio Mário Fernandes desperdiçaram as suas cobranças. Kovacic também errou, mas todos os seus companheiros converteram. O próximo adversário será a Inglaterra, na próxima quarta-feira, na Arena Lujniki, em Moscou, às 15h. Se passar para a final, a Croácia já terá a sua melhor campanha em Mundiais como país independente. Ficou em terceiro em 1998 e, ainda como Iugoslávia, alcançou esta mesma posição em 1930.
O JOGO
Os primeiros cinco minutos de jogo foram truncados com o jogo concentrado no meio de campo. A Rússia adotou uma postura cautelosa, formando duas linhas de quatro jogadores cada, próximas uma das outras. Estratégia que acabou dificultando as infiltrações croatas, principalmente dos meias Modric e Rakitic.
A maneira encontrada pela Croácia para chegar ao campo de ataque foi pelo lado direito, com Vrsaljko. O camisa 2 fez diversas jogadas de linha de fundo, buscando o grandalhão Mandzukic na área. A Rússia pressionava a saída de bola na defesa do rival, com Mário Fernandes na direita e Samedov entre os zagueiros. Também mostrou muita agilidade na hora de recompor, quando perdia a bola.
De grande chance até os 30 minutos do primeiro tempo, apenas o chute do croata Rebic quase na linha de fundo, dentro da grande área. O jogador girou em cima da marcação e chutou com força, obrigando Akinfeev a fazer uma boa defesa. Perisic ainda recebeu cruzamento, mas cabeceou para fora.
Mesmo com maior posse de bola e mais chutes a gol da Croácia, foi a Rússia quem abriu o marcador. Em boa jogada, Samedov fez o pivô à frente da área e atraiu a marcação. Depois tocou para Cheryshev, que recebeu entre quatro marcadores e chutou de fora, mandando a bola no ângulo. O goleiro Subasic estava adiantado, na linha da pequena área, e nem pulou na bola: 1x0.
A Croácia não demorou muito para empatar a partida. Numa falha de posicionamento da defesa russa, Mandzukic aproveitou o espaço aberto entre Mário Fernandes e Ignashevich na linha defensiva e partiu para a área com a posse da bola. O camisa 17 invadiu a área e cruzou para o meio, procurando Kramaric. O jogador cabeceou livre, mesmo estando entre cinco russos e empatou o confronto.
A segunda etapa começou morna. As equipes adotaram posturas defensivas, pressionando a saída de bola adversária e sem grandes chances de gol. O atacante russo Samedov, cansado e sem o mesmo poder de marcação, saiu aos oito minutos, dando lugar a Erokhin. Descansado, o jogador entrou com a função de pressionar a saída de bola croata e puxar as jogadas em velocidade.
O jogo mais pegado limitou as boas chances de gol. Aos 14 minutos, Perisic aproveitou a lambança da defesa russa dentro da área para chutar a bola na trave. A chance desperdiçada animou a Croácia, que passou a ocupar mais o campo defensivo russo. A equipe rodou os seus homens de ataque, trocando posições e confundindo a defesa vermelha. Mais uma vez apostou em jogadas pelos lados do campo.
Os russos apresentaram uma série de dificuldades para sair jogando do campo de defesa. O lateral-direito Mário Fernandes era a válvula de escape da equipe, partindo em velocidade e cruzando na área.
Na reta final do duelo, a equipe do técnico Stanislav Cherchesov abdicou de atacar. Os russos se defendiam como podiam, esperando o fim do duelo e o início da prorrogação. Uma prova disso foi a entrada do volante Gazinskiy no lugar do atacante Dzyuba. Erokhin foi posicionado entre os zagueiros, fazendo o papel que Samedov desempenhava.
O placar de 1x1 se manteve inalterado e o jogo acabou indo para a prorrogação. Aí, então, os donos da casa passaram a valorizar ainda mais a posse de bola e atacar a Croácia, que sofreu com o desgaste físico dos seus jogadores. O goleiro Subasic sentiu uma lesão muscular na coxa direita, enquanto que Vrsaljko reclamou de dores no joelho.
A equipe croata soube superar o desgaste físico para virar o placar. Em cobrança de escanteio na direita, Vida disputou com os zagueiros e cabeceou para o gol. A bola ainda tocou em Corluka e foi morrer lentamente no fundo do gol: 2x1.
Coube ao brasileiro naturalizado russo, Mário Fernandes, a missão de empatar a partida outra vez. A equipe pressionou bastante após o gol croata, usando outra vez as jogadas aéreas. E foi assim que veio a igualdade no marcador. Numa cobrança de falta, na quina da grande área, no segundo tempo da prorrogação, Dzagoev mandou na cabeça de Fernandes, que subiu mais alto que todo mundo e mandou para as redes.
Na disputa por pênaltis, Mário deixou de ser herói e assumiu o posto de vilão, após desperdiçar a sua cobrança. Smolov foi outro que errou, chutando fraco para a defesa de Subasic. Pelo lado da Croácia, Kovacic também desperdiçou, mas todos os seus companheiros converteram. Rakitic foi o último a cobrar e selar a classificação para a semifinal.