
O que as empresas brasileiras estão projetando para o ano que vem? A Deloitte foi perguntar a gestores de 746 companhias dentro da pesquisa Agenda 2017. Após dois anos de recessão, os empresários começam a melhorar suas expectativas em relação aos negócios e vislumbram um cenário mais positivo. O otimismo é motivado, principalmente, pela expectativa na retomada dos investimentos em infraestrutura e pelo crescimento de setores muito afetados pela crise, como a construção civil.
Na pesquisa, os entrevistados escolheram cinco segmentos econômicos que deverão receber mais investimento em 2017. Entre os mais votados estão rodovias (38%), geração de energia elétrica (35%) e portos (33%). “Um dos fatores que pode estar levando os gestores a esta percepção é o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), lançado pelo Governo Federal em setembro de 2016, e que prevê uma série de privatizações e concessões de ativos públicos, como rodovias e aeroportos, a partir do ano que vem”, afirma o sócio da Deloitte Othon Almeida.
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Na análise por região, os empresários do Centro-Oeste e do Nordeste são os mais otimistas. Os do Centro-Oeste projetam um aumento de 10% nos investimentos para o próximo ano. Já os nordestinos prevêem um crescimento de 10% na receita e também de 10% nos investimentos no próximo ano.
Na lista de prioridades para investir, os entrevistados apontam lançamento de novos produtos ou serviços (48%), Substituição de máquinas e equipamentos (40%), ampliação de pontos de venda (17%) e ampliação do parque fabril (14%). Aquisição de empresas (13%), participação em licitações ou privatizações (9%) e abertura de novas unidades (6%) também aparecem como destino de investimentos.
“Um dado interessante da pesquisa é o que mostra que 40% dos entrevistados afirmam que suas empresas investirão na substituição de máquinas e equipamentos. Isso é resultado de um longo período de contenções, em que as companhias aplicaram seus recursos na melhoria da gestão operacional, com o objetivo de garantir sustentabilidade em um momento de instabilidade econômica”, diz Almeida.
EMPREGO
Como acontece em todo processo de recessão, a retomada do emprego é um dos pontos mais lentos na volta no processo de crescimento econômico. A maioria dos empresários entrevistados (58%) acredita que suas organizações manterão o mesmo contingente de empregados no ano que vem, enquanto outros 16% avaliam que será necessário reduzir o número de colaboradores. Pouco mais de um quarto (26%) pretende aumentar seu quadro funcional em 2017.
Das empresas que pretendem manter ou contratar funcionários, 43% admitem intenção de procurar profissionais mais qualificados. “Essa visão aponta para a necessidade urgente de empresas e pessoas priorizarem a qualificação profissional na pauta de suas preocupações”, explica o sócio da Deloitte.