Defensora ferrenha de uma moda minimalista, a estilista Clô Orozco não costurava, ela construía a roupa, como se fosse um projeto arquitetônico. A modelagem, portanto, era o que mais importava no processo criativo de suas coleções.
Adepta da praticidade, ela não criava pensando em peças separadas, mas sempre no look completo. “Quem veste a marca são mulheres inteligentes, independentes e estilosas, que preferem destrinchar um livro de filosofia a ficar pincelando peças aqui e ali. Mais fácil se identificar com um estilista e deixar looks montados no armário”, disse em entrevista a este JC, quando esteve no Recife para lançamento de uma coleção há dois anos.
Naquela época, Clô se mostrava desiludida com a moda e declarou que as pessoas estavam perdendo a identidade em favor do fashionismo e, consequentemente, dos excessos. Ela detestava mulheres com look overdressed: enfeitadas demais. Ela começou a desenhar, nos anos 70, justamente porque não encontrava por aqui roupa que lhe servisse.
Além da Huis Clos, sua marca principal, Clô também criou a grife Maria Garcia, com identidade mais jovem, mais ligada em tendência e menos conceitual do que a grife-mãe. “É para liberar a louquinha que existe em mim”, declarou na mesma entrevista.
A última vez que a Huis Clos desfilou na São Paulo Fashion Week foi na edição de inverno 2013, em janeiro do ano passado.