Combustível

Suape recebe menos gasolina

Porto diz que remessa da Petrobras caiu. Redução prejudica faturamento dos empresários, mas não configura risco de desabastecimento

Leonardo Spinelli
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Leonardo Spinelli
Publicado em 25/07/2013 às 9:53
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Conforme os donos de postos de combustíveis vêm reclamando, a movimentação de combustíveis para automóveis no Porto de Suape está diminuindo. Apesar de a redução de entrega do produto em Pernambuco não configurar risco de desabastecimento, os estabelecimentos que comercializam gasolina e diesel reclamam da política de entrega da Petrobras, que está prejudicando os seus faturamentos. Postos ficariam sem combustível para revender por alguns períodos. De acordo com dados informados pelo Porto de Suape, a movimentação de gasolina diminuiu 11% no período de janeiro a junho desse ano em comparação ao mesmo período do ano passado. No caso do diesel, a situação é ainda mais grave, pois caiu 24,5%. O álcool diminuiu em 10%.

Em números absolutos, a movimentação de gasolina caiu de 587.612 toneladas no primeiro semestre do ano passado para 522.771 toneladas. No caso do diesel, a queda foi de 946.61 toneladas para 714.120 toneladas, enquanto no álcool a diferença foi de 73.888 toneladas para 71.513 toneladas. Quando os números são agrupados como granéis líquidos, há um aumento na movimentação de combustíveis pelo Porto de Suape, de 2.637.824 toneladas para 2.861.804, num crescimento de 8,4%. Neste grupo, no entanto, entram outros tipos de produtos como biodiesel, óleo combustível e querosene para aviação. A Petrobras nega que houve alteração “na logística de suprimento de gasolina acordada com os clientes”.

Apesar da negativa da estatal, o movimento de racionar a entrega pode ter a ver com o atual momento de crise pelo qual passa a estatal, obrigada a atender o mercado interno com gasolina importada a um preço mais caro do que vende. Para completar, a empresa está estrangulada financeiramente, pois tem necessidade de gerar caixa para cumprir com suas obrigações de investimentos em produção.

O presidente do Sindicato dos Postos (Sindicombustíveis), Fernando Cavalcanti, comemorou a notícia de Suape, que comprova o que ele já vinha dizendo. “Ainda bem que Suape confirmou. Isso é a Petrobras que está com falta de dinheiro para importação. As distribuidoras não querem falar nada a respeito para não sofrer retaliação.” Apesar do sentimento do presidente, muitos postos realizam promoções. É possível encontrar postos vendendo gasolina a R$ 2,45, quando o preço mais comum é acima de R$ 2,65. Ele diz que isso tem a ver com descontos das distribuidoras para alguns postos no intuito de melhorar a competitividade em regiões de maior concorrência.

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